Laura Martins:Oliver olha para Mike com uma sobrancelha arqueada, alternando o olhar entre ele e a mão estendida em sua direção, como se estivesse decifrando um enigma complexo.— O que quer? — Oliver pergunta, sua expressão um misto de curiosidade e desconfiança.— Hoje, os homens que pagam a conta — responde Mike, repetindo a frase com uma ponta de impaciência, seus olhos rolando em um gesto de exasperação.A reação de Oliver é impagável. Ele franze o cenho, como se estivesse ponderando a situação, e então solta a pérola:— Então pague — declara, com um gesto casual, como se estivesse sugerindo a solução mais óbvia do mundo, e volta sua atenção para o celular, como se nada tivesse acontecido.Prendo o riso diante a resposta de Oliver enquanto Mike olha para ele com uma expressão de incredulidade, como se não pudesse acreditar no que acaba de ouvir.— E o senhor, tio Oliver? — Maya indaga, sua voz inocente quebrando o breve impasse, trazendo Oliver de volta à realidade.Oliver fecha
Laura Martins: — A porta, está aberta, o sr. Fernando está esperando-a na cozinha — Pedro avisa quando saio do carro. Aceno com a cabeça e percorro o caminho de pedras entre as flores até a entrada da casa de Fernando, ao passar pelo umbral da porta, minhas narinas são preenchidas por um delicioso aroma, seguindo o cheiro, faço o caminho até a cozinha de Fernando. Ao adentra, meus olhos são imediatamente atraídos para Fernando, cujo o corpo está curvado sobre o balcão da pia, imerso em uma concentração intensa. Seus movimentos são precisos e coordenados; ele está tão absorto que sequer escuta o som das minhas galochas contra a piso aproximando-se por suas costas. A nossa diferença de altura é notável, mas com sua postura inclinada me permite ter uma visão clara por cima de seus ombros dos pratos que ele está arrumando. Fico nas pontas dos pés, para ficar mais próxima de seu ouvido, o cheiro do seu perfume amadeirado invade o meu nariz fazendo o meu coração soltar uma batida. Que ch
Fernando Duarte: O meu coração b**e tão rápido que chega a ser doloroso, fiquei tão assustado quando a vi sendo engolida pelas águas claras da piscina que um choque de medo percorreu todo o meu corpo me arrepiando horrivelmente; eu não deveria ter soltado a bicicleta, para começo eu sequer deveria ter sugerido ensina-la, se ela se afogar a culpa vai ser somente minha. Apesar da minha extrema preocupação, enquanto tiro os seus fios molhados de seu rosto, para ter garantias que ela não se machucou, noto ainda mais a sua beleza, gotas de água deslizando por seu rosto e algumas contornando a sua boca entreaberta não ajuda em nada o meu coração a se acalmar. Os olhos de Laura descem para a minha boca, encarando-a com uma intensidade tão grande que a sinto formigar sob seu olhar. Sua respiração é calma, contrastando com a agitação que parece tomar conta de mim. Mas, de repente, antes que eu possa processar a situação, Laura se lança em minha direção, colando a sua boca na minha, pego de s
Mike Silva:— Eii, pode me ajudar? — Ergo as vistas do tablet, onde confiro as atividades do dia, ao sentir um toque delicado na minha camisa.— No que precisa de ajuda, querida? — Pergunto, com um sorriso de lado, jogando o meu charme para ela, que retribui, sorrindo também.A moça a minha frente é linda, tem cabelos castanhos escuros e um tremendo par de melões enormes na comissão de frente. Meus olhos escaneiam o restante de seu corpo, conferindo seu formato ampulheta, um dos meus favoritos.— Preciso levar essas malas, são dos modelos, mas elas estão muitooo pesadas — ela conta, apontando para umas quinze malas enormes amontoadas na entrada da empresa.— Deixaram você responsável por carregar isso tudo sozinha? — Indago, com as sobrancelhas arqueadas em descrença. — Não acredito que fizeram isso com uma dama delicada como você.— Pois é, a equipe tem muitos homens, sabe? Mas todos tiveram algum problema e me deixaram pra levar essas malas — relata, fazendo beicinho, que gracinha.
Fernando Duarte:— Você está linda — comento em pensamentos, enquanto meus olhos teimam em não desviar dela. Instantaneamente, Laura ergue ambas as sobrancelhas, seus olhos se arregalam em surpresa, e suas maçãs do rosto são tingidas por um vermelho suave, dando um charme ainda maior à sua pele morena. Será que...?— O-obrigada — ela murmura, desviando o olhar do meu. É, eu falei em voz alta, idiota!— De nada — respondo, mesmo sem ter a intenção de elogiá-la em voz alta. Ela não precisa saber disso.— Então, você tem uma secadora, né? Preciso secar as minhas roupas e voltar ao trabalho.— Tenho sim — respondo, levando do sofá e estendo minha mão para ela.— O que foi? — Ela pergunta, as sobrancelhas franzidas enquanto encara a minha mão estendida.— As roupas — chacoalho a mão, impaciente, por que ela sempre desconfia de qualquer coisa vindo de mim? Ela implicou até porque eu puxei a cadeira para ela lá no evento. — Irei colocar para secar — explico, e reviro os olhos. Haja paciência
Laura Martins: — Já vai! — Tento gritar, mas a minha voz estar tão fraca que duvido muito ter saído mais do que um sussurro. Hoje estar sendo mais um dos dias difíceis, é o segundo dia em que falto no trabalho, anteontem eu desmaie no banheiro e bati a cabeça na privada, no hospital foi me dito que uma senhora havia me levado, mas que ela não deu o nome, apenas disse que em outro momento me encontraria, eu achei estranho, e mais estranho ainda por eu estar num hospital particular, um dos mais caros aqui de Salvador, o Vivaz. E, para falar a verdade, eu estou com medo de encontrar essa mulher que me salvou, ela provavelmente quer o dinheiro dela de volta, mas eu não tenho nem um centavo. — Que dor! — Reclamo, sentindo meu crânio latejar e passo a mão em meus cabelos. O meu estômago ronca, mas mais uma vez o ignoro, lentamente caminho até a porta de entrada da minha casa. — Bom-dia, senhorita Martins — uma mulher bem vestida cumprimenta-me, fico parada alguns segundos tentando lembr
Sete meses atrás:Laura Martins:— Isso! — Digo num sussurro entusiasmada, fecho a mão em punho e ergo como uma pequena comemoração de vitória ao sair da sala do RH da empresa: Jewelry. Esse nome não é nem um pouco criativo, se traduzir vai ficar: joias, mas quem sou para julgar.Agora que a minha carteira foi assinada, eu finalmente posso procurar uma casa para alugar e viver a minha vida à minha maneira. Apesar de eu já estar com vinte e quatro anos, só fazem três dias que sai/expulsa da casa dos meus pais, de lá só levei essa camisa de mangas curtas que visto com essa calça surrada e essa sapatilha que está com os calcanhares furados, e uma roupa de dormir. Apenas isso.Durante o dia eu fico a perambular pela cidade a procura de emprego, durante a noite caço abrigos que ainda tenham uma vaga para eu dormir. Não tem sido fácil, a última vez que comi foi a dois dias, peguei o resto de um lanche na lixeira dum restaurante. Bem, um dia após sair da casa dos
Tempo atual: Fernando Duarte: No meu relógio marca 19 horas e 30 minutos, e a minha paciência diminui a cada segundo. Se essa mulher se atrasar um minuto sequer, estou fora. Eu nem queria está aqui para começo de conversar, só estou aqui porque a minha mãe ameaçou colocar fogo em sua própria casa. Impaciente, dedilho a mesa, viro o rosto para a janela e começo a observar os carros passando apressados pela frente do restaurante escolhido por minha mãe. Só mais trinta segundos... — Senhor Duarte? — Ouça a voz da recepcionista, se ela está aqui só pode significar uma coisa. Merda! Respiro fundo e controlo a raiva, só faltavam trinta segundos para que eu pudesse estar livre e usar a desculpa de que a tal mulher não apareceu me deixando no vácuo. Desvio minha atenção dos carros e olho para a moça que me chama. De baixo pra cima, observo a mulher que está ao lado da recepcionista. Dentro de um vestido tubinho de cor preta, os meus olhos percorrem o seu corpo, observando as curvas su