Club dei Lupi

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Dominic estava furioso. Naquele momento ele sentia que poderia matar qualquer pessoa que entrasse em seu campo de visão. Havia perdido seu humor e seu controle quando recebera uma ligação que não esperava receber tão cedo assim.

— Ela só pode ser louca! - o consigliére negou com a cabeça e tentou retornar a ligação mais uma vez, porém novamente não foi atendido — Dom, você tem certeza de que quer ir lá? Ela pode estar blefando. Ela sabe que a vida dela está em jogo - Dominic não o respondeu, estava furioso demais — Eu posso resolver isso sozinho, você sabe. Se quiser que eu a mate, eu irei matá-la para você.

— Ela vai morrer! - o Santoro decretou — Mas eu irei decidir o momento certo de matá-la. E quando esse momento chegar, eu mesmo irei tirar a vida dela.

Antony não respondeu nada. Quando um Santoro colocava algo em sua cabeça, era mais fácil empilhar dez carros nas costas, do que fazê-lo mudar de ideia. O que poderia fazer então? Apenas seguir as ordens que lhe foram dadas, como sempre.

Quando chegaram no tão aclamado Club dei Lupi, Antony precisou apenas abaixar um pouco do vidro traseiro do carro para o segurança o reconhecer depois de uma encarada de três segundos. Sua passagem foi liberada em menos de cinco segundos e logo eles já estavam se retirando do veículo preto blindado.

— Senhor! - os seguranças, assim que souberam da presença de Dom ali, correram para lhe atender. Eram cinco no total.

— Preciso confirmar se Hai Rong, realmente, está aqui - Antony tomou a frente.

O segurança mais novo, que ali parecia ser o líder, precisou fazer apenas um sinal para que um deles se afastasse e começasse a se comunicar através do rádio.

— Vamos só confirmar, senhor. Mas, se não me engano, eu vi ela indo em direção a quadra de tênis.

Dom não quis esperar mais nenhum segundo ali. Por que eles estavam demorando demais para confirmar a localização de uma mulher? Desde quando contratavam homens tão lentos assim? Porra, era apenas uma mulher. Era apenas a Hai Rong, que em sua opinião, era burra demais já que se entregou em bandeja para ele.

— Ok, eu fico com isso daqui - Antony passou a mão em um walkie-talkie amarelo, logo seguindo Dominic, que já estava seguindo caminho até a quadra de Tênis — Quando a localizarem, me avise.

— Sim, senhor! - foi tudo o que o consigliére ouviu antes de sair correndo para seguir os passos apressados de Dom.

Ok, talvez dizer que Dominic estava furioso, agora olhando bem de perto para ele, parecia algo leve. Talvez Antony devesse temer o que aconteceria em menos de dez minutos? Talvez sim. Mas iria chamar reforços? Talvez depois. Por hora iria tentar evitar que Dom derrubasse aquele clube inteiro.

O Club Dei Lupi não era só conhecido por ser um clube esportivo privado para pessoas cheias de grana, mas, o que poucos sabiam, era que aquele era um grupo de um Santoro. Pelo dia, aquele grupo funcionava como um clube esportivo e particular, porém pela noite, virava um centro de treinamento, tráfico de armas e lavagem de dinheiro.

— Encontramos ela - o walkie-talkie os avisou — Está na quadra de tênis.

— Essa demora toda para me confirmar o que já estava na cara? - Dominic comentou irritado. Ele estava sem paciência hoje, o único apetite que tinha era de sangue. Tadinho de quem atravessasse o seu caminho — Quero que demitam todos e coloquem homens mais qualificados in questa merda.

— Como quiser, Dom! - o consigliére foi rápido em pegar o celular e ligar para o chefe de segurança do local. O clube estava cheio naquele dia, então não poderiam dar muito na cara.

Os dois seguranças que ficavam na frente da sala de tênis estavam jogando conversa fora, mas se assustaram quando viram o olhar do Dom cair sobre eles.

— Dom… - eles arrumaram a postura.

— Eu juro que só não arranco a cabeça de vocês aqui, e agora, porque essa merda está cheia - ele olhou ao redor e constatou o óbvio: aquele lugar realmente fazia sucesso — Mais tarde eu me resolvo com vocês - os dois seguranças abaixaram as cabeças e chegaram à mesma conclusão: estavam ferrados — Agora, cadê a vadia da Hai Rong? - ele esbravejou irritado, pouco se importando com as pessoas que entravam e saíam daquele lugar.

Antony negou com a cabeça quando viu as expressões confusas dos dois seguranças. Ele tinha realmente que mudar todos eles, ou a cabeça que rolaria seria a sua.

Dominic, atento nas pessoas daquele lugar, passava rapidamente seu olhar por todas elas à procura apenas de uma única pessoa: Hai Rong. E foi nessa forma de procura, que ele acabou achando outra pessoa.

Antony viu a expressão de Dom mudar rapidamente. Não soube decifrar o que se passava ali.

— Dom? O que foi? Achou ela?

Dominic, saindo de transe com a voz de seu consigliére, balançou a cabeça e piscou duas vezes antes de encará-lo.

— Não. Não a vi em lugar nenhum dessa quadra. Mas eu quero que a encontrem logo. Talvez ela tenha se arrependido e fugido quando soube que eu havia chego. Então rodem a merda desse clube todo, mas achem aquela puta.

— Sim, senhor! Vocês - Antony encarou os dois homens — Venham comigo!

— Sim, senhor!

Dominic acompanhou a saída dos três até que eles sumissem pelo corredor, só então, se permitiu voltar a encarar aquela que havia lhe chamado a atenção.

Entretanto, ao se virar, algo acabou acertando seu rosto, fazendo com que o local sentisse um impacto muito forte e segundos depois, começasse a arder.

— Oh, meu Deus - Dominic ainda estava com os dois olhos fechados, quando ouviu passos apressados em sua direção. Ele estava se negando a acreditar que aquilo havia acontecido. Ele, com certeza, mataria o responsável por aquilo.

— Meu Deus, você está bem? - outra voz feminina se fez presente.

Dominic abriu os olhos devagar, ainda sem tocar no local dolorido. Primeiro, iria olhar bem para as pessoas que fizeram aquilo, depois iria partir para a violência.

Quando Dominic abriu os olhos, ele piscou forte duas vezes antes de encarar as pessoas que o encaravam. Ele já estava pronto para lançar seu pior olhar e gritar algo como: "QUEM FOI QUE JOGOU A MERDA DESSA BOLA EM MIM?", estava pronto para fazer jus ao seu sobrenome, mas perdeu totalmente a fala quando encarou bem a mulher que estava à sua frente. Poucos centímetros diante de si.

— O senhor está bem? Me desculpa, eu joguei forte demais - Dominic perdeu totalmente a fala, e sua situação ficou ainda pior quando a mulher ficou na ponta dos pés para tocar na área dolorida em sua bochecha esquerda — Oh, isso vai ficar roxo!

— É claro que vai - ele respondeu, segurando o pulso da mulher e a encarando diretamente nos olhos — E você vai pagar por isso.

— Claro, sem dúvidas! eu me responsabilizo por pagar um tratamento, se quiser. Olha, eu sou médica, tenho um colega que é um dermatologista bem recomendado aqui em Roma e se eu pedir, ele pode...

— Antes de tudo ele deveria pedir desculpas também, não?

— O quê? - Santoro encarou a outra mulher morena que o encarava.

— Cara, isso daqui é uma quadra de tênis. Tem bola voando aí por todos os lados, está vendo? - Malia girou o corpo e esticou o braço direito, mostrando as dezenas de bolas que eram rebatidas em diversos tipos de velocidades — Quem é o idiota que fica parado no meio da quadra?

— Idiota? - Dominic riu desacreditado. Quem eram aquelas duas? E por que elas não estavam se ajoelhando e implorando por perdão? — Vocês tem noção de com quem estão falando?

— Claro! - a mulher que parecia ser a mais "agitada" respondeu e nesse momento Dominic sorriu e arrumou a camisa, pensando que esse era o momento no qual seria reconhecido e as duas implorariam por misericórdia. Mas para a sua surpresa não foi bem isso o que aconteceu — Pelo visto estamos tentando falar com um cara ridículo que não sabe nem aceitar as desculpas da minha amiga e entender que a bolada na cara não foi algo planejado. Porque, vai na minha, se tivesse sido planejada ela não teria sido na cara - Dominic acompanhou os olhos da mulher até que eles parassem em sua calça, bem naquele lugar.

— Como você...

— DOM! - a voz de Antony surgiu alta, assustando até as meninas que olharam em sua direção. O loiro vinha correndo em direção ao chefe — Dom, vamos! Hai Rong já está dentro do carro - Mas, para a estranheza do consigliére, Dominic não o respondeu e continuava encarando as duas mulheres à sua frente. Parando para analisar melhor a situação, Antony arregalou os olhos quando notou a marca redonda e avermelhada no rosto do chefe — Oh, o que aconteceu? - ele voltou o olhar para as meninas.

— Foi tudo culpa minha, desculpa - Louise tomou à frente da amiga. Aquele homem forte e estranho encarava Malia com certo ódio no olhar. Só faltava cuspir faíscas ali — Eu me chamo Louise Castelli.

— Antony Matarozza - ele esticou o braço e aceitou o aperto firme da mulher à sua frente, depois repetiu o processo com a outra.

— Malia Maggi. Prazer! - a enfermeira se apresentou tendo a certeza de que tivera adorado mais aquele homem, do que o outro que nem se importou em se apresentar.

Dominic ficou quieto enquanto via Antony conversando com as duas mulheres. Seu olhar, por incrível que pareça, não desviava de Louise, e ele tinha certeza de que deixou ela bastante envergonhada por sempre ser pego a olhando. Antony e Louise trocaram cartões e o seu velho parceiro tranquilizou as meninas dizendo que estava tudo bem, que havia sido apenas um susto e nada mais. E foi nesse momento que Dominic voltou a falar.

— Um susto? - ele encarou Antony — Eu estou com a minha boche...não. Meu rosto todo dói.

— Dom, por favor - Antony sorriu sem graça — Irei solicitar um médico e...

— Não é preciso - O Santoro negou e isso fez o consigliére respirar fundo. Lá vinha bomba — Você.

— Eu?

— Sim. Você não disse que era médica?

— Sim! Eu sou neurologista, por quê?

— Ah, agora está explicado - ele encarou Louise como se o quebra-cabeça tivesse sido resolvido — Você fode a cabeça das pessoas pra depois entregar o cartão e agendar uma consulta? Tá querendo garantir mais dinheiro, não é? Garota esperta! - ele sorriu de lado.

— Espera aí, do que você está falando? - Louise, se sentindo ofendida com aquele comentário, deu dois passos e ficou frente à frente do cara que ainda lhe encarava. Olhos nos olhos.

— Bom, já que fez isso, acho justo cuidar de mim.

— Cuidar de você? Do que você está falando? Já troquei meu contato com o seu amigo, e já me coloquei à disposição caso queira que eu pague alguma despesa médica. Até recomendei um colega dermatologista.

— Sim, e agradecemos, não é, Dom?

— Claro - Dominic cruzou os braços e sorriu, encarando a mulher à sua frente de cima à baixo. E ele gostou muito do que viu — Mas separe um espaço na sua agenda, doutora. Porque eu vou te visitar - e foi tudo o que ele disse antes de dar as costas e sair.

— O que ele quis dizer com isso? - Malia perguntou, ainda sem entender nada do que havia acontecido. Agh...se aquele idiota tivesse aceitado as desculpas de antes, já teria feita uns quinze pontos em cima de Louise.

— Eu peço desculpas pelo o meu chefe.

— Tudo bem - A neurologista sorriu, ainda achando estranho o comportamento do homem que havia acertado com uma bolinha amarela de tênis — Mas é sério, Antony - se dirigiu informalmente ao homem bem mais educado — Se ele precisar de qualquer coisa, por favor me ligue. Qualquer coisa relacionado ao rosto, e a dor, claro - Antony riu e acenou — Me senti mau pelo o que aconteceu. Foi um erro meu.

— Fica tranquila, por favor - o consigliére sorriu, arrancando sorrisos das meninas — Agora eu preciso ir, ou ele irá sem mim.

E, depois de se despedir mais uma vez das duas, Antony correu até a entrada do clube. Se ele demorasse dez segundos, teria a certeza de que Dominic o deixaria ali.

— O que você quis dizer quando mandou a médica separar um horário para você? Não está pensando em ir bagunçar o local de trabalho dela, não é? - Dominic sorriu.

— Não vai ser bem o trabalho dela que eu irei bagunçar.

— Não? - o Santoro negou com a cabeça e puxou um sorriso de lado.

— Vai ser a vida dela.

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