• 05 •

Luan

Acordo e olho pro lado.

Não to em casa.

Me sento na cama e percebo que também não estou na casa do Enzo. Olho pro lado e vejo longos cabelos morenos. Thaynara?

Olho por debaixo da coberta e percebo que estou sem as minhas roupas também. Começo a procurar as minhas roupas íntimas e acho ela no meio da coberta.

Ela se vira e abre os seus olhos verdes e me encara.

— Desculpa te a acordei? — pergunto baixo.

— Não, eu já estava meio acordada. — ela se senta na cama e puxa o lençol pra cobrir uma parte do seu corpo. — Aonde a gente tá?

— Espera ai, aqui não é sua casa? — pergunto sem entender nada.

— É óbvio que não, eu não levaria você pra minha casa né. — ela me responde rindo.

O que faz muito sentido.

Forço a minha mente pra lembrar da festa de ontem. Até que me lembro...

Flashback on

____________

— Não sei como seus pais ainda acreditam que você vai pra minha casa estudar comigo se estamos em cursos diferentes. — Enzo diz enquanto colocamos as bebidas no carro.

— É eu também não sei. — falo rindo. — Mas vamos aproveitar enquanto eles não caem na real, ainda tenho que buscar a Thay.

— Vocês dois estão ficando? — Enzo me pergunta rindo.

— Não, sabe que eu sou afim da Bianca. — respondo.

— Sei. — ele diz rindo.

Ele entrou no carro e fomos em direção a casa da Thaynara. Desde a festa de quarta feira eu e ela estamos nos falando com mais frequência, ela é uma garota legal e inteligente, mas prevejo que ela não está indo para um bom caminho, eu e o Enzo não somos boas influências.

Cheguei na frente da casa dela e ela saiu como da outra vez, pronta pra ir pra casa de uma amiga passar a noite estudando. Eu também não sei como os pais dela acreditam nesse papinho.

Ela entrou no carro.

— Oi meninos. — ela disse sorrindo.

— Oi gata. — Enzo diz todo sorridente e eu encaro ele.

Nada de ciúmes, somos amigos, apenas!

Ela começou a tirar a roupa e se arrumar no banco de trás.

— Já posso começar a te chamar de transformes. — digo rindo.

— Esse é o único jeito de não ser pega. — ela fala rindo.

— Bem vinda ao clube gata. — falo.

Coloquei o endereço da festa no gps e então fui em direção pra lá. Não demorou muito e chegamos. O bom de estar em uma faculdade particular é que as casas que acontecem as festas sempre são grandes. Estacionei o carro e descemos. Peguei as bebidas no porta malas, Thay guardou as suas coisas lá e pegou as bebidas que estavam dentro da sua bolsa.

— Sempre preparada. — ela disse rindo.

— Percebi. — falo.

Fomos em direção a porta da casa, demos o nosso nome e entramos. A casa estava cheia, mais do que na festa de quarta feira que era mais privada, aqui tinha os formandos desse anos, os calouros, e os que são como eu, veteranos.

Coloquei a bebida na geladeira e fui pegar um copo, fui falar também com o dono da casa e da festa. Josh o formando do ano.

— Fala cara, valeu pelo contive. — chego cumprimentando ele.

— Aí cara, como você tá? — ele pergunta me dando um meio abraço.

— Tô bem e você, ouvi dizer que vai se formar mas já tá pensando na próxima faculdade. — Falo ironicamente.

Essa é a mais absoluta mentira.

— Sai fora cara. — ele diz rindo. — Não vejo a hora disso acabar.

Josh vai se formar em medicina e será pediatra, que foi a área que ele escolheu pra se especializar.

— Tu já conhece a minha namorada né? — ele pergunta sorrindo.

— Que namorada? Quem é a doida?

— Ela estuda com você poxa. Vem aqui Bi. — vejo ele chamar a Bianca que levantou da cadeira e veio em direção a ele.

— Caraca a Bianca é sua namorada? — perguntei bem surpreso já que quarta feira eu vi ela na festa e quase ganhei um beijo.

— Eu pedi ela em namoro hoje, em um almoço de família, com direito a anel de compromisso e tudo. — ele disse todo sorridente. — Mostra pra ele amor. — ele disse a ela.

Bianca estendeu a mão direita, mas não teve a coragem de olhar em meus olhos, só a gente sabia o que a gente tinha e de repente ela aparece namorando com o Josh, ele nem faz o tipo dela.

— É tão...— procuro palavras.

— Brilhante? — ele diz e afirmo com a cabaça.

— Felicidade a vocês e valeu aí outra vez pelo convite. — falo dando um tapinha no ombro dele.

— Valeu cara. — ele disse sorrindo.

— Vou pegar uma bebida. — aponto pra mesa de bebidas e vou em direção a ela.

— Luan me espera. — Olho para trás e vejo a Bianca vindo na minha direção.

— Fala. — digo ríspido.

— Você tá realmente chateado com isso? — ela me pergunta.

— Com o que? — pergunto me fazendo de idiota.

— Pelo meu namoro, você sabe que nunca daríamos certo. — ela diz e se apoia no balcão.

— Nunca daríamos certo? Ou você nunca quis sequer tentar? — pergunto olhando pra ela.

— Não me coloque como vila disso Luan. — ela diz e vai na minha direção. — Você mais que ninguém sabe o que aconteceu entre a gente.

— É eu sei, sei que fui verdadeiro em todas as coisas que eu te disse, já você. Mas chega, você agora namora e eu? Eu sou mais um idiota que caiu no seu papo. — pego uma garrafa de tequila e vou em direção a outra parte da sala, deixando ela sozinha na cozinha.

Enzo percebe a minha cara de zangado e vem na minha direção.

— O que foi? — ele pergunta.

— Bianca e Josh estão namorando. — respondo.

— Espera aí, sua Bianca? Com o dono da festa? — Ele faz cara de confuso. — Que merda em irmão.

— Ela já não é mais "minha Bianca", na verdade nunca foi. — falo e dou um gole na tequila.

— Cara sei que isso é mó chato, mas não precisa estragar o teu fígado assim. — ele diz e pega a garrafa na minha mão.

— O que foi que vocês dois estão com essa cara de cachorro abandonado na chuva? — Thaynara aparece perguntando.

— Luan tá triste com uma parada. — Enzo responde.

— Triste? Na festa? Jamais. — ela diz e me encara. — Vem. — estende a mão pra mim.

— Pra que? — pergunto.

— Dançar comigo fofo. — ela diz.

— Não to no clima. — falo.

Ela ainda fica com a não estendida e me encarando, percebi que ela não aceitaria um não como resposta, então me levantei da beira da escada e ela me puxou até o meio da sala.

— O que foi? Sua garota tá com outro cara? — ela perguntou me encarando.

— É exatamente isso. — respondi. — Como sabia?

— Eu ouvi sobre vocês dois na festa de quarta, as meninas me disseram pra não me aproximar de você porque você tinha uma garota.

— Era isso que eu achava também. — disse.

— E agora? — ela pergunta me encarando e coloca as minhas duas mãos no seu quadril.

— O que tem agora? — pergunto.

— O que você tem? — ela pergunta me encarando.

— Nada. — respondo.

— Resposta errada. — ela coloca uma das minhas mãos em cima da sua bunda.

— Não to te entendendo. — falo pra ela.

— Deixa que eu te mostro. — ela fala no meu ouvido.

Ela foi até o dj e falou alguma coisa no ouvido dele e digitou alguma coisa e mostrou pra ele rindo. Depois foi até o meio das meninas e chamou elas e um funk começou a tocar.

F*de gostoso comigo, mas tem que ser no sigilo. Essa era a letra da música e outras coisas mais salientes.

Ela foi na minha direção e me puxou pela mão e então colocou as minhas duas mãos pra cima.

— Observa, mas não toca. Se conseguir, é claro. — disse com um sorriso malicioso no rosto.

Ela virou de costa pra mim e então simplesmente passou seu bumbum nas minhas regiões baixas e começou a rebolar de vagar, o que me fez virar os olhos.

Até que a música mudou e ela me olhou sorrindo. Virou de costas de novo e começou a rebolar e fazer quadradinho. Eu queria ter o controle da minha vida igual ela tinha da bunda dela. Minhas mãos queriam tocar tanto aquele corpo.

De longe percebi o ódio no olhar da Bianca, era isso que eu queria, ver o arrependimento nos olhos dela. Coloquei uma das minhas na cintura da Thay e fui conduzindo pra qual lado seu bumbum ia. Até que ela encaixou o corpo no meu e fui descendo com ela de um lado pro outro, sentindo o calor do seu corpo.

Ela virou de frente pra mim e me deu a garrafa de vodka e eu bebi e depois ela.

— Vem, vamos sair daqui. — ela disse no meu ouvido. Eu apenas fiz que sim com a cabeça.

Ela saiu me conduzindo, fomos pro segundo andar, lá tinha uma sacada.

— Eu tenho uma coisinha pra gente. — ela diz rindo.

Ela tirou um cigarro de maconha do meio dos seus seios.

— O que aconteceu com a Thaynara santa? — pergunto rindo.

— Ela nunca existiu, só na cabaça dos meus pais mesmo. — ela diz rindo.

Me sentei na cadeira e ela sentou no meu colo. Acendeu e tragou primeiro e depois me deu. Bebemos a tequila que levamos pra lá. Ela se arrumou no meu colo e então começou a me beijar, que beijo, ela colocou a mão por dentro da minha camiseta.

— Não sei se estamos conscientes o suficiente pra isso. — digo entre o beijo.

— Eu tô. — ela fala beijando o meu pescoço fazendo o meu corpo arrepiar inteiro.

— Se você diz. — falo.

Ela se coloca no meu colo de frente pra mim, então coloco minha mão por dentro da sua saia e vou subindo de vagar.

— Acho melhor a gente ir pra outro lugar. — falo quando percebo que as coisas estão começando a ficar quente demais.

Ela levantou do meu copo e então peguei na cintura dela e fomos passando pelo corredor, geral na pegação. Abri uma porta e vi um trio lá dentro.

— Ops foi mau aí gente. — falo e fecho a porta imediatamente.

Ela abriu outra porta e não tinha ninguém, não aparentava ser o quarto do Josh, nem da irmã dele e muito menos dos pais dele.

Vai ser esse aqui mesmo.

Ela trancou a porta e me encostou nela. Ela tirou a minha camiseta e começou a beijar o meu corpo inteiro, até descer a sua boca na altura do meu cinto. Ela me olhou e subiu. Tirei sua roupa também. Fomos pra cama e coloquei o seu corpo por cima do meu, tirando suspiros dela.

Flashback off

___________

Olho pra Thaynara que também estava me olhando sem entender nada.

— Estamos na casa do Josh ainda. — falo.

— Espero que esse quarto não seja dos pais dele. — ela fala rindo.

— Eu também. Que horas são? — pergunto.

— São 13:40, merda. — ela fala com cara de preocupada.

— O que foi? — pergunto.

— Meus pais disseram pra eu estar em casa hoje antes das 14:30 porque íamos pra casa da minha vó, aniversário dela. — ela diz assustada.

— Que neta exemplar você em. — falo rindo.

— Para de rir da minha desgraça. — ela me empurra.

— veste, eu vou te levar embora. — falo.

— Eu nem sei aonde tá as minhas roupas. — ela diz e eu aponto pra porta. Ela ri e eu também.

Ela foi enrolada no lençol em direção a porta, rogou a roupa e vestiu. Vesti a minha roupa também e depois de ajudar ela desembaraçar o cabelo dela descemos a escada. Tinha tantas pessoas deitadas pela sala.

— Olha só quem tá vivo sempre aparece. — Josh disse rindo.

— Você viu o Enzo? — pergunto rindo.

— To aqui. — Enzo diz e eu encaro ele.

— Vamos embora. Valeu pela festa aí Josh. — falo.

— Valeu por comparecer. — Josh diz e dá um aceno.

Fomos em direção a porta, peguei a chave do carro no bolso da calça, peguei as coisas da Thay no porta malas, ela entrou no carro e já vou trocando de roupa. Fui o mais rápido possível pra casa dela.

— Eu tô com muita cara de bêbada? — Thay perguntou.

— Não. — respondi.

— Só parece que não dormiu muito. — o Enzo disse.

— Isso é o de menos. — ela disse. — Valeu pela carona. — ela me deu um beijo na bochecha. — Tchau meninos.

— Tchau Thay. — falo.

— Tchau. — Enzo disse e ela desceu do carro. — Valeu pela carona? — foi isso que ela disse mesmo? — ele perguntou rindo.

— E tu queria que ela dissesse o que? — pergunto rindo.

— Obrigada pela noite. — ele disse. — Era o mínimo.

— A gente estava tão doido que nem sei se ela lembra de tudo. — eu disse e ele riu.

— Você é péssimo cara, ficou com a mina pra descontar a raiva que a outra te trocou.

— Não fiz isso, não sou babaca a esse ponto, eu queria e ela queria mais ainda, só por isso que rolou.

— Você mesmo disse que eram só amigos.

— Eu também disse que era 100% afim da Bianca e olha como isso acabou. — falo prestando atenção no caminho que parecia se mexer. — Eu preciso dormir, namoral.

— Eu também. — Enzo disse.

Deixei ele na casa dele. Fui pra minha casa, entrei pela sala e vi que não tinha ninguém no andar de baixo, o que significa que estavam todos na piscina aproveitando o dia ensolarado. O que vai me proporcionar mais algumas horas de sono.

Subi pro meu quarto, fui e tomei um banho gelado, coloquei uma bermuda mais fresca e me joguei na minha cama, a cena da Bianca mostrando aquele anel de compromisso não saia da minha cabaça, assim como tudo o que a gente já viveu, de todas as vezes que eu disse a ela que moveria o mundo pra ficar ao lado dela, mas ela me disse que eu nunca poderia sair daqui e viver com ela lá fora que era o que ela mais queria no momento, eu contei a ela sobre os planos dos meus pais sob a minha vida, ela me disse que diferia sempre ao meu lado, apoiando as minhas decisões e bom, na primeira oportunidade ela surge namorado um cara que não tem nada a ver com ela.

Minha memória da um salto e me leva exatamente pra cena em que a Thay senta no meu colo, sinto o calor do seu corpo como se ela estivesse aqui agora. Eu não posso falar que a noite de ontem foi 100% ruim, porque eu dormi com uma tremenda gata, que dança, bebe e faz do jeitinho que eu gosto.

Mas agora eu também não quero nada com ninguém, pelo menos por um tempo e assim que toda essa ressaca passar eu vou dizer isso ela Thay, pra que nenhum de nós dois confunda as coisas e acabe numa cena como aquela de ontem.

Mandei uma mensagem perguntando se tinha dado tempo de ir pra casa da avó dela e ela respondeu que já estava no caminho e que ela ia dormir um pouco, disse pra ela que faria o mesmo e realmente fiz. Peguei no sono.

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