CAPÍTULO 3

O caminho para o trabalho foi enfadonho, eu estava pior do que Marbos e Billy que passaram a noite inteira na balada. Resmunguei alguns palavrões e assanhei os cachos loiros assim que me joguei sonre a prancha.

- Cara eu te liguei dezenas de vezes na sexta, onde você estava?! - Billy reclamou se escorando no Audi velho e quase totalmente quebrado.

- Acho que alguém passou uma noite melhor que a nossa, olha a cara do desgraçado! Trepou a noite toda com alguém!  - bem queria eu, era péssimo em cantadas, tímido e o pior de tudo paranóico.

- Vocês podem calar a porra da boca? Eu acabei dormindo, perdi a hora de tudo se não notaram. - Marbos jogou uma flanela em Billy rindo do meu comentário, não foi uma mentira mas também não foi tudo uma verdade.

- Ei, meninos? Vocês viram as notícias de hoje? - e pela primeira vez o senhor Jhonson de bom humor ou não. Sua testa enrugada franziu assim que ele ligou a televisão.

- Últimas notícias, uma chacina foi feita em um dos principais parques ambientais de Bostton. Familiares e amigos reunidos para as comemorações do décimo oitavo aniversário do filho mais velho dos Bennett, foram brutalmente assassinados na noite dessa sexta-feira. A polícia não encontrou rastros dos assassinos. - quando as imagens dos corpos começaram a passar as lembranças do sonho estranho foram voltando. Eu me lembrava de tudo que tinha acontecido como se eu tivesse cometido esses crimes. O pânico em meu corpo foi rapidamente notado e a televisão desligada.

- Desculpem, essas imagens são fortes demais para vocês ficarem olhando. - o gosto do sangue parecia estar na minha boca, os gritos das pessoas desesperadas pareciam ainda ecoar em meu ouvido. Seria eu? - Alan? Muleque estou te chamando a dez minutos!

O senhor Jhonson me sacudiu trazendo toda a minha atenção de volta a realidade. Pisquei os olhos algumas vezes para finalmente focar em algo atrás dele, uma garota com cabelos negros e olhos verdes, pele alva e lábios vermelhos, ela era baixa para a maioria das pessoas. Estava com uma calça jeans larga e surrada, uma regata rosa e uma jaqueta preta por cima, apoiava uma bicicleta do lado direiro.

- Oi. Eu sei que estou incomodando mas, a corrente da minha bicicleta quebrou quando eu estava dobrando a esquina, uma senhora muito simpática disse que vocês sempre consertam tudo para ela. Poderiam dar um jeito na minha bicicleta? Eu pago. - sua voz era doce e seu olhar meigo, me perdi um pouco até ela falar da senhora Cármen.

Ela era uma adorável senhorinha que morava duas casas há direita, seu marido faleceu e a família mora muito longe por esse motivo sempre ajudamos ela quando precisa e em troca ganhamos biscoitos amanteigados e limonada refrescante.

- Alan, ajude a garota. E vocês dois idiotas parem de babar pela moça e voltem ao trabalho, andem! - me levantei de imediato indo em sua direção, ela era realmente baixa como pensei.

- Posso pegar?  - ela assentiu me entregando a bicicleta, coooquei ela sobre uma mesa de ferro que tinhamos para consertar algumas peças de carro que podiam ser restauradas.

A garota ficou olhando tudo com atenção, parecia a opera mais emocionante que já tinha assistido. O pior é que me senti bem com o seu olhar sobre mim, e não gostei nada de Marbos e Billy ficarem parados a analisando.

Não foi difícil concertar até porque a corrente era velha e não tinha mais salvação, por sorte eu tinha uma nova por aqui que coube perfeitamente nela. Sorri ao terminar o trabalho e limpei toda a sujeira de gracha que acabei deixando para ela não sujsr sua roupa depois.

- Muito obrigada, de verdade. Quanto foi? - ela perguntou tirando algumas notas do bolso, eu achei errado cobrar uma simples corrente e um serviço tão pequeno.

- Não foi nada, fica por conta da casa. - ela sorriu e guardou as notas novamente, por aquele sorriso eu retiraria todas as peças da bicicleta r montaria novamente sem pedir nada além de mais alguns segundos ali.

- Qual o seu nome? - ela perguntou seguindo para fora da oficina, empurrei a bicicleta até ela.

- Sou Alan, e você como se chama? - ela testou os pedals e sorriu sem jeito dando de ombros em seguida.

- Vermelho. - mordeu os lábios me olhando de soslaio por alguns minutos, meu corpo teve uma sensação estranha no momento que ela me olhou desse jeito, como se eu já a tivesse visto em algum lugar.

- Mas isso não é um nome, é uma cor. - sorri espantando aquele sentimento estranho, ela montou na bicicleta rapidamente.

- Você perguntou como me chamo e não qual era meu nome. Tchau Alan! - e assim ela foi embora deixando aquele vazio em mim e a sensação que nos vimos muitas vezes e nos veremos bastante daqui para frente.


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