O filho secreto do bilionário
O filho secreto do bilionário
Por: Érica Christieh
Capítulo 001

Antonela Bianchi, sentou-se no pequeno banco que ficava no balcão do bar mais badalado da cidade. Requisitou um copo de conhaque, bebendo-o de uma só vez. Ela não se importava se ainda estava vestida de noiva ou se seria o assunto principal da cidade, ela só queria esquecer que havia sido abandonada no altar. 

Pediu outra rodada, para afastar os pensamentos sobre aquele dia. Antonela foi conduzida a aceitar um casamento arranjado, com um homem que ela só conhecia o nome. Embora não conhecesse suas origens, ela ficou animada. Benjamim era um homem rico, ofereceria a ela um futuro bom e ela esperou ansiosamente por aquele casamento, terminando frustrada.  

A igreja estava lotada, a música alta preenchia o ambiente, camuflando o tumulto interior que Antonela sentiu quando recebeu a notícia que o noivo já não viria. Aos vinte e dois anos, ela viu os seus sonhos de construir uma família e ter filhos reduzido a nada. Saiu da igreja e ao invés de se trancar em um quarto, ela foi para o bar.  

Não havia mais nenhuma perspectiva para a sua vida dali em diante. Ela havia se tornado a decepção da sua família. Desejou ter a chance de conhecer Benjamim e fazê-lo pagar pela desonra de sua vida. Agora era tarde demais, tudo estava arruinado e só restava a ela beber mais um drink e esquecer seus problemas, nem que fosse por uma noite.  

— Há alguma festa a fantasia na cidade, que eu não estou sabendo? – uma voz masculina soou nos seus ouvidos, fazendo Antonela revirar os olhos. Tudo o que ela não precisava para aquela noite era piada sobre o modo como se vestia. 

Ela estava tão imersa em seus problemas, que não percebeu o homem se aproximar. Girando o pescoço para olhá-lo, já pronta para respondê-lo com arrogância, foi obrigada a engolir suas próprias palavras. O olhar dele era profundo, capaz de desnudar sua alma. Mas o que realmente chamou a atenção de Antonela e a deixou fascinada foi a beleza que havia nele. 

— Uma festa a fantasia seria o menor dos meus problemas – engoliu a seco, sorrindo tímida – hoje era o meu casamento, mas o maldito do meu noivo me abandonou no altar.  

O homem desviou o olhar e um sorriso repuxou seus lábios, mas logo desapareceu. Ela ficou perdida nos traços dele. Ele era forte, ela conseguia ver seus músculos através da camisa social branca, que tinha os botões abertos. Seu rosto bem desenhado, os olhos de um verde intenso. 

— Eu lamento muito – as palavras deles fizeram ela submergir de volta a realidade. 

— Não sinta nada – respondeu, recuperando a fala e desviando o olhar – pensando melhor foi um livramento não ter me casado com aquele homem. Imagina ele chegando na igreja, e eu descobrindo que ele é feio, cheio de manias e vícios. 

O homem parecia se divertir com suas palavras. Pediu ao garçom uma garrafa com água, o que fez Antonela achar bem estranho. 

— Você quer conversar? – ele perguntou, enquanto abria a garrafa e tomava um longo gole de água. 

— Eu não quero conversar. Por que eu contaria a um estranho que eu fui forçada a me casar com um homem sem rosto? E que, embora jamais tenha visto ele em toda a minha vida, estou sofrendo por ter sido abandonada, sabe lá Deus, por qual motivo – ela resmungou – quem não iria querer se casar com Antonela Bianchi?  

Realmente, somente um homem insensato não se casaria com aquela mulher. Antonela era ruiva natural. Seus olhos cinzas dava um contraste a sua pele delicada e as sardas em seu rosto. Os lábios carnudos que envolvia o copo enquanto ela bebia o seu decimo drink, fez o homem desejá-la.  

— O que acha de sairmos daqui? Talvez uma caminhada possa ajudá-la a organizar a mente – Antonela observou o homem se aproximar dela e o corpo dele encostando no seu provocaram arrepios involuntários.  

— É uma ótima ideia – ela suspirou com a ideia de ficar com aquele homem lindo. 

Se levantou animada, embora se sentisse ligeiramente tonta devido à bebida forte que havia tomado. Cambaleou para o lado quando o homem a segurou pela cintura. O toque dele era forte e seu perfume sedutor. Com os pés descalços, ela saiu do bar ao lado dele. Ele não a soltou por nem um minuto, até colocá-la em seu carro.  

Se Antonela estivesse sóbria, acharia que ficar com um estranho era uma loucura, mas ela estava bêbada e esse pensamento nem sequer passou pela sua mente. Ela apenas foi conduzida por ele a um hotel e seus beijos quentes roubaram dela até seu último folego. 

Ela se lembrava apenas dele chamando o nome de uma mulher que não era ela, mas não deu importância. Quando acordou no dia seguinte, estava sozinha, enrolada em um lençol, sem se lembrar direito como havia parado ali.   

Se vestia lentamente, sentindo a cabeça explodindo em uma dor interminável, quando seu celular vibrou. Olhou para tela e identificou a chamada. Atendeu a ligação, mas não disse nada, apenas esperando a voz do outro lado começar a falar sem parar. 

— Onde você está Antonela? – ela teve a sensação de estar ouvindo em uma caixa de som – sua mãe já ligou para minha casa uma dezena de vezes, depois do que aconteceu ontem…  

— Não continue, Dominique – ela interrompeu a fala da sua melhor amiga – só venha me buscar naquele hotel que fica na entrada da cidade. Acho que eu cometi uma grande loucura. 

— O que você fez, Antonela? – perguntou apreensiva. 

— Depois conversamos, eu prometo contar tudo – disse quando se lembrou de algo a mais – e por favor, traga analgésicos. Estou sentindo dores de cabeça horríveis. 

Era claro que Dominique queria prolongar a conversa e saber tudo o que estava acontecendo, mas Antonela encerrou a ligação. Procurou os sapatos, mas não o encontrou em lugar algum. Sem muita paciência, ela saiu do hotel vestida de noiva e com os pés no chão. Tinha a maquiagem borrada e o cabelo desgrenhado. Parou em frente ao prédio, apenas esperando Dominique ir buscá-la. 

Vinte minutos depois, o Chevette 1993 estacionou. Ela entrou no veículo sob o olhar apavorado da melhor amiga. 

— O que faz nesse hotel? – ela revirou imediatamente os olhos quando pensamentos aleatórios surgiram em sua mente - não me diga que você… 

— Dormir com um estranho, depois de ser abandonada no altar por outro estranho? – Dominique tinha a expressão horrorizada no rosto – foi exatamente isso o que eu fiz. Mas ele era tão lindo, amiga. 

— Está me dizendo que você dormiu com um homem que você nem sabe o nome? – Antonela ficou em silêncio – você está brincando, não é? 

— Eu dormiria com um estranho de qualquer jeito – ela respondeu, massageando a cabeça que não parava de doer – ao menos eu vi o rosto de um deles. E ele era o homem mais lindo que eu já vi em toda a minha vida.  

Dominique a levou de volta para casa e Antonela mal havia chegado quando foi fuzilada com o olhar reprovador de seus pais. Ela sabia que havia se envolvido em outro grande problema.  

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