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Luan

Eu queria era estar voltando de um after depois de ter ido pra alguma balada no fim de semana, mas eu to saindo do meu trabalho chato e indo pra um lugar mais chato ainda, chamado de faculdade.

Eu nunca quis fazer faculdade.

E também nunca quis ser dentista. Mas meus pais são, meus tios são e meu irmão também é, ou seja, eu tenho que seguir o padrão da família Mazza e ser mais um perfeitinho.

Como eu odeio tudo isso.

Desço do carro depois de estacionar ele e vou em direção a entrada da faculdade. Meu irmão mais velho estudou aqui e se formou, agora ele trabalha na clínica da família, além de estar fazendo mais uma faculdade pra poder dar aula mais pra frente.

Ele é o filho promissor que nunca cometeu nenhum erro. Enquanto eu...

Bom eu sou o filho rebelde, o que nunca quer nada com nada, que quer ser sustentado pelos pais pelo resto da vida e na verdade eles estão 100% certos, mas como eu sei que isso não vai acontecer tão facilmente, então agora eu finjo que sou o bom garoto, pelo menos assim eles param de me encher tanta a paciência.

O enzo estava me esperando na entrada.

— Aí cara, consegui os ingressos pra amanhã a noite, tu ainda vai né? — Enzo diz todo animado.

— É claro que eu vou, só essa festa pra animar a minha semana. — digo.

— As gatinhas calouras também vão. — ele diz virando os olhos e rindo.

— Vamos ter que dar boas vindas pra elas, do jeito que só a gente sabe. — digo rindo.

— Ah com certeza. — ele ri. — Qual tua aula?

— Imunologia e a sua?

— Farmacologia. — ele diz.

— Terceiro andar? Vou ficar no segundo.

— É, a gente se vê depois então. — ele diz enquanto a gente sobe a escada.

— Já é.

O sinal b**e então vou pra sala. Coloquei o jaleco branco já com o meu nome bordado, porque minha mãe que mandou fazer.

Mesmo que eu não goste desse curso ( e de qualquer outro que tenha nessa faculdade) eu me esforço pra não tirar notas ruins, tento tirar medianas ou até mesmo boas, até hoje nunca fiquei de DP em nenhuma matéria e logo logo eu me formo e então eu vou poder colocar o meu diploma na gaveta e seguir o meu plano A, que também é o meu único plano.

Fiquei lá naquela aula chata, anotando tudo o que o professor falava pra depois dizer que eu ia estudar quando na verdade eu estarei em outra cidade com as calouras da faculdade, que são sempre uma gracinha.

Eu só queria que aquele sinal batesse logo pra gente poder trocar de aula.

Depois de muito ele bateu, tirei aquele jaleco e comecei a guardar as minhas coisas.

— Luan, posso falar com você rapidinho? — meu professor pergunta.

— Claro. — respondi.

Fui em direção a ele.

— Aquele seu trabalho ficou muito bom a tese que você levantou sobre nosso sistema imunológico e de como ele resiste a bactérias existes na nossa boca que eu queria saber se você queria participar de um grupo seleto de jovens que estudam teses e teorias e muitas das vezes as colocam em prática podendo até mesmo mudar o curso da ciência.

— Nossa eu não sabia que tinha ficado tão bom assim, eu fiz a pesquisa com alguns livros e manuscritos do meu pai , eu fico feliz em fazer parte desse grupo, se o senhor acha que eu tenho capacidade pra isso.

— Claro que te meu jovem. — ele deu dois tapinhas no meu ombro. — Vou mandar sua ficha amanhã pela manhã.

Sai da sala e logo vi o Enzo de conversinha com uma das calouras. Ele me vê e acenou pra mim.

— E aí cara. — ele veio todo sorridente.

— Ta garantindo o de amanhã já? — pergunto entre risadas.

— Claro né cara, você deveria estar fazendo o mesmo. — ele diz.

— Enzo se tem uma coisa que eu me garanto é com mulheres. — digo e damos risada.

— To voltando pro primeiro andar e você?

— Vou subir, farmacologia.

— Até depois então.

— Até.

Ele desceu a escada e eu fui em direção a outra escada, subi e fui pra sala de aula. Passei entre algumas meninas que me encararam, entre elas estava Bianca, uma das meninas mais gatas da odontologia, ela também é um pouco difícil, mas nada que uma brincadeira boa conversa não resolva.

Entrei na sala e sentei no meu lugar.

Mais tarde

__________

Olho pro relógio no meu pulso e percebo que faltava apenas dois minutos pro sinal bater pra ir embora. O que com certeza é a melhor parte do meu dia.

Comecei a guardar as minhas coisas e o sinal bateu, sai da sala e fui descendo pro primeiro andar.

— Luan. — alguém me chama e eu olho para trás.

— Oi pode falar. — falo e  encaro uma das meninas da turma nova.

— Eu me chamo Thaynara, eu fiquei sabendo sobre a festa de amanhã, mas eu acabei perdendo o endereço e me disseram que você provavelmente vai.

— É com certeza eu vou. — digo rindo.

Ela não é a mais bonita da turma, mas é uma completa gata, o que me fez bolar um plano.

— Faz o seguinte, me passa o seu endereço que eu te busco as 19:00. — digo e ela dá um sorriso.

— Isso seria legal. — ela disse e anotou o endereço dela e o número de telefone em um papel. — Obrigada. — disse sorrindo.

— Não tem de quê. — disse e fui em direção a saída.

Cheguei no estacionamento e o Enzo estava encostado no meu carro.

— Me da uma carona. — ele diz.

— Claro, entra no carro. — respondo.

— Valeu.

Entramos no carro, a casa do Enzo era duas quadras antes da minha, crescemos sempre perto um do outro e sempre estudamos juntos, desde o jardim de infância, o que faz ele ser praticamente meu irmão, minha mãe e a mãe dele também são muito amigas, quase sempre uma está na casa da mãe outra.

— Aí cara, não esquece das bebidas amanhã. — ele diz assim que sai do carro.

— Pode deixar não vou esquecer. — digo.

— Até amanhã então.

— Até amanhã.

Dirijo até a minha casa e coloco o carro na garagem como sempre faço, depois entro pela porta do lado que dá na cozinha. Passei pela sala e vi meu irmão com a noiva dele.

— Por favor, você tem um quarto. — falo enquanto eles de beijavam.

— Vai se ferrar pirralho. — Igor diz e me encara.

— Vai dormir que já tá sua hora idoso. — subo a escada mostrando o dedo do meio pra ele que retribui.

Eu e o meu irmão não temos problema um com o outro a não ser quando ele resolve fazer o papel de filho perfeito e exemplar o que me coloca sempre no papel de vilão  não que eu tenha algo contra os vilões, acho que até prefiro ser um, mas ter que aguentar toda a família bajulando ele é muito chato.

Entro no meu quarto e jogo as minha bolsa em cima da cama e vou pro banho. Depois do banho visto uma bermuda e desço pra procurar algo pra comer.

Abro a geladeira e percebo a presença da Ana na cozinha também.

— As vezes parece que você não tem roupa. — Ela diz preparando um pão.

— Ta incomodada com o meu belo físico? — pergunto sarcasticamente.

— Não, seu irmão é melhor que isso. — ela diz rindo.

Vou até o balcão aonde ela está e coloco o meu corpo atrás do dela, posso sentir a sua respiração ficar mais tensa. Estoico o meu braço e pego um prato no armário de cima.

— Você sabe que não. — digo no ouvido deja e afasto o meu corpo.

Ela segurou o meu braço imediatamente e olhou nos meus olhos, eu sabia o que ela queria, mas eu não sou tão idiota a esse ponto, então tiro a mão dela do meu braço e vou pro outro lado da cozinha.

Preparo meu pão e vejo meu irmão aparecer na cozinha.

— Precisa de ajuda amor? — ele pergunta enquanto abraça ela por trás.

— Não, já estou acabando. — ela diz e dá um leve sorriso.

Termino de fazer o meu pai, pego um suco e subo pro meu quarto, não gosto de estar perto dos dois, mais por causa dela, sei bem o que ela quer e sei também que ela já conseguiu.

Comi no meu quarto, enquanto via algumas coisas no meu célula e, salvei o número da menina e fui procurar ela no I*******m, ela era muito mais bonita quando estava arrumada, o que me despertou mais interesse.

Escovei os dentes, coloquei o meu celular pra carregar e então fui dormir. Amanhã o dia vai ser longo, mas a noite vai ser uma criança.

Dia seguinte

__________

Acordo com o meu despertador.

Levanto da cama e vou pro banheiro, entro de baixo da água gelada, como sempre faço todos os dias de manhã, me sinto muito melhor assim. Depois saio do banho e visto minha roupa de trabalho.

Meu pai que também é dentista, tem também uma imobiliária, que as vezes ele aparece por lá pra tocar, mas quem trabalha mesmo lá sou eu, enquanto eu não me formo em odontologia.

Coloquei a minha roupa social, que é assim que eu tenho que trabalhar segundo o meu pai. Depois arrumo o meu cabelo e pego as minhas coisas, normalmente eu vou do trabalho pra faculdade, mas como hoje eu não vou pra faculdade, coloquei uma peça de roupa e um tênis dentro da minha bolsa r depois peguei minha carteira, desci pra ir tomar café.

Minha mãe estava na ponta da mesa.

— Bom dia mãe. — digo e dou um beijo na bochecha dela.

— Que milagre é esse que você acordou de bom humor? — Igor pergunta rindo.

— É, eu acordei de bom humor, vê se não estraga isso. — faço um joia pra ele que revira os olhos.

— Acho incrível a irmandade de vocês dois. — meu pai diz ironicamente.

Ninguém disse mais nada. Tomamos café em silêncio, eu fui até a garagem e tirei o carro.

— Acho que hoje eu vou aparecer por lá. — meu pai me diz indo em direção ao carro dele.

— Ta bom, tem algumas coisas pra você assinar mesmo. — respondo.

Liguei o rádio e coloquei um funk, fui em direção a imobiliária que fuça a uns 20 minutos da minha casa. Assim que cheguei estacionei o carro e desci. Subi de elevador até a minha sala.

Uma das minhas secretarias já estava lá.

— Bom dia Luan, um daqueles apartamentos de luxo foram alugados, você só precisa assinar. — Heloísa diz.

— Tudo bem, os papéis estão na minha sala? — pergunto.

— Em cima da sua mesa. — ela responde.

Vou pra minha sala, e lá estava o contrato de locação. Li tudo, e assinei, deixei de lado e fui ver as outras coisas, mandei alguns imóveis pra revisão antes de colocar pra alugar outra vez, alguns outros imóveis estavam em reforma, meu pai tem que ir lá pra ver como anda, já que essas coisas são com ele e não comigo.

Fiquei lá fazendo as minhas coisas como sempre, meu pai chegou e foi pra sala dele. Heloísa pegou os papéis que estavam na minha sala e levaram pra ele assinar também e aproveitei mandei as informações sobre os imóveis que estavam em reforma.

Olhei no relógio e já era meu horário de almoço. Saí da minha sala e fui em direção a sala do meu pai, bati já porta e entrei.

— Vai almoçar pai? — pergunto e ele olha pro relógio.

— Caraca, perdi até a noção das horas, vamos filho. — ele disse e levantou da cadeira e veio em direção a porta.

Sempre almoçamos no restaurante da rua de trás, a  comida é tipo caseira.

— Eu gosto muito do seu trabalho na imobiliária, você vai ser melhor ainda no consultório. — ele diz como um pai orgulhoso enquanto esperávamos o nosso almoço.

— Meu professor vai me inscrever no concelho de teorias científicas, por conta de um trabalho que eu fiz e levantei uma tese e ele achou interessante. — digo.

— É sério filho? Isso é demais, tô orgulhoso de você. — ele me diz dando dois tapinhas no meu ombro.

O nosso almoço chegou.

Depois do almoço voltamos para o escritório, ele assinou mais algumas coisas e disse que ia para o consultório porque ele tinha uma cirurgia pra fazer.

Mais tarde

________

Já estava na hora de ir embora. Fui até o banheiro do escritório, troquei de roupa, arrumei o meu cabelo, passei perfume e coloquei minha corrente de prata.

Mandei mensagem pro Enzo avisando que ia buscar a tal da Thaynara e depois passava na casa dele.

— Tchau Helo. — digo e aceno pra ela.

— Tchau, até amanhã. — ela diz sorrindo.

Sai do escritório e fui pro estacionamento estacionamento. Coloquei a minha bola no porta malas, entrei no carro, coloquei pó endereço da garota no gps e então fui pra casa dela.

Mando mensagem avisando que já estava na frente da casa dela e não demorou muito e ela saiu. Ela estava usando uma calça cargo bege, um moletom e uma sacola na mão, ela entrou no carro.

— Acho que vamos pra a lugares diferentes. — digo rindo.

— Relaxa gato. — ela disse rindo.

Ela tirou o moletom e estava com uma blusa curta e transparente por baixo, tirou a calça e estava com uma saia jeans por baixo e tirou um salto da sacola.

— Aonde eu coloco isso? — ela pergunta apontando pra roupa.

— Depois eu coloco no porta malas. — respondo.

Do ré no carro e vou em direção a casa do Enzo, tomo todo cuidado pra ver se meu pai não estava passando por lá, ele já estava do lado de fora de casa e entrou no carro.

— Eai — deu um aperto na minha mão. — Cê já passou no mercado?

— To indo agora. — respondo.

— Já é. — ele disse.

Fui em direção ao mercado, Thaynara entrou com a gente e compramos as bebidas, depois coloquei as coisas dos dois no porta malas junto com as minhas e coloquei as bebidas no banco de trás com o Enzo, então coloquei o endereço da festa e fomos.

Assim que chegamos achei um cento pra colocar o carro. Descemos e pegamos a bebida, a casa que era gigante estava lotada. Tinha até mesmo segurança. Demos o nosso nome que já estava na lista.

Claro, eu nunca perco uma festa!

Thaynara foi em direção a algumas meninas da turma nova, elas ficaram me olhando e rindo entre elas.

— Ela é uma tremenda gata em. — Enzo diz pegando um copo.

— É sim. — Falo.

De longe eu vejo a Bianca dançando com algumas outras meninas.

— Luan e os seus quatro pneus arriados pela  Bianca. — Letícia aparece dizendo.

— Você não me ajuda com a sua amiga. — digo pra ela que ri.

— Ela é muita areia pro seu caminhãozinho mané. — ela diz rindo. — Me ajuda com o seu amigo, aí quem sabe. — ela diz rindo e vai em direção a outras meninas.

Letícia tem uma pequena paixão pelo Enzo.

Hoje a noite vai ser mais que longa.

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