— Você já pensou em buscar emprego na cidade? – Dominique perguntou abruptamente após ouvir o relato de Antonela sobre perder o emprego de garçonete. Antonela piscou surpresa antes de balançar a cabeça em discordância e responder. — Não – a verdade é que ela não ousou pensar em trabalhar ali, afinal ela não tinha ideia de como manter Adam longe de Benjamim, permanecendo na cidade. Percebendo que Antonela não estava pensando direito nisso, a próxima frase ficou presa na garganta de Dominique. De fato, houve várias ocasiões em que ela se questionou qual a necessidade que havia para que Antonela mantivesse a existência de Adam em segredo, tendo um pai Bilionário que poderia oferecer uma vida digna ao filho. Dominique não entendia por que Antonela não explorava essa possibilidade e tirava proveito da situação. Adam merecia saber que tinha um pai e merecia ser o herdeiro de Benjamim Dylon. — O Adam estará seguro na fazenda – ela resolveu concordar com a loucura de Antonela, para talvez
Um dia inteiro andando pela cidade não foi suficiente para Antonela conseguir um emprego. Ela entregava os currículos, conversava com os donos da loja, mas as portas se fechavam em seguida. Tentou entender por que parecia tão difícil conseguir um emprego naquela cidade, mas não encontrou as respostas. Antonela estava cansada demais para pensar e a fome a deixava estressada. Ligou para Dominique pedindo para vir buscá-la. Embora ela quisesse saber tudo o que havia acontecido naquele dia caótico, Antonela não abriu a boca até finalmente entrar no veículo. — Como está o Adam? - A pergunta, embora normal para uma mãe, deixou Dominique um pouco inquieta. — Ele está ótimo! – olhou para ela, antes de ligar o carro e partir – por favor, diga que tem boas notícias. — Não tenho boas notícias – instalou os lábios com irritação – todas as portas nessa cidade parecem fechadas para mim. Os meus pés estão cheios de calos de tanto andar e não conseguir nenhuma oportunidade. Dominique achou aqui
No luxuoso escritório no centro da cidade, Benjamim Dylon continuava com o celular em mãos enquanto o olhar perdido indicava que, embora ele estivesse presente, sua mente vagava para lugares completamente desconhecidos. Não percebeu quando a secretaria entrou trazendo os lembretes do seu compromisso para aquele dia. Caroline cuidava também da sua agenda pessoal e quando ela informou sobre o evento daquela noite, Benjamim voltou a realidade como se alguém o puxasse de volta. — O que você disse? – ele perguntou, soltando o celular e desviando o olhar até a moça. — O senhor tem um jantar na casa da Alessia essa noite – ela confirmou, fazendo Benjamim coçar a cabeça com preocupação - sei que o senhor pediu para cancelar devido ao funeral da Francesca, mas Henrico não permitiu. Ele ligou essa manhã para confirmar a sua presença. Benjamim se levantou, ajeitando o paletó, pensando em uma maneira de adiar aquele problema. Era o jantar do seu noivado. Ele pediria a mão de Alessia oficialm
Dominique comemorava o fato de Antonela ter aceitado trabalhar com Benjamim, mas ela continuava sem grandes motivos para sorrir. Ainda febril e com dores no corpo, se via obrigada a trabalhar com o homem que ela detestava apenas para garantir um futuro digno para Adam. — É uma pena que o Benjamim vá se casar com aquela megera da sua irmã – ela bebia um copo de vinho sentada em frente a lareira, mas o álcool começava a causar efeito – hoje mesmo é a festa de noivado deles e eu nem fui convidada. — Festa de noivado? – Antonela se levantou, irritada – tem dois dias apenas que minha mãe morreu e eles vão promover uma festa? — Não seja exagerada, Antonela – Dominique desdenhou a dor dela, embora essa não fosse sua verdadeira intenção – esse noivado estava marcado antes de a sua mãe morrer. — Deveriam então ter cancelado – ela se apressou, atravessando o corredor e indo até o quarto. Voltou de lá com um cassaco, dizendo em seguida – mas isso não ficará assim, ela não vai desrespeitar a
Benjamim correu atrás de Antonela e, embora ela tenha ouvido seu chamado, o ignorou pela décima vez, entrando no Chevette e partindo em alta velocidade. Benjamim ficou parado no meio da rua, olhando para o carro que cada vez ficava mais distante, enquanto tentava recuperar o fôlego. Há muito tempo ele não corria atrás de uma mulher. Há muito tempo, uma mulher não fugia dele, como Antonela vinha fazendo. Frustrado por não alcançar ela, entrou na sua Mercedes e dirigiu para tentar alcançá-la. Não havia nenhum sinal de Antonela ou do velho carro de Dominique pelas ruas da cidade. Mudou a rota, dirigindo em direção ao endereço que Dominique havia dado na empresa como sua residência. Quando estacionou o carro, estranhou o local que tinha aparência de estar abandonado. O mato grande cercava toda a residência e não havia nenhuma luz acessa. Benjamim deu um soco no ar ao perceber que havia sido enganado. Seu celular vibrou no bolso da calça e ele fechou os olhos quando percebeu ser Carl
Benjamim girou os calcanhares e entrou no escritório sem esperar que as mulheres o acompanhassem. Quando se viu sozinha com Dominique, Antonela quis agarrá-la pelo pescoço e esganá-la até a morte. — Eu pedi para que mantivesse a boca fechada – ela sussurrava, ainda assim suas palavras transmitiam todo o seu descontentamento com Dominique. — Eu sinto muito, como eu poderia imaginar que ele estava atrás, escutando tudo. Dominique sentiu palpitações, como se o seu coração estivesse falhando. Fechou os olhos como se pretendesse esquecer o que havia acabado de acontecer, começando a se arrepender de ter aceitado aquele emprego. — Torça para que ele não tenha ouvido nada – ela voltou a olhar nos olhos de Dominique – porque serei obrigada a fugir dessa cidade novamente. Dominique sentiu a culpa, consumindo-a inteiramente até ouvir a voz de Benjamim pela segunda vez. Ele não era um homem que precisava ordenar a mesma função duas vezes. Mas ali estava ele novamente, parado na porta do es
— Acalme-se, Alessia – a voz penetrante dele faz Antonela voltar à realidade. Ela estava caída perto do sofá e sua cabeça girava tão rapidamente como se ela estivesse em uma enorme montanha-russa. Sentiu um líquido escorrendo pela testa e só quando colocou os dedos sobre a ferida percebeu ser sangue. Droga! A sua cabeça latejava e ela não conseguia se levantar. Sentiu as mãos de Benjamim agarrando-a e a erguendo, segurando seu rosto, enquanto ela não conseguia nem abrir os olhos direito. — Antonela – a voz dele parecia vir de longe, ela não conseguia responder a nada do que ele dizia – vou levá-la para um hospital. — Não vai fazer coisa alguma – lentamente ele sentou Antonela no sofá e se virando para Alessia começou a dizer em um tom ameaçador. — Lembre-se que você é somente minha noiva e que não me dar ordens – o tom dele era arrogante e frio, fazendo Alessia se encolher – você a empurrou e ela bateu a cabeça. Precisa de um médico. Ouvindo a confusão do lado de fora, Dominiqu
Uma dor insuportável invadiu a cabeça de Antonela. Sua testa estava manchada de sangue, enquanto Dominique pressionava um guardanapo para estancar o sangue. — Vamos para o hospital – ela segurou pelo braço de Antonela na intenção de levá-la para cuidados médicos, mas Antonela estava irredutível. — Você está pedindo para perder esse emprego, Dominique – obrigou-a a parar e olhar em seus olhos – você precisa se preocupar em convencer o seu chefe a desistir dessa ideia maluca de saber onde moramos. Dominique revirou os olhos e sentiu que perderia a paciência com a teimosia de Antonela. — Você acredita que alguém pode convencer o Benjamim a alguma coisa? – Ela soltou um sorriso que deixou Antonela confusa – aquele homem é autoritário e consegue tudo o que quer. O que posso fazer é voltar para minha antiga casa e convencê-lo de que nós duas estamos morando juntas. — E o que faço com o Adam? – Antonela sussurrou, enquanto se certificava de que Benjamim não estava por perto para ouvi-l