Benjamim correu atrás de Antonela e, embora ela tenha ouvido seu chamado, o ignorou pela décima vez, entrando no Chevette e partindo em alta velocidade. Benjamim ficou parado no meio da rua, olhando para o carro que cada vez ficava mais distante, enquanto tentava recuperar o fôlego. Há muito tempo ele não corria atrás de uma mulher. Há muito tempo, uma mulher não fugia dele, como Antonela vinha fazendo. Frustrado por não alcançar ela, entrou na sua Mercedes e dirigiu para tentar alcançá-la. Não havia nenhum sinal de Antonela ou do velho carro de Dominique pelas ruas da cidade. Mudou a rota, dirigindo em direção ao endereço que Dominique havia dado na empresa como sua residência. Quando estacionou o carro, estranhou o local que tinha aparência de estar abandonado. O mato grande cercava toda a residência e não havia nenhuma luz acessa. Benjamim deu um soco no ar ao perceber que havia sido enganado. Seu celular vibrou no bolso da calça e ele fechou os olhos quando percebeu ser Carl
Benjamim girou os calcanhares e entrou no escritório sem esperar que as mulheres o acompanhassem. Quando se viu sozinha com Dominique, Antonela quis agarrá-la pelo pescoço e esganá-la até a morte. — Eu pedi para que mantivesse a boca fechada – ela sussurrava, ainda assim suas palavras transmitiam todo o seu descontentamento com Dominique. — Eu sinto muito, como eu poderia imaginar que ele estava atrás, escutando tudo. Dominique sentiu palpitações, como se o seu coração estivesse falhando. Fechou os olhos como se pretendesse esquecer o que havia acabado de acontecer, começando a se arrepender de ter aceitado aquele emprego. — Torça para que ele não tenha ouvido nada – ela voltou a olhar nos olhos de Dominique – porque serei obrigada a fugir dessa cidade novamente. Dominique sentiu a culpa, consumindo-a inteiramente até ouvir a voz de Benjamim pela segunda vez. Ele não era um homem que precisava ordenar a mesma função duas vezes. Mas ali estava ele novamente, parado na porta do es
— Acalme-se, Alessia – a voz penetrante dele faz Antonela voltar à realidade. Ela estava caída perto do sofá e sua cabeça girava tão rapidamente como se ela estivesse em uma enorme montanha-russa. Sentiu um líquido escorrendo pela testa e só quando colocou os dedos sobre a ferida percebeu ser sangue. Droga! A sua cabeça latejava e ela não conseguia se levantar. Sentiu as mãos de Benjamim agarrando-a e a erguendo, segurando seu rosto, enquanto ela não conseguia nem abrir os olhos direito. — Antonela – a voz dele parecia vir de longe, ela não conseguia responder a nada do que ele dizia – vou levá-la para um hospital. — Não vai fazer coisa alguma – lentamente ele sentou Antonela no sofá e se virando para Alessia começou a dizer em um tom ameaçador. — Lembre-se que você é somente minha noiva e que não me dar ordens – o tom dele era arrogante e frio, fazendo Alessia se encolher – você a empurrou e ela bateu a cabeça. Precisa de um médico. Ouvindo a confusão do lado de fora, Dominiqu
Uma dor insuportável invadiu a cabeça de Antonela. Sua testa estava manchada de sangue, enquanto Dominique pressionava um guardanapo para estancar o sangue. — Vamos para o hospital – ela segurou pelo braço de Antonela na intenção de levá-la para cuidados médicos, mas Antonela estava irredutível. — Você está pedindo para perder esse emprego, Dominique – obrigou-a a parar e olhar em seus olhos – você precisa se preocupar em convencer o seu chefe a desistir dessa ideia maluca de saber onde moramos. Dominique revirou os olhos e sentiu que perderia a paciência com a teimosia de Antonela. — Você acredita que alguém pode convencer o Benjamim a alguma coisa? – Ela soltou um sorriso que deixou Antonela confusa – aquele homem é autoritário e consegue tudo o que quer. O que posso fazer é voltar para minha antiga casa e convencê-lo de que nós duas estamos morando juntas. — E o que faço com o Adam? – Antonela sussurrou, enquanto se certificava de que Benjamim não estava por perto para ouvi-l
— Pare o carro imediatamente – Antonela exigiu, mas foi completamente ignorada. Percebendo que ele não faria, ela puxou o freio de mão. As rodas do eixo traseiro travaram e o carro rodou no meio da pista movimentada, seguindo a direção do volante, quase causando uma tragédia. Quando o veículo finalmente parou, houve uma batida na traseira, fazendo Benjamim se machucar. — Você está louca, Antonela? – Ele colocou a mão na testa quando percebeu o sangue escorrer. Com a visão turva e os sentidos abalados, ele mal havia percebido o motorista do outro veículo se aproximando e, quando Benjamim saiu para conversar, levou vários socos no rosto. A polícia precisou ser acionada. Antonela correu para socorrer Benjamim, que agora sangrava, caído no meio do asfalto. Seus olhos ficaram glaciais quando ele a viu. — Agora nós dois vamos parar em um hospital – ele disse com arrogância, fazendo Antonela se assustar. Quando se recompôs do susto, ela se levantou. Não permitiria que ninguém a humilh
Benjamim balançava a cabeça enquanto olhava para as algemas que espremiam seus pulsos. Aquilo era gelado e dava a ele uma sensação de vulnerabilidade. Benjamim odiava se sentir assim. — É mesmo necessário tudo isso? – ele levantou os punhos, mostrando o objeto reluzente ao delegado – Não me lembro de ter machucado alguém hoje. Ao contrário, estou ferido e precisando de cuidados médicos. Exijo que me solte imediatamente. Ele se levantou para encarar Benjamim e parecia ter ressentimentos contra o bilionário mais famoso da cidade. Olhou para ele com desdém e um sorriso debochado surgiu em seus lábios. — Não é porque você é o homem mais rico dessa cidade que vou cumprir ordens suas, senhor Dylon – Benjamim já esperava por aquilo – você manda nos seus funcionários e eu não sou um deles. Benjamim se lamentou de ter que encontrar Vladir naquela situação. O delegado esperava apenas uma oportunidade para fazê-lo pagar por sua soberba. Ele jamais se esqueceria da humilhação que ele fez sua
Benjamim parou ainda no meio da rua, com o sol já se pondo entre as montanhas e mal pode acreditar que Antonela tinha tanto poder, para deixá-lo tão atordoado. Envolvido pelo tumulto dos jornalistas, que inacreditavelmente havia esperado ele sair, cercaram ele com perguntas. Ele não estava disposto e nem com muita paciência para responder nenhuma delas e depois de muito pensar, e conseguir finalmente se livrar da pressão jornalística ele decidiu voltar para casa. Que se dane o que eles dirão depois. Ainda que essa não fosse uma decisão inteligente, tudo o que Benjamim almejava naquele final de dia era tomar um demorado banho e descansar. Seus planos foram frustrados assim que ele entrou em casa e se deparou com Carlota aos prantos. — Os jornais diziam que você havia sido preso – ela o agarrou com força – o que está acontecendo com você Benjamim? Primeiro cancela a festa de noivado e logo em seguida é detido? — Não está acontecendo nada mãe – ele revirou os olhos e se afastou – foi
Henrico parecia petrificado. Seu rosto não expressava nenhuma reação, o que a princípio preocupou Benjamim bastante. Ele não deveria se sentir assim, afinal desprezava Antonela e não a considerava mais sua filha, porém Henrico foi perdendo as forças nas pernas e só não caiu porque o próprio Benjamim o aparou. — Não precisávamos ter essa conversa agora – Alessia estava histérica e não havia nenhuma preocupação com o estado do seu pai – eu iria contar a ele, mas você não confiou em mim. — Temos muito o que conversar – Benjamim olhou para ela com desprezo. Era inacreditável que ela não se importasse com o estado de Henrico – mas agora preciso socorrer o seu pai. Carlota foi chamada às pressas pela empregada e sugeriu que chamassem um médico, mas Henrico logo foi se recuperando e seu rosto ganhou tom de cores que limpava toda a palidez. Seu olhar recaiu sobre Alessia. Ela se encolheu, sabendo o quanto ele estava furioso. A última coisa que Alessia pretendia era deixar Henrico frustrado