Quando ela chegou na fazenda a pé, ventava bastante, indicando que uma tempestade cairia em breve. Antonela enxugou a última lagrima que caiu do seu rosto, prometendo que não choraria mais devido a Benjamim. Ainda inconformada, ela se lembrava das palavras de Vladir ao dizer a ela que Benjamim havia a abandonado no altar porque ela era defeituosa e incapaz de lhe dar herdeiros. Se ele soubesse que Antonela não somente era capaz, como havia dado um filho a ela, morreria de arrependimento. Quem inventaria tal mentira sobre ela ao ponto de fazer Benjamim desistir do casamento? E, porque mesmo sabendo que ela era perfeitamente capaz, não retrocedeu? Eles tiveram uma noite juntos. Benjamim pode constatar que ela não tinha defeito algum. Como ele pode ser tão arrogante naquele ponto? Ela entrou da casa sentindo seus pés arderem de dor. Havia caminhado mais de oito quilômetros a pé. Adam correu na direção dela, a abraçando e era como se aquele abraço aliviasse toda a tensão que havia s
Benjamim levantou uma sobrancelha ao perceber que Antonela continuava parada no mesmo lugar. Seu rosto não era nada amigável. Seus olhos cinzentos emitiam uma áurea fria e mortal. Dominique balançou Antonela, para que ela se movesse e obedecesse às ordens de Benjamim. Entendendo o recado e um pouco resignada, ela caminhou até ele, passando entre o vão da porta e sem perceber, encostando seu corpo no dele. O toque foi rápido, mas causou arrepios involuntários nela que foi impossível de evitar. Embora fizesse muito tempo, Benjamim ainda conseguia mexer com os sentimentos que Antonela negava sentir por ele. Assim que a porta se fechou e eles ficaram sozinhos no escritório bem iluminado, a expressão no rosto dele mudou. Com as mãos enfiadas nos bolsos, ele deu um passo à frente, ficando próximo demais dela. Antonela odiava a sensação que ele causava nela. Queria fugir, ficar o mais longe possível dele, mas era impossível. Benjamim jamais a deixaria em paz. — Por que não obedeceu
Antonela saiu da sala tão desnorteada, que esbarrou na secretaria de Benjamim, fazendo a moça derrubar as várias pastas que segurava. Ela olhou para trás, imaginando Benjamim vindo atrás dela, mas a porta do escritório permanecia fechada. — Me desculpa – ela gaguejou quando seu olhar se encontrou com o da moça, que inclinava o corpo para pegar as pastas do chão – vou ajudá-la com isso. — Você parece estar com medo – ela comentou, quando Antonela desviou o olhar e entregou para ela a última pasta – o senhor Benjamim assusta às vezes, mas ele é um bom homem. Antonela discordou silenciosamente. Se levantou, limpando as mãos soadas na calça de alfaiataria e saiu de perto da mulher sem dizer uma palavra sequer. Voltou para sua mesa, mas sabia que não conseguiria se concentrar no trabalho. Fechou os olhos, concentrando nas batidas do seu coração, para se acalmar, quando a voz de Dominique rompeu com todo o seu esforço. — Como foi com o chefão? Ela soltou o ar com urgência e demorou pa
Quando o fim do expediente terminou, Antonela segurou pelo braço de Dominique e saiu a arrastando pela rua. — Antonela, o que você está fazendo? – livre de suas mãos, Dominique respirou aliviada – isso tudo é medo do Benjamim? Antonela revirou os olhos e entrou no Chevette. Quando Dominique sentou-se ao seu lado e ligou o veículo e dirigiu, ela finalmente respondeu à sua pergunta. — Por que todo mundo acha que eu tenho medo dele? – o deboche se insinuou na expressão de Antonela – ele quer que eu vá a uma reunião na casa dele, vestida de gala. Dominique ficou momentaneamente atordoada com a revelação dela. Boquiaberta e a surpresa piscando em seus olhos. — O Benjamim realmente quer você por perto – as palavras de Dominique provocaram uma mudança na expressão de Antonela – então precisamos nos apressar, e procurar algo para você vestir. — Ele está me castigando, não tem outra explicação – ela bufou, jogando a cabeça para trás e fechando os olhos – onde vou arrumar um vestido de g
Antonela girou os calcanhares na intenção de fugir dali o mais rápido que pode, mas percebendo o que ela estava prestes a fazer, Benjamim a segurou pelo braço e a impediu. — Você disse ser uma reunião de negócios – ela cerrou os dentes, completamente irritada com ele. — Eu não menti – ele sussurrou e sorriu, olhando ao redor percebendo que a atitude de Antonela chamava a atenção – você deveria saber que o Henrico faz parte dos meus negócios. Minha empresa financia a dele. Era óbvio que financiaria. Henrico conseguia vender a própria alma para conseguir o que queria. Apenas o dinheiro era importante para ele. — Deveria ter me avisado que ele viria – ela sacudiu o braço, impedindo que ele continuasse segurando-a – a impressão que tenho é que você fez de proposito. Ela lançou um olhar reprovador na direção dele, mas Benjamim não teve tempo de responder à rebeldia dela. Um grupo de pessoas se aproximou e ela foi obrigada a permanecer ao lado dele. — Estávamos ansiosos pela sua chega
Antonela não teve medo de que os seus segredos fossem revelados. Dante saberia de tudo, até mesmo que ela tinha um filho, mas Antonela só queria mesmo ajudar Adam, não importava o que acontecesse. Ela indicou a ele o caminho e, antes de sair do carro, agradeceu pedindo que ele não contasse a ninguém onde ela morava e partiu. Dante permaneceu parado no mesmo lugar, ainda admirando a beleza e coragem de Antonela. Depois de alguns minutos, foi embora, decidido a ver aquela mulher outra vez. Antonela entrou na casa correndo. Seu coração batia ferozmente dentro do seu peito e ela se encheu de medo. Ela estava assustada e o corredor escuro não facilitou nada para ela. Ela atravessou a distância da porta de entrada até o quarto onde Adam estava tão rapidamente que venceria uma maratona se estivesse competindo uma. Ela olhou para o filho que parecia tão pequeno naquela cama e seus olhos encheram-se de lágrimas. Adam tinha o rosto vermelho e os olhos fechados. Dominique estava ao lado de
Benjamim ficou com o telefone nas mãos enquanto seu sangue borbulhava nas veias. Como Antonela ousava encerrar a ligação sem deixar ele terminar de falar. Aquela mulher estava deixando-o louco. Sem hesitar, Ele caminhou apressado, assim que viu Dante entrar pela porta despreocupado, como se nada estivesse acontecendo. Ele sabia que precisava moderar em suas palavras, afinal ele era o governador do estado e Benjamim estava próximo de fechar com ele um negócio que seria bom para todos. Ele se aproximou sorrindo como uma víbora pronta para dar o bote e lhe perguntou. — Procurei a Antonela por todos os lugares dessa casa – ele passou os olhos pelo lugar – e me disseram que ela saiu com o senhor. O que aconteceu, Dante? Dante olhou para ele um pouco confuso, afinal não saberia explicar os motivos que fizeram Antonela sair repentinamente. — Ela saiu apressada pela porta dizendo precisar ir embora – ele disse e uma ruga de preocupação se formou na testa de Benjamim – mas desconheço os m
Benjamim entrou no escritório esperando Antonela, mas ela demorou demais. Ele ficou impaciente e, quando girou para ir atrás dela, se chocou com Antonela. Ficou perto demais. O rosto dela ficou vermelho e ele abaixou todas as guardas. Percebendo o que acontecia, Antonela deu um passo atrás e se afastou de Benjamim, abaixando a cabeça em seguida. Ele tentou imaginar o que ela pensava. Continuou observando sem perceber o tempo passar. Quando Antonela foi constrangida pelo silêncio, voltou o olhar em direção a ele e disse em seguida: — Vai me dizer o quer comigo? – as palavras dela fizeram ele voltar à realidade e se vestir novamente com sua armadura – disse ter um trabalho para mim. — Eu quero saber o motivo do porquê você foi embora ontem sem minha permissão. Pensando em tudo o que havia acontecido na noite anterior, ela ficou preocupada imediatamente. Agora, de pé em frente a ele, Antonela estava com vergonha, mas fingia estar calma. — Peço desculpas pelo meu erro – Benjamim erg