As coisas tinham começado a se acalmar, a cada dia que passava o Alex ficava mais forte e eu me recuperava junto com ele, as coisas entre eu e o Dylan estavam melhores do que nunca, ele sempre chegava cedo e me ajudava com as coisas de casa, mas algo no fundo martelava na minha cabeça, o fato de ele nunca se abrir. Eu sei que a essa altura eu já devia confiar nele, porém o fato de sempre me dizerem que eu não o conhecia de verdade me incomodava um pouco, o que ele poderia fazer de tão grave assim que as pessoas me falavam isso? Será que ele fazia negócios ilegais ou estava envolvido com a máfia? Não dava para saber na verdade, as coisas que eu achei sobre ele eram apenas sobre o ramo de jóias e nada mais, isso me incomodava um pouco.Eu estava decidida a descobrir um pouco mais, então deixei o Alex com Mary e fui até nossa antiga casa, deveria ter alguma coisa no meu escritório sobre ele, era pelo menos o que eu esperava, consegui pegar a chave com a Mary e corri até lá. Ao chegar fui
O caminho até a nossa casa foi silencioso e cheio de tensão, eu não sabia o que esperar e nem o que pensar sobre tudo. As coisas iam mudar, eu podia sentir isso.-Quando entramos em casa, ele foi direto para o quarto e eu fui ver Alex que dormia.-Conseguiu pegar suas coisas?-Consegui, ele está bem?-Dormiu agora - Mary cobriu o Alex - Acho que ele vai dormir por umas duas horas-Ok!Eu saí do quarto e fui para o meu, só fiquei fora por duas horas e já tinha arrumado problema, Dylan estava tomando banho e eu me sentei na cama e esperei até ele sair.A consulta do Alex é amanhã? - Dylan estava com uma toalha enrolada na cintura e ele usava uma menor para secar os cabelos, eu olhava tudo aquilo hipnotizada e quando percebi engoli a seco-Sim!-Tenho que viajar, você pode ir com a Mary?-Claro!Já tinha começado, eu sabia que ele estava chateado por tudo aquilo, mas no fundo ele tinha razão por estar assim já que eu tinha vasculhado as coisas dele, me levantei e segui para o banheiro pa
-Por favor, acabe com isso logo - Falei com dificuldade, meu corpo todo doía e eu não aguentava mais.Naquele lugar eu tinha perdido a noção do tempo, não tinha nenhuma janela e eu estava me sentindo cada vez mais claustrofóbica, eu só queria que tudo aquilo terminasse logo, todos os dias eu apanhava do meu carcereiro, ele queria informações que eu não tinha, a única coisa que eu sabia naquele momento era que meu irmão e o Pedro estavam certos, eu não conhecia o meu marido, o que eu tinha visto não era nem a metade do que ele fazia! Ele estava envolvido com algo sério e pelo que aparentava era com algum tipo de máfia, o que eu não conseguia entender era o que aqueles homens queriam, parecia não fazer sentido nenhum estar ali, eu não sabia nada e não precisava ser um gênio para perceber isso, eu nunca colocaria a vida do meu filho em risco, já que era isso que estava em jogo agora.-Eu juro que… eu não sei de nada - Respondi com a boca cheia de sangue, olhei com meus olhos inchados par
-Graças a Deus!Achei uma janela em um dos quartos, eu peguei um lençol velho jogado no chão e consegui fazer um canguru para o Alex, por mais que meu ombro estivesse doendo estava mais fácil se suportar do que carregar ele nos braços, já eu precisaria estar com os braços livres para conseguir sair dali! Fiz o melhor que eu pude e garantia de que ele estivesse seguro.-É agora a hora!Peguei uma cadeira e usei a perna para quebrar a janela, tirei os cacos maiores e passei por ela, podia sentir minha mão ardendo e minha pele ardendo, mas não era hora pra isso, me agachei e olhei em volta e vi que estava em uma espécie de hotel, estava no meio do nada! Fui agachada até os fundos, não tinha carro nenhum, então eu tinha uma chance. Tinha uma estrada e meio que uma floresta, eu sabia que pela estrada ia ser bem mais rápido e que eu poderia conseguir uma carona, mas a floresta ainda era a opção mais segura!Continuei agachada e fui até a floresta, corri um pouco dentro daquela mata densa, a
Desde que eu me conheço essa é a primeira vez que eu sinto algo desse tipo! Eu não podia me movimentar ou falar, era uma sensação de morte em vida, estava presa no meu próprio corpo! Em determinada parte do dia eu sentia dores intensas e eu queria gritar, mas não podia! Tinha que contar com a ajuda de quem cuidava de mim, podia escutar tudo o que as pessoas falavam, com o tempo minha memória voltava aos poucos, a cada minutos eu sentia fortes dores que me faziam lembrar e começar a enxergar o que de fato estava acontecendo ao meu redor. Lembro da vez que o Dr. Luke disse que para que minha memória talvez voltasse era necessário passar por um trauma maior do que eu sofri, agora eu entendia que esse trauma era emocional e que talvez se eu tentasse seguir com o que eu sabia, teria desistido!-Engraçado ver você assim!Era a voz da Sophia!-Como pode um ser tão desprezível e desgraçado como você ainda estar vivo depois de tudo isso? Eu tentei de todas as maneiras, mas você não morre!-Dro
Tem pessoas que nascem com sorte e outras não, e sem dúvida eu pertenço ao segundo grupo. No véspera do meu aniversário de 30 anos resolvi fazer uma viagem para a Espanha, não que eu pudesse ou tivesse dinheiro para isso, mas a verdade era que eu me sentia totalmente estagnada e sentia que minha vida estava para e sem rumo, eu precisava fazer alguma coisa para consertar a minha vida ou pelo menos tentar fazer alguma coisa para que eu pudesse viver “uma vida mais emocionante”. Eu não ia sozinha, mas sim com a minha amiga Fabiana, a gente se conhecia desde o ensino médio e não me lembro de um momento em que ela não estivesse presente e como ela disse que ia viajar resolvi ir com ela. Antes eu teria que pedir uma licença no meu trabalho, eu trabalhava em uma empresa de publicidade, lá eu ficava responsável pela parte financeira, eu era assistente. Consegui esse emprego depois que eu entrei na faculdade de contabilidade e acabei não me adaptando e saindo. Eu não tinha nenhum tipo de f
Ao chegar na minha mesa todos me olhavam sorrindo. A responsável pelo RH estava me esperando, eu me levantei e passei por eles como se fosse um cordeiro sendo enviado direto para o abatedouro. Já havia me acostumado com os olhares, mas dessa vez fiquei surpresa, pois não era comum o RH vir buscar um funcionário e eu já esperava o pior, já que Pedro me detestava e não porque eu tivesse feito alguma coisa além de ser eu mesma, mas ele tinha ressentimentos porque foi dispensado pela minha irmã e achou que a culpada era eu, já que quando éramos crianças nós fomos amigos e em algum momento acabei me apaixonando por ele, o que dificultou a minha vida. Eu sei parece loucura, mas eu ainda continuo apaixonada por ele, minha irmã era muito mais bonita e sucedida que eu, ela era apenas 2 anos mais velha que eu e viajava o mundo, ele tentou namorar com ela no ensino médio, mas foi dispensado com a desculpa de que ela não podia namorar com ele, porque a “irmãzinha” dela era apaixonada e que ela n
-Você só pode estar de brincadeira né? - disse ele sorrindo -Não mesmo! Eu estou cansada de ter que ficar provando as coisas o tempo todo! Quando eu entrei na empresa eu fazia esse mesmo interrogatório toda semana, a diferença era que o seu pai acreditava na minha palavra e sabia do que acontecia na empresa - disse revoltada -Você quer dizer o que? Que eu não sei o que acontece na minha empresa? - ele disse meio alterado -Exatamente isso, porque se você soubesse não estaria me questionando sobre isso - respondi -Que?!?! -Olha, não quero faltar com respeito, mas para mim isso já é demais para mim - respondi -Vou chamar o RH - ele disse enquanto pegava o telefone e discou o ramal do RH. -Eu me levantei rapidamente e apertei o botão para desligar o telefone, ele me olhou pasmo e eu respirei isso, fiz tudo em um impulso (umas das minhas “qualidades”). -O que você pensa que está fazendo?!?! - Ele respondeu colocando o telefone no gancho e dando a volta na mesa até ficar de cara c