“A deusa mãe ouviu a minha oração, ou a oração do rei, não sei ao certo. Mas o meu ventre seco está cheio de vida agora. Em meu ventre cresce o filho do rei Alfa, a criança gerada no auge da lua cheia, filho de um alfa poderoso no ventre de uma bruxa.” O mundo era cruel para aqueles que não eram abençoados pela deusa da Lua. Marry era uma bruxa e seu povo era escravo do Rei Alfa no grande império dos lobos. Um dia ela foi escolhida por ele para ser sua escrava pessoal e mãe de seu filho, e assim seu inferno começaria naquele momento. Yan era o Rei Alfa mais cruel de toda história do império dos lobos. Mas uma escrava o levará a loucura e tudo mudará quando a deusa da Lua abençoar o ventre da bruxa, fazendo tudo o que o rei acreditava mudar radicalmente. Será possível um Rei Alfa cruel começar a amar? Uma bruxa poderia se tornar uma Luna? O filho gerado dessa união seria um bruxo ou um lobisomem?
Ler maisYanPreciso me concentrar e fazer uma força imensurável para me afastar de Marry. Hoje eu a chamei para treinar o seu poder, e não para me enterrar em seu corpo.Solto sua coxa, desgrudo meus lábios dela e me afasto.— Mais tarde, agora temos que treinar o seu poder. Precisa aprender a controlá-lo.— Como vou treinar vestida deste jeito? — questiona com seus olhos escuros fixos em mim.Sorrio com malícia, pois se ela achou que se livraria do treinamento por causa da roupa que usa, a bruxa se enganou.— Foi opção sua vir vestida assim, escrava. Escolheu o que queria vestir para o treino de hoje — Viro-me de costas e retiro a espada do meu cinto, afasto-me dela alguns passos. Nada de treino com armas, somente magia. — Para o próximo treino terá roupas adequadas.Jogo a arma no chão de terra batida. A área de treinamento é ampla e iluminada por tochas por toda parte. Volto para a direção da mulher que me aguarda, e as luzes refletem em sua face.— Eu não tenho opções, Majestade. Era esta
Marry Minha irmã morreu, minha mãe ainda se encontra entre os escravos e não há como saber se ela está segura, se não será açoitada a qualquer momento, adoecerá e morrerá também, deixando-me sozinha neste mundo, apenas com meu filho e um rei Alfa cruel. Yan foi embora, deixando-me a ordem de ir treinar meus poderes em duas horas. O que ele acha que sou? Não basta ser uma escrava que precisa estar a disposição sempre que é solicitada em seu quarto, agora terei que treinar meus poderes para servi-lo? Ouço batidas na porta e sei que são as servas para preparar o meu banho. Sou um tipo estranho de escrava, uma que é servida por outras. Elas passam com baldes de água quente e fria, óleos e sais de banho e toalhas limpas. Roupas limpas são deixadas sobre a minha cama. Nenhuma roupa que sirva para treinamento, no entanto. Somente as que uso para servir o rei em seu quarto, ou onde ele desejar me possuir, e as comuns de todas as escravas. Deixo para pensar sobre isso depois. Coloco meu fi
YanNão precisava, mas quis fazer aquilo. Quis dar a Marry a chance de se despedir de sua irmã com honra. Ainda tenho dificuldades de acreditar que ela foi capaz de manter a existência da sua gêmea e da mãe em sigilo. Também, não é como se tivéssemos algo tão íntimo que ela poderia se sentir confortável para falar de sua vida, e confiança para tal. Ela é apenas uma escrava, sempre tratada e lembrada de sua posição no castelo, não posso culpá-la por agir assim. E eu mesmo nunca perguntei nada de sua vida nos campos de trabalho.A cerimônia foi realizada pelo ancião do reino entre os lobos, aquele detentor da sabedoria, e durante todo o momento, Marry se manteve ao lado da mãe.Enry ficou comigo uma boa parte da cerimônia.Marry foi levada pela mãe e em algum momento retornou, sua face indecifrável. Em silêncio, ela veio pegar o filho e levá-lo para que a avó o visse e também para a irmã, de certa forma, antes que o fogo arrastasse o que sobrou dela neste mundo.Minha escrava estava est
MarryA exaustão me tomou e adormeci logo que o rei saiu do quarto, levando meu filho adormecido consigo. O sono foi tranquilo, sem sonhos estranhos, e desperto me sentindo revigorada com o sol da manhã entrando pela janela e banhando o quarto.Percebo que Yan não está no quarto. Penso se passei a noite sozinha em seus aposentos, se ele voltou quando disse que voltaria, mas isso não é da minha conta, sou apenas uma escrava, uma que se deita com o rei, mas uma escrava no fim das contas.Levanto-me e me visto com meu roupão branco habitual que estava depositado sobre a poltrona no canto do quarto. Antes que eu saia, o cômodo é invadido por algumas servas que carregam água quente, sais de banhos, perfumes, óleos e um tecido preto se estende nos braços de uma delas. Meu coração se aperta ao ver aquilo e espero que não seja para mim, espero que não seja o que estou pensando.Quando elas terminam de passar para a sala de banhos, saio do cômodo, andando rapidamente para o meu quarto. Tentan
YanOs sentimentos dentro de mim estavam completamente confusos quando deixei o meu quarto. Por um momento achei que Marry estivesse morta. Meus planos seriam interrompidos, meu filho não teria mais uma mãe, eu não teria mais a escrava que há mais de um ano era a única mulher que tomava em meus braços, que deitava-se em minha cama. Porém, quando a mulher abriu os olhos, não soube lidar com o sentimento de alívio, o desejo de tomá-la em meus braços e protegê-la, de beijar a sua boca e agradecer à deusa Mãe por sua bondade e misericórdia. Isso me deixou assustado.Enquanto percorria o castelo, decido encontrar com meus lobos e tomar alguma cerveja na taverna da nossa aldeia que cerca o castelo, porém, antes que alcançasse a porta que leva ao exterior do castelo, um soldado esbaforido me alcança, trazendo o recado de minha escrava: Marry tem urgência de falar comigo.Me transformo em lobo, rugindo e correndo como um louco de volta ao meu quarto. O que será que aconteceu? Ela está em peri
MarryO que senti nos braços do Alfa foi diferente do que já havia experimentado até aquele momento. O beijo foi urgente e cheio de desejo, diferente do que havia sido até ali e confesso que gostei do que senti. Me lembrei da deusa Mãe me dizendo que me tornaria uma Luna e que não precisaria fazer nada para que isso acontecesse.No momento em que estava muito envolvida dos braços do rei, senti algo urgente, algo que não sentia há muito tempo. Como se algo estivesse sendo arrancado de mim, a fraqueza foi instantânea e não pude fazer nada além de ceder à escuridão que me envolveu.O frio me cercou e me tragou para um lugar onde meu corpo parecia flutuar, era escuro, vazio, como se minha alma tivesse sido retirada de mim. Só senti isso uma vez: quando minha irmã foi gravemente ferida e estava à beira da morte. Os cortes provocados pelas chicotadas infeccionaram e a coleira em torno de seu pescoço não permitiu que que seu corpo se curasse.O tratamento de ervas da minha mãe não funcionou
YanHoje é dia de A caçada. Esse evento serve para reaproximar a alcateia, trazer nossas raízes de volta e reafirmar a posição e importância de cada um.Mas antes de sair do castelo, passei no quarto da minha escrava e ordenei que me aguardasse em meus aposentos, pois depois de horas correndo, caçando, uivando e matando, precisarei do alívio urgente do sexo.Só de pensar em sua pele macia, sinto a urgência de retornar para meu quarto, mas o momento com meus lobos também é importante.Estamos todos em forma lupina, somos todos negros, mas reconhecemos muito bem um ao outro. Como Alfa da matilha sigo na frente, conduzindo os outros lobos pela trilha na floresta. Logo atrás de mim vem meu Beta, meu braço direito nas estratégias de defesa do reino. Os demais seguem atrás de nós.Qualquer som de folhas e galhos estalando, faz com que paremos de caminhar. O instinto de caça aflorando, as orelhas sensíveis percebendo cada som. O cheiro do medo nos entrega a posição da vítima. Um cervo. Ele s
Malmy— Hoje é seu dia, Malmy, estive a sua procura a manhã inteira.Ergo-me de onde estava, cavando a pequena cova para a semente ser plantada.— Se eu for agora, os soldados do rei me verão, sentirão a minha falta.— Mas o Fosso vai enfraquecer — rebate o homem que insistia que eu deveria ir.— Não vê que eles estão por toda parte? Deixe-me trabalhar, assim que terminar aqui eu vou.— Se perdermos todo o poder por sua causa...— Vai fazer o quê, vai me chicotear também? — encaro-o. Valentia brilha em meu olhar. Pra quem já está afundado na merda, um balde a mais não faz diferença.— Vai se arrepender de me afrontar.— Você é que vai se arrepender. O guarda já está vindo e se não me deixar trabalhar, nós dois seremos chicoteados.O velho bruxo se afasta. Seu olhar tem promessas das mais perversas ao me encarar.Continuo meu trabalho debaixo do sol quente. A pequena pá em minhas mãos é enfiada no solo, fazendo mais uma cova.Dou um passo a diante e faço outra, e assim prossigo meu tra
Atenção para os dias de publicação: Segunda, quarta e sexta. Deixe seu comentário e indique a leitura para as amigas. Boa leitura! *** Marry A floresta a minha frente estava em chamas. Labaredas engoliam as árvores, gritos envolviam a noite ao meu redor e um choro irrompeu até meus ouvidos. Meu corpo estremeceu... meu filho... Enry... era o choro do meu filho. Comecei a correr naquela direção. — Enry! — gritei por ele mesmo sabendo que era pequeno demais para responder — Enry! — Yan! — grito pelo pai do meu filho, pois se ela estiver ao alcance da minha voz com certeza o salvará. — Nosso filho! Continuo a correr na direção de seu chorinho. As chamas aumentam mais, cada vez mais e estou sozinha. Nem Yan nem seus soldados, ninguém está aqui para nos ajudar e eu preciso encontrar o meu filho, só não sei como. O choro se torna mais forte e eu vejo nitidamente centenas de lobos, todos me cercando, me impedindo de avançar pela floresta. Não tenho escolha. Meu filho está ali em alg