Tudo pode mudar de um momento para o outro, e eu sou prova disso. Minha história talvez não seja fácil de acreditar, mas não é simples aceitar que uma jovem tenha ficado grávida sendo virgem, certo? Pois esse foi o meu caso. Aos meus dezoito anos, moro com Isabel, minha mãe, e meus avós, Alonso e Rebeca, junto com minha filha Emily, a quem chamamos carinhosamente de Mily. Ainda não consigo entender como fiquei grávida, mas quando vejo o rostinho da minha pequena, tenho certeza de que, se pudesse voltar no tempo, não mudaria absolutamente nada. Faria tudo o que estivesse ao meu alcance por Mily, meu pequeno milagre inesperado. Meus avós e minha mãe ficaram muito irritados com essa notícia, especialmente o vovô Alonso, que não parava de dizer que a história se repetia. No entanto, a história da minha mãe está muito longe de ser igual à minha. Ela teve um relacionamento, um amor adolescente, do qual eu fui o resultado: outra decepção para a família Mendoza.
Ler maisMinhas amigas e eu já estávamos prontas. Loretta tinha nos pedido para usar vestidos pretos: de gola alta, ajustados na cintura, mas com a saia um pouco ampla, apenas alguns centímetros acima do joelho. Os sapatos eram pretos de salto, não muito altos, o que agradeci internamente porque caminhar em saltos altos definitivamente não era meu forte. Por mais que eu tentasse manter o equilíbrio, sempre acabava me sentindo como um flamingo desajeitado.A festa seria no jardim, e tudo parecia tirado de um sonho. Havia luzes estrategicamente colocadas que iluminavam certos pontos do jardim, transformando-o em algo parecido com uma floresta mágica de conto de fadas. No centro, uma pista de dança de madeira brilhava sob as luzes suaves, cercada por mesas cobertas com toalhas brancas impecáveis. As plantas, delicadamente iluminadas por pequenas luzes LED, pareciam sussurrar segredos na brisa noturna.Os convidados começaram a chegar, e céus, Mía estava certa. Gente
Já se passaram alguns dias desde que confirmei minhas suspeitas. Eu me sentia estranhamente leve, como se um peso enorme tivesse sido retirado dos meus ombros. Minha mãe me levou de novo àquela clínica, e lá eles me pediram mil desculpas. Também disseram que me dariam uma compensação pela negligência. Minha mãe ainda não descartava a ideia de uma ação judicial — ela sempre foi assim, sua aparência dócil e amável era apenas uma máscara que escondia um caráter feroz quando algo lhe importava de verdade.O bom foi que prometeram me assegurar, a mim e à Emily. "Emily poderá entrar na escola que você quiser, sem importar o custo", disseram. «¡Será que tinham tanto medo de uma ação judicial?!», pensei comigo mesma. Minha mãe podia ser assustadora quando queria, embora ninguém notasse isso à primeira vista.Todos estávamos na sala. Minha mãe Beca tricotava um suéter para minha pequena Emily, seus dedos se movendo com precisão e calma, como sempre faziam quando tentav
O telefone vibrou no meu bolso, e ao ver o nome de Brandon Smith na tela, senti uma mistura de surpresa e algo parecido com desconforto. Não falava com ele desde aquela última tentativa fracassada. Talvez ele só precisasse bater um papo; na universidade costumávamos ser próximos. Às seis da tarde eu o veria no novo bar que abriram perto de casa. Aceitei o convite, mas só por um momento, porque hoje à noite Sofia chegaria.Olhei para o relógio novamente: ainda faltavam cinco horas para as seis, mas meu turno já havia terminado. Decidi ir para casa mais cedo e passar a tarde com a pequena Selene. Cada momento com ela era precioso, e eu não queria perder nenhum. Amanhã ela completaria dez meses, e isso me fez sorrir enquanto caminhava em direção à saída do hospital.Antes que pudesse chegar muito longe, uma voz familiar me deteve abruptamente. Virei-me e vi Helios, que há pouco havia começado a trabalhar no hospital como pediatra. Ele estava levando isso muito a sério
Ver aquela garotinha sentada debaixo da árvore, encharcada pela chuva e chorando em silêncio, despertou algo em Helios que ele não soube identificar imediatamente. Era como um puxão no peito, uma sensação visceral que o impelia a se aproximar dela. Ele se inclinou, colocando-se à altura dela, para observá-la melhor. Seu cabelo castanho estava grudado no rosto molhado, e seus olhos, embora nublados pelas lágrimas, pareciam refletir uma dor tão profunda que o atingiu diretamente. "É apenas uma criança", pensou Helios, sentindo seu coração apertar ao vê-la tão frágil, tão perdida no meio daquela tempestade. Ele não podia ignorá-la. Não queria. —Choro porque sou uma idiota, ingênua nível supremo —disse ela de repente, limpando as lágrimas com desajeitamento, como se tentasse esconder sua vulnerabilidade. Sua voz era apenas um murmúrio, mas carregava tanto sofrimento que Helios sentiu um nó na garganta. Ele queria dizer algo, fazer algo para aliviar aquele peso que parecia esmagá-la. M
Não consegui dormir a noite toda. Quem, no meu lugar, conseguiria? Meu cérebro tinha muito o que processar, e tudo em muito pouco tempo. As cores da aurora começavam a se filtrar pela janela, pintando o céu com tons quentes e suaves. Respirei profundamente, tentando acalmar meus nervos, e olhei para minha pequena Emily, ainda profundamente adormecida. Sua respiração tranquila e seu rosto angelical me encheram de ternura. —Você não foi um erro, Emily —murmurei baixinho, acariciando sua bochecha—. Disso eu tenho certeza. Ainda assim, quero saber a verdade, filha. Sua chegada deve ter uma explicação. Hoje era o dia. Hoje a verdade seria revelada, ou pelo menos parte dela. Ami e Rose me acompanhavam, e embora fosse surpreendente, Emily havia se apegado muito à insuportável da Rose. Naquele momento, ela estava dando o mamadeira com uma delicadeza que eu nunca imaginei que ela teria. —Olha, Ángela! Ela já está segurando o mamadeira sozinha! —exclamou Rose com ternura, emocionada com os
Cheguei tarde. Sabia que Sofia não estava de bom humor; se havia algo que ela não tolerava era a falta de pontualidade e irresponsabilidade. Isso era importante para nós dois, mas para ela significava muito mais. Ela tinha se apaixonado por uma pequena que visitava há dois meses, e hoje seria o dia em que conheceríamos nossa futura filha adotiva. Ainda me surpreendia o quão rápido tudo havia avançado. Só tinha visto fotos da menina, mas já sentia curiosidade em conhecê-la. Estacionei o carro ao lado do conversível de Sofia. Ao descer, vi-a conversando com uma freira. Assim que percebeu minha presença, ela veio até mim com aquela expressão que sempre adotava quando estava irritada. —Você chegou tarde, Artemis —murmurou rispidamente, tirando seus óculos de sol. Suspirei, derrotado. Não sabia que desculpa inventar para justificar meu atraso. Sabia que não havia nada que pudesse acalmá-la naquele momento. —Está bem, vamos entrar. Já está quase terminando o horário de visitas para as
¡Claro! Aquí tienes la traducción al portugués de Brasil, manteniendo intactos los diálogos originales y asegurando que la narrativa fluya naturalmente en este idioma. He ajustado las descripciones para que sean coherentes con el contexto y conserven la esencia de la escena: --- Já se passaram três meses desde que comecei a trabalhar no café, e tudo tem corrido bem… relativamente. Fiz ótimas amizades com as meninas. As quatro se autoproclamaram "tias honorárias" da minha pequena Emily. Ainda me lembro de como todas fizeram uma grande "O" com suas bocas quando souberam da minha maternidade. Apesar de que muita gente, ao saber que sou uma mãe jovem e solteira, automaticamente me transformou no assunto de todos, eu não me envergonho de ser mãe. Pelo contrário, sinto um orgulho imenso da minha bebê. Foi Mía quem, sem querer, revelou que tenho uma filha. Ao contrário do que eu esperava, as meninas não me julgaram nem criticaram. Só se surpreenderam e pediram para conhecer minha bebê. Fi
A palavra "assombro" parecia pequena, insignificante até, diante do que meus olhos viam. Eu tinha imaginado que essa sessão seria no estúdio de Vico, algo modesto e familiar, mas isso... isso era outra coisa. Digno da realeza europeia. Nunca antes eu havia estado em um lugar tão luxuoso. Cada detalhe parecia projetado para impressionar: os lustres de cristal suspensos como estrelas, os tapetes requintados e o aroma sutil de flores frescas flutuando no ar. —Angie, fecha a boca, as pessoas vão achar que você tem algum problema facial —mencionou Vitória com um sorriso zombeteiro, fazendo minhas bochechas ficarem vermelhas de vergonha. —Desculpa —eu ri, constrangida, incapaz de evitar pensar que se *isso* era só o saguão, como seria o resto do lugar?—. Ah, que emoção! —murmurei sem poder resistir, mas minha alegria durou pouco porque imediatamente recebi um olhar mortal de Vico. —Desculpa —repeti, abaixando a cabeça. Emily dormia tranquilamente em seu carrinho, alheia ao caos interno