• 04 •

Emma

Bolos no forno. Recheio no fogo.

Assim estava a minha aula.

Estava ensinando o bolo mais queridinho de todos o red velvet.

— Meninas veem se o bolo de vocês estão bons, porque o meu já está. — falo.

Tiro o meu bolo do forno e o coloco em cima do balcão.

— O meu tá igual o seu. — Alessandra diz toda contente.

— Oba, isso é bom, pode tirar ele do forno. — falo.

Depois de quase todas as meninas terem tirado o bolo do forno, o recheio estava pronto, comecei a ensinar a elas a montagem do bolo, que era simples, mas precisava fazer com muito cuidado.

Fui auxiliando todas elas de maneira que ficasse mais claro o jeito certo de fazer.

Depois de ver todos os bolos montados, limpamos tudo e fotografamos todos eles e colocamos para vender. No mesmo dia dos 15 bolos vendemos 7. O meu eu vendi para a tia Margarida que estava louca querendo esse bolo a semanas.

Os que não foram vendidos cada uma levou pra sua casa, ensinei o melhor jeito para guardar sem que ele ficasse duro ou então pegasse o gosto da geladeira.

Olhei no relógio e já era hora de ir embora.

— Amiga minha mãe vai te deixar na sua casa. — Hanna disse encostada no carro

— Ta bom amiga, só vou pegar as minhas coisas. — disse.

— Ta bom. — ela respondeu.

Voltei lá dentro e peguei a minha bolsa.

— Que aula maravilhosa hoje em. — Cris disse segurando um dos bolos.

— Foi mesmo, elas estão cada dia melhores. — falo orgulhosa.

— Graças a professora maravilhosa que elas tem. — ela diz e eu dou um sorriso.

— Ah obrigada. Tenho que ir boa noite Cris.

— Boa noite Emma, bom descanso.

— Pra você também. — falo indo em direção a saída. Assinei a lista outra vez.

Sai do centro e fui em direção ao carro da mãe da Hanna. Entrei.

— Ai gente foi mau pela demora. — falo.

— Relaxa, minha mãe tá mais preocupada com o bolo do que qualquer outra coisa. — Hanna fala e caímos na risada.

— Eu quero saber quando você vai ensinar a torta de limão. — tia Margarida diz e acabo rindo.

— Acredito eu que na próxima semana. — falo e ela comemora nos fazendo rir.

Não demorou muito e eu cheguei em casa.

— Obrigada tia. Até amanhã Hanna. — falo.

— Não esquece, amanhã na minha casa em. — Hanna diz.

— Pode deixar dona Hanna. — falo rindo e desço do carro.

Entro em casa, meu pai estava na sala assistindo jogo.

— Boa noite pai. — falo e dou um beijo na bochecha dele.

— Boa noite, sua comida tá no micro-ondas, eu que fiz. — ele diz apontando pra cozinha.

— Obrigada, só vou deixar as minhas coisas lá em cima. — falo.

— Ta bom meu amor. — ele responde fazendo uma joinha.

Fui pro meu quarto e deixei as minhas coisas lá, fui pro banheiro e lavei as minhas mãos e fui pra cozinha jantar, porque eu estava morrendo de fome.

Me sentei a mesa da sala de jantar que dava de frente pra televisão então eu podia comer e assistir o jogo com o meu pai. Depois de jantar lavei a louça que estava lá.

— Não precisava eu ia lavar amanhã cedo. — meu pai disse aparecendo na cozinha.

— Relaxa pai, eu ainda posso ajudar em casa. — falo.

— Sua mãe tem sido muito cruel com você, mais do que a vida já foi, nossa missão era te ajudar a superar tudo o que você passou, mas parece que ela só está fazendo o contrário.

— Você não precisa se desculpar por algo que não fez. — falo olhando em seus olhos.

— Preciso, eu percebi hoje o quanto eu fui permissivo com tudo isso, o quanto eu deixei ela me cegar com o jeito autoritária dela e isso não vai mais acontecer, não vou mais deixar ela ficar entre nós dois.

— Eu te amo pai, eu te amo muito. — largo o pano e abraço ele apertado.

Acho que eu precisava ouvir isso, eu precisava muito disso, não se de um pedido de desculpas, mas ouvir que ele não deixaria mais acontecer e que seríamos como antes outra vez. Isso de alguma forma me trás um pouco mais de paz.

— Você merece ser feliz, merece um lar feliz, pra que um dia você possa seguir a vida e me dar netinhos — ele diz rindo mas percebo que ele estava chorando.

Assim como eu.

— Acho que o senhor tá querendo de mais já. — falo rindo.

— Lógico que não, aposto que Hanna concorda comigo. — ele disse.

— É, ela concorda. — caímos na risada.

— Tudo bem, chega de choro, vamos secar isso pra você ir dormir, amanhã você vai ficar em casa?

— Não, vou pro centro e depois pra casa da Hanna, segundo ela a gente precisa assistir filmes e ela vai pra missa comigo e depois pro centro.

— Ah isso é bom, você tem que sair um pouco de casa, não só pra trabalhar e estudar. — ele diz sorridente. — Boa noite minha filha, tenha bons sonhos. — ele da um beijo no topo da minha cabeça.

— Boa noite pai, durma bem. — disse.

Fui em direção ao meu quarto e ele foi apagando as luzes da casa. Sábado é o único dia da semana que eu durmo até mais tarde, o dia que eu passo menos tempo no centro comunitário também e de quebra ainda vou pra casa da Hanna e ter que aguentar ela falar o dia inteiro do crush da série que ela começou a assistir.

Vou pro meu banho. Visto meu pijama, depois vou pro meu quarto e me jogo na cama, vou caindo no sono aos poucos.

Dia seguinte

___________

Acordo.

Sem despertador. Me sento na cama e percebi que ainda era de manhã, olhei no meu celular e vi que ainda eram 09:23 da manhã. Levantei da minha cama e fui pro banheiro, escovei os dentes.

Sai do banheiro e minha mãe estava passando pelo corredor.

— Bom dia. — falo.

— Bom dia. — ela respondeu.

Voltei pro meu quarto e arrumei a minha bolsa pra ir pra casa da Hanna. Separei a minha roupa que eu ia pro centro, hoje é dia de ficar com as crianças.

Fui tomar café da manhã, porque se tem alguém que acordou com fome, esse alguém sou eu.

— Bom dia. — meu pai diz e me dá um beijo na bochecha.

— Bom dia. — dou um sorriso.

— Você vai dormir na Hanna? — minha mãe pergunta.

— Vou sim. — respondo.

— Vocês duas vão pra missa amanhã? — ela pergunta coando o café.

— Sim. — respondi. — ela disse que vai pro centro comigo amanhã.

— Você vai pro centro amanhã? Pensei que ia almoçar com a gente na casa da irmã Fátima? — ela diz nada contente.

— Eu não sabia desse almoço. — respondi.

— Lógico que sabia, você sabe que todo domingo é na casa de uma Emma, parece que você faz de propósito. — ela diz e eu reviro os olhos.

— Marina ela pode ir no almoço, que nem mesmo eu sabia que ia ser na casa da Fátima, já que domingo passado foi combinado de não ter mais pois estava dando problema. — meu pai disse.

— Mas eu combinei com ela de juntar as duas famílias. — ela diz brava.

— E como a gente ia saber se você não falou nada? — meu pai pergunta sem entender.

— Eu nunca falo nada, vocês dois que só ouvem o que querem.

— Eu posso levar a Hanna? — pergunto já meio sem paciência.

— Lógico que pode, Hanna é como a nossa filha. — meu pai diz.

— Não sei, vou falar com a irmã Fátima.

— É lógico que ela pode ir, sempre está conosco na missa de domingo, dessa vez não vai ser diferente. — meu pai insiste e ela dá as costas.

Tentei tomar o meu café na paz, mas parece que isso é um fato impossível quando se divide teto com a minha mãe.

Depois de tomar café, fui pro meu quarto e peguei as minhas coisas e fui tomar meu banho. Lavei o meu cabelo e também fiz uma leve hidratação. Sai do banheiro e fui pro meu quarto, vesti a minha roupa e fui arrumar o meu cabelo, depois arrumei o meu rosto, como a Hanna diz.

Eu já estava pronta. Peguei as minhas coisas e saí do meu quarto.

— Já tô indo. — falo passando pela sala.

— Tchau filha, bom sábado. — meu pai diz.

— Pra vocês também. — falo e saio de casa.

Fui pro ponto de ônibus. Entrei no primeiro que passou, porque todos eles passam na rua do centro comunitário, por pura coincidência era o ônibus que o Sr Jonas trabalha dia de sábado.

— Olha só se não é ela toda arrumada. — Sr Jonas diz rindo.

— É, sou eu. — respondo sorridente.

— É tão bom te ver sorrindo, aquele dia você estava tão amuada que nem brinquei com você. — ele disse.

— Aquele não era um bom dia pra mim. — respondi.

— É bom te ver sorridente hoje. — ele disse sorrindo.

— Obrigada. — falo.

Passei a catraca e não demorou muito e chegou no meu ponto.

— Tchau Sr. Jonas, obrigada motorista. — desço do ônibus.

Atravessei a rua e andei mais um pouco e então cheguei no centro. Entrei e assinei a lista, fiquei conversando um pouco com a Shirley então fui guardar as minhas coisas e depois fui direto pra quadra, Shirley me disse que hoje tinha vários jogos e programações para as crianças.

Passei pelo corredor e assim que cheguei dei um assobio. Todas as crianças olharam pra mim e vieram na minha direção correndo. Me deram abraços beijos e quase me derrubaram.

— Tia Emma eu perdi mais dois dentes. — Sophia diz abrindo a boca.

— Tia Emma minha mãe tá grávida de novo. — Suzanne disse e a mãe dela já tem 5 filhos, 6 com esse se for verdade.

— Tia Emma você acredita que eu vou fazer 06 anos. — Nicolas fosse fazendo o número cinco com a mão. Apenas fiz que sim com a cabaça.

— Tia Emma você podia me adotar né, você é tão legal. — Heitor disse e me fez rir.

— Crianças a tia Emma é uma só assim vocês vão sufocar ela. — Cris diz e as crianças se afastam um pouco.

Levantei do chão, porque de tantos abraços e beijos foi nele que acabei.

— Se vocês quiserem ajudar a tia Emma a entender as novidades de vocês, vocês podem falar um por um e levantando a mão, tudo bem?

— Tudo bem. — eles responderam.

— Então tá bom, que tal a gente sentar em uma roda, aí vocês vão me contando. — disse eles fizeram que sim com a cabeça.

Nos sentamos em uma roda no chão e eles começaram a me contar sobre como foi a semana deles, alguns eu não via a mais de três sábados, outros estão por aqui todos os dias.

Depois de contarem tudo eles foram para os brinquedos.

— Você tem uma paciência incrível com eles. — Cris diz.

— Eles são uns amores, só precisam de atenção e alguém que ouçam eles. — falei.

— E você é muito boa nisso. — Ela disse e deu um sorriso.

— Hoje vai ter bingo, né? — pergunto rindo.

— Claro, e eu trouxe um perfume incrível como brinde.

— Ui, vou ter que jogar, pode colocar que eu vou dar um bolo recheado também. — falo.

— Sério? — ela pergunta.

— Sim. — Respondi.

— Que ótimo, vou colocar a cartela a um real. — ela disse e saiu toda contente.

Todo sábado e dia de bingo, as crianças vem pra brincar e as mães pra jogarem bingo, muita pessoas também vem pra comer, já que as vezes em casa não tem comida, aos sábado também tem distribuição de cesta básica e doação de roupa.

Mais tarde

________

Eu tinha acabado de ajudar a limpar a quadra depois de um dia inteiro de diversão. Peguei as minhas coisas e avisei pra Hanna que estava indo pra casa dela. Assinei a lista e saí, esperei o ônibus e fui pra casa da Hanna.

Não demorou muito e cheguei, apertei a campainha e ouvi ela vindo toda empolgada abrir a porta.

— Você chegou. — ela disse me abraçando e me apertando.

— Cheguei. — falei rindo.

— Oi Emma. — Yago falou.

— Yago? Quando foi que tu ficou bonito assim? — pergunto rindo.

— Também não sei menina, acho que é a mágica dos 18. — Hanna disse rindo.

— Eu não me lembro de ter tido essa mágica, você teve May. — tia Margarida disse rindo.

— Oi tias. — falo e aceno para as duas que estavam na cozinha.

— Eu também não tive essa magia não. — tia Mayara disse.

Fomos rindo pro quarto da Hanna.

— Menina eu nem te conto o gatinho que eu tô marcando de sair na próxima semana. — Hanna disse fechando o a porta atrás de mim.

— De novo isso de encontro? — pergunto rindo.

— Claro, enquanto eu não encontrar o meu príncipe encantado, eu vou beijando os sapos. — ela fala e eu começo a rir.

— Por acaso o seu irmão também é um sapo? — pergunto rindo.

— Não sua boba. — ela disse e jogou almofada em mim.

— Ué, não custava eu perguntar. — disse rindo.

— Ta querendo beijar ele? Ele nem escova os dentes de manhã. — ela diz fazendo cara de nojo.

— Você também não escovava até que sua mãe disse que você ia chegar aos 20 banguela. — eu disse rindo.

— Mais se você quiser beijar meu irmão eu falo pra ele, ele tá um gatinho mesmo aproveita enquanto ele não tá igual a irmã dele.

— Uma quenga? — pergunto rindo.

— Exatamente. — ela responde e damos risada.

Me joguei na cama dela, ela começou a mexer no meu cabelo.

— Esses dias eu me lembrei de uma música que você e o Giuliano cantavam juntos. — ela disse.

— Que musica? Cantávamos tantas. — respondi.

— Aquela lá... Quando a luz dos olhos meus e a luz dos olhos teus resolvem se encontrar. — ela canta baixinho.

— Ai, que bom que isso é, meu Deus que frio que me dá o encontro desse olhar. — completo cantando.

Essa era uma das favoritas do Giuliano, com aqueles olhos azuis que lembravam os mares da Grécia.

— Ele amava essa música — digo.

— Ele amava você também. — ela diz.

— E eu o amava. — falo e respiro fundo.

Hanna foi a única que viu o nosso amor nascer, viu ele crescer e também viu ele me matar quando ele partiu, ela foi a única que se manteve ao meu lado a todo tempo.

— Lembrar dele é bom. — ela diz.

— É sim, ainda mais os bons momentos. — falo.

— Ele me disse que me daria sobrinhos com os olhos dele.

— E com o meu sorriso. — falo rindo olhando pro teto. — No fim não deu tempo.

— É, quem sabe numa próxima vida. — ela disse me olhando.

— Quem sabe. — falo.

— Chega de lembranças, poem uma roupa confortável, porque vamos fazer uma maratona de filmes. — ela diz rindo.

— Vamos? — pergunto rindo.

— Sim, é por isso que você está aqui meu bem, pra ser meu par.

— Ah entendi, pensei que era porque estava com muita saudade de mim.

— Isso também e com certeza, mas você sabe que eu não gosto de assistir filme sozinhas, nem minhas mães nem o Yago gostam de filmes de romance.

— Me senti usada agora em. — rimos.

Me troquei e me joguei na cama. Lá vamos nós.

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