Capítulo 6 - Vera Lúcia

E de imediato recebeu vários currículos, mas apenas um lhe chamou a atenção. O nome da candidata era Vera Lúcia, trazia incluso várias recomendações de pessoas importantes, que se diziam admiradores dos dotes culinários da mesma. Segundo a informação recebida, ela teria sido aprovada em grandes restaurantes da capital. Na realidade, tudo não passava de recomendações feitas pelas pessoas que tentavam reintegrar Vera Lúcia na sociedade, a elogiavam com o objetivo de poder ajudá-la a ser aprovada no novo emprego, e de fato deu certo.

Mas, sua história não era um conto de fadas, seu caminho trilhado até ali foi trágico e cheio de muita dor, decepção e crimes. Ela era naquele momento uma mulher triste e desiludida no amor, encontrava-se solitária no escuro de seu quarto, escondendo-se do mundo lá fora e evitando quem se divertia com rumores a seu respeito. Durante toda sua juventude viveu muitos casos, porém nunca havia entregado seu coração a ninguém, agora sofria o desprezo de uma enorme paixão que lhe pegou de surpresa e lhe fez cativa de seus próprios sentimentos.

Os quais não tinha ideia de como dominá-los. No passado, teve dois casamentos, onde foi muito amada e valorizada por seus parceiros, porém nunca deu a menor importância a estes detalhes. Não se importava porque não tinha por eles afeto algum. Nos dezessete anos que passou ao lado de Pedro, seu primeiro marido, levava uma vida regalada e possuía de tudo o que precisava para seu sustento.

Bem como uma linda e confortável casa, o que lhe fazia receber constantes elogios das amigas sempre amargas de inveja de seu sucesso como esposa. No entanto, mesmo sendo um esposo exemplar, ele em nem um momento foi reconhecido como tal. O que ela lhe dava constantemente eram humilhações e críticas. Desprezo pelo seu jeito simples de ser. O amor que aquele pobre homem sentia por ela era tão forte que certa ocasião algo de muito grave lhe aconteceu e ele andou pelos quatro cantos da cidade à procura de uma maneira para evitar sua morte, estando ela acometida de uma enfermidade terrível. Por seus esforços, Pedro conseguiu recuperá-la daquela situação.

 Porém, recebendo como recompensa apenas mais escárnios no seu triste coração, já tantas vezes ferido e rejeitado por quem era incapaz de amá-lo.  Como se seus atos insanos fossem poucos contra aquele com quem concordou em dividir sua vida. Passou a traí-lo com um amante. E, quando tudo vem à tona, ele descobre que está sendo enganado por aquela que dedicou anos de convivência e quase enlouquece. Escraviza-se no álcool e nas drogas, torna-se dependente delas e passa a se destruir pouco a pouco, ficando numa situação de imensa miséria humana. 

Ela, como sempre, fez pouco caso diante do sofrimento do companheiro que esteve fielmente à seu lado por quase duas décadas e simplesmente vendeu tudo o que tinham, deu a ele uma pequena parte do dinheiro obtido, que o mesmo gastou com drogas e bebidas, depois partiu com o amante enquanto ele ficou jogado na sarjeta, não perecendo de vez porque contou com a ajuda de parentes. Permaneceu quatro anos em companhia de Paulo Sérgio com quem já vinha tendo um caso amoroso mesmo antes de abandonar Pedro.

  Mas as coisas não andavam muito bem entre eles, encontravam-se numa convivência difícil, bastante complicada. No longo dos anos o fogo da paixão e do desejo ia desaparecendo e já não eram mais bons amantes como antigamente, então o inevitável aconteceu. Era período chuvoso e chegava no exato instante em que viu Luís Guilherme pela primeira vez. Um homem de poucos princípios, entre eles a vingança. Pois para ele toda mulher infiel merecia sofrer por suas infidelidades.

Pagar por tudo que tivesse feito contra àqueles com quem tivessem mantido qualquer tipo de relacionamento. Uma constante vítima da traição feminina, Luís era extremamente revoltado com o sexo oposto e não concordava com a ideia de que elas recebessem qualquer consideração por parte dos homens.

De boa aparência, inteligente, dedicado ao trabalho e na educação dos filhos, aparentemente reservado e de poucas amizades. Ele era ao seu ver o parceiro ideal para estar a seu lado.  O primeiro encontro ocorreu sob forte chuva, quando eles cruzaram a esquina da estreita rua em que moravam. Ela o admirou e sentiu queimar dentro de si o fogo do desejo mais promiscuo. Desde então todas as manhãs, quando passava naquela rua de apenas cento e cinquenta metros, com poucos moradores e uma vizinhança hostil ao seu jeito individual de se portar, durante o percurso que fazia ao trabalho, sempre no mesmo horário, era propício para que sua admiradora continuamente o abordasse. Sempre com as mesmas desculpas de que precisava ir a algum lugar e tinha medo dos constantes assaltos no bairro. A conversa entre os dois não passava de um bom dia de sabor seco e sem interesse algum por parte dele. Ela, no entanto, era persistente em chamar sua atenção:

 — Tenho observado você a um tempo, sempre calado e sem dar espaço para novos amigos. Nós já trocamos alguns bons dias, mas nem sei direito o seu nome, o meu é Vera

 — Muito prazer, Luís

 — Espero que não se importe com minha habitual parceria na sua caminhada matinal ao trabalho

 — Claro que não, fique à vontade

Nesta ocasião, com muita insistência, os dois trocaram algumas palavras e dali surgiu uma nova amizade. Mas meio rústica, visto que ele não dado a se relacionar facilmente com a pessoas. Falando bem pouco, mais ouvia do que expressava opiniões, mas isso não intimidava a assanhada vizinha que o desejava imensamente. Numa destas conversas que tiveram trocaram números de telefone e desde então passaram a se comunicar através dos aplicativos de mensagens instantâneas, bastante usadas para fazer novas amizades.

 O que Guilherme sabia utilizar com eficácia, apesar de ser extremamente rústico. Aos poucos foram-se conhecendo melhor, ela com seu fogo natural de prazer a flor da pele e ele, por sua vez, desejoso de aplicar-lhe um corretivo de vingança, pois já havia percebido suas verdadeiras intenções e indignava-se por vê-la com aquelas insinuações, sendo comprometida com outro. O vingador de homens traídos era incansável em dar para as infiéis o devido castigo.

 Então passou a corresponder às pretensões impuras daquela adúltera. Cada vez mais acreditando estar de fato conquistando aquele por quem ardia de paixão, ela se envolvia mais e mais ao ponto de revelar seus sentimentos. A partir daquele momento passou a existir entre eles uma afinidade tanta que a conversa deixou de ter um cunho amigável e passou a ser mais íntima. Ele ocultou sua face séria e ética, revelando-se um verdadeiro cavalheiro, educado e carinhoso.

 Cobria-lhe de elogios e palavras esperançosas, até lhe propôs casamento. Era tudo o que uma mulher perdidamente apaixonada precisava ouvir para se envolver completamente na sedução de seu conquistador, e Luís Guilherme, como ninguém, era hábil para iludir as infiéis que tratassem seu caminho. Ele às odiava com amargura de espírito, pois despertaram nele dolorosas recordações de tempos passados onde foi vítima de torturas emocionais quase insuperáveis. Amou demais várias das quais somente colheu desilusões.

Ele era um sofredor experiente em casos amorosos. Desde então aplicou-se a dar o troco a quantas atravessassem à sua frente, para àquelas que pretendessem trair seus parceiros com ele, seria implacável.  Ela teve coragem de, enfim, admitir estar perdidamente apaixonada e que tinha a pretensão de abandonar seu companheiro para viveram aquele caso de amor. Ele aceita, mas exige que antes ela se separasse do parceiro, o que é feito no mesmo dia. O cinismo da infiel era tão grande que mal separou-se do antigo marido e já se dizia pronta para se entregar ao novo namorado numa noite de prazer.

 Porém seu futuro carrasco foi prudente em combinar que passariam a sair juntos às escondidas por algum tempo e somente depois apareceriam publicamente. Afim de evitar ciúmes e consequentemente represálias por parte do rival. Saiam para motéis e lá realizavam todo tipo de loucuras sexuais. Ela enlouquecia a cada no encontro, pois mesmo sendo experiente como amante aprendeu com Luís coisas incríveis na arte de amar.  Sentia-se realizada todas as vezes que ele parecia virá-la pelo avesso, tudo era novo, diferente, cheio de emoção e com um prazer indescritível, como se estivesse vivendo num paraíso de infinitas possibilidades.

Ele lhe apertava o corpo delicado com uma força descomunal, fazendo com que um choque elétrico da cabeça aos pés fosse sentido. Colocando-a numa dependência louca por aquele abraço, pelo calor de suas carícias, ao ponto de perder o juízo e se jogar por inteira numa relação perigosa, cometendo suicídio na paixão que veio para matar sua alma e despedaçar seu coração.

 Na verdade, o que acontecia era que o caçador virou caça, ou seja, quem antes conquistava e depois esnobava, agora via-se presa a grilhões dos quais parecia ser impossível se libertar. O amor, talvez por cobrança pelas inúmeras ocasiões em que ela fez os homens reféns de sua paixão. O destino, por vingança, determinou seu intenso apego naquela nova paixão como quitação desta dívida. 

A cada novo encontro aumentava a dependência ao charme conquistador de Luís, que ao contrário dela lhe dava cada dia menos valor. Vera o amava loucamente, enquanto ele sentia nojo até de seus beijos, mesmo sem demonstrar, porque seu principal objetivo ainda não tinha sido alcançado, que era fazê-la pagar pelo mal causado a seus antigos companheiros. Ele surgiu no seu caminho com o objetivo de machucá-la ao ponto de vê-la sangrar o coração, tinha ódio mortal da forma leviana como ela se relacionava com os homens.

 E colocou-se na posição de juiz para condená-la a ser punida por sua hipocrisia. Era noite de natal e o mais novo casal combinou de aparecerem juntos em público pela primeira vez. Os vizinhos saberiam que Vera havia se separado de Paulo Sérgio para viver um caso com o esquisito Luís Guilherme.  Uma grande festa acontecia ali, na residência dos Moreiras uma grande quantidade de mesas e cadeiras foram postas para receber seus convidados, amigos e familiares se reuniram para comemorar a noite natalina com bebidas e guloseimas tradicionais, e os demais moradores da passagem Santa Clara também fizeram o mesmo.

 A rua inteira se confraternizava. Finalmente, para a surpresa de todos, os dois surgem de mãos dadas no cenário, surpreendendo toda a comunidade. Que sequer imaginavam existir tal possibilidade. Ele tido como um intelectual, pois tinha como hobby escrever livros, era um escritor conhecido nas redes sociais com centenas de seguidores. Mesmo ainda não tendo conquistado a fama tão esperada no âmbito literário. Ela, uma simples doméstica, que ganhava a vida prestando serviços para os ricos da cidade. Os dois desfilaram diante dos olhares surpresos das pessoas e de Paulo.

 Que mansamente aceitava a traição sem tomar qualquer atitude machista ou violenta, como talvez o próprio que a roubou dele faria se estivesse no seu lugar.  Vera e o novo namorado dirigiram-se para a residência de Joana, sua mãe, o objetivo era apresentá-lo a ela e às irmãs, visto que não possuía mais pai. Depois das apresentações procuraram se acomodar.

Diante dos olhares de desacordo dos parentes que não o viam de bom grado, assentaram-se ao redor de uma das mesas colocadas na calçada e ali permaneceram por grande parte da noite. Até que foram dormir juntos na casa de Mariana, filha de Vera, que até então morava sozinha, porém o imóvel pertencia a sua mãe. Na manhã seguinte era grande o comentário sobre o relacionamento do novo casal,

 Bem como da ousadia deles aparecerem em público naquela ocasião em que as famílias se reuniram para ações de graça. Onde a união e o amor deveriam estar acima de tudo, no entanto, uma mulher adúltera trouxe seu amante para afrontar a dignidade familiar de seus vizinhos. Indignados e doendo-se em defesa de Paulo, que teria sido absurdamente humilhado, depois de ter sido traído, sendo obrigado a tolerar tamanho abuso da infiel companheira. Decidiram ignorar Luís e tratá-lo com indiferença a partir daquele dia.

 Diversas vezes ele passou e tentou cumprimentar seus vizinhos, numa forma deles se aproximar, mas foi em vão. Durante muito tempo ele se manteve distante dos demais moradores, não se comunicava com ele e até lhes evitava. Agora optou por uma aproximação, mas foi rejeitado por causa de seu antigo comportamento cheio de orgulho e arrogância. Também pelo fato de ter sido o pivô da separação de Vera e Paulo, que antes faziam parte daquele grupo e todos os anos participavam dos banquetes que ali acontecia.

O que feria o senso de unidade familiar existente no pequeno grupo de amigos e casais que representavam. Indiferentes, sequer cumprimentávamos ao cruzarem pelo mesmo caminho. Os familiares de Vera seguiram o mesmo conceito de menosprezar o cunhado e genro, que na realidade pouco estava se importando com as indiferenças. Pois seu verdadeiro objetivo era sexo e vingança, queria mesmo era dar uma boa lição naquela mulher que por tanto tempo zombou dos homens.

Fingindo-se de injustiçado para ocultar suas verdadeiras pretensões, Luís vivia reclamando da forma desprezível como todos passaram a tratá-lo. Desde o início do namoro e isso levava Vera a tentar aproximá-lo dos parentes que ficavam mais distante daquela união, considerando-a inaceitável. Mariana, sua única filha, parecia ter aversão ao futuro padrasto, que lhe comia com um olhar cheio de malícias. Era uma jovem de bela aparência e de postura extremamente elegante. Sem levar em conta ser uma mulher fisicamente desejável e sedutora.

Por várias ocasiões ele a viu circulando dentro da pequena casa, usando apenas uma curta toalha de banho, deixando suas grossas coxas à vista ao passar da suíte para o quarto.  Cuja porta localizava-se de frente a apertada sala, onde ele ficava sentado a ver TV. Seus seios pequenos e pontudos, o excitava e ao perceber seu interesse ela apenas sorria.

A linda jovem parecia ser terrivelmente imoral, o namorado chegava no início da noite e só saía pela manhã, faziam loucuras naquele quarto. Em diversas oportunidades Luís e Vera conversavam e eles saiam do quarto, onde praticavam suas fantasias sexuais. E se dirigiram ao banheiro cobertos apenas a cintura e o busto. Permitindo aos observadores a clara imagem da safadeza que tinham acabado de praticar na cama ao lado.

 Estas coisas deixavam o novo visitante ardendo de desejos pela moça morena, de cabelos negros e longos, cintura de violão, toda empinada, que tudo indicava ser uma fornalha ardente de desejos. Sua mãe nada era de diferente, aliás, tudo indicava ser extraído dela tais características libidinosas filha. Já bastante excitado ao ficar observando a enteada, mesmo que ciente da impossibilidade de algum dia vir a possuí-la como imaginava. Ao chegar o momento de ir para a cama com Vera o fazia com uma disposição invejável, pois, além da excitação inicial ao sonhar em possuir aquela morena de bunda carnuda.

 A mesma mulher que planejava castigar lhe levava às alturas na cama. Realizava todas as suas taras e deixando-se ser dominada de todas as maneiras imagináveis por uma mente promíscua como a dele. Mesmo sendo um homem culto e ético quanto a dignidade numa relação, defendendo o respeito mútuo e odiando a infidelidade em todos os seus aspectos.  Isso não impedia Luís Guilherme de ser um amante da pornografia e de todas as formas de imoralidades sexuais existentes. E continuasse à procura de outras ainda por ele desconhecidas.

Se, por um lado, ele era uma pessoa rígida quanto a fidelidade às suas parceiras, mostrava-se inverso, quando o assunto era sexo. Inacreditável saber que no passado ele teria sido um dedicado pastor evangélico de uma conceituada igreja pentecostal. Lá ensinou por longos anos a respeito da santidade do corpo e da alma.  O indivíduo era tão imoral que gostava de atos masoquistas e sodomia era sua marca registada numa transa. Tudo isso, esse lado imoral e louco conquistou Vera. Que não tinha encontrado tais "atributos” em nenhum outro.

A cada nova noite de sexo, mais loucuras e intensos prazeres ela vivia ao lado daquele homem interessante e único em toda sua vida. Com o passar dos meses ela se apaixonava cada vez mais e se perdia no êxtase que aquele amor lhe proporcionava. Sem perceber caminhava a passos largos para um abismo sem fim. Luís Guilherme surgiu mesmo na sua vida como um carrasco na missão de lhe fazer sofrer. Mesmo que até ali isso ainda não era percebido.

 Aos poucos chegava o exato momento da punição, e o destino começou a preparar as coisas para o início de tudo. Certa noite Luís esquece o celular na residência de Vera, ao chegar em casa ele sente falta do aparelho e retorna para buscá-lo. Mas neste espaço de tempo ela ler as mensagens contidas no bate papo e descobre que o havia mais alguém entre eles, ficando histérica e dali em diante começou a haver grandes desentendimentos entre o casal que parecia viver um perfeito caso de amor:

 — Como pôde fazer isso comigo? Confiei plenamente em você, Luís!

 — Calma, meu bem, foi só uma conversa boba, sem importância alguma!

 — Sem importância? Estava pedindo fotos nuas daquela vagabunda e ainda tem a cara de pau para dizer que não era nada sério?

 — Ela me enviou umas fotos antes, e como eu tinha bebido um pouco acabei pedindo outras

 — Tínhamos combinado que não iriamos ficar de papo com outras pessoas e você colocou essa desavergonhada entre nós? Tem ideia da dor que estou sentindo dentro de mim? Meu coração está queimando de ódio, revolta e decepção!

  — Tenha calma, mulher, isso não é para tanto! Você está fazendo tempestade num copo d'água!

 — De agora em diante não tocarei no seu celular, pois não quero sofrer outras decepções como esta, porém, não permitirei que você também tenha mais acesso ao meu

 — Negativo, não vou manter esse tipo de relacionamento em que serei privado de ver com quem minha namorada anda conversando ou trocando mensagens nas redes sociais

 — E por acaso você tinha o direito de andar de papo com essa vadia, me traindo a confiança enorme que depositei nas suas promessas de amor? Não tinha, meu caro, mas fez e agora não terá mais o direito de impedir minhas amizades e nem lhe darei mais a liberdade de ter acesso as minhas conversas

  — Você está usando este meu pequeno deslize para refazer suas antigas amizades, isso sim!

  — Pequeno deslize? Você pediu para que ela lhe mostrasse a vagina aberta numa foto, seu desgraçado!

 Isso é pouco?

  — Já expliquei que estava bêbado, quando tive essa conversa!

  — Bêbado ou não estava ciente de seus atos e não vou perdoar essa traição, de agora em diante será assim, um não terá mais liberdade de tocar no celular do outro, dessa forma evitaremos maiores desentendimentos

  — Então está deixando claro sua intenção em alertar com seus amigos?

  — Não estou fazendo nada disso, simplesmente desejo ter o mesmo direito que você em poder me relacionar com outras pessoas e conversar com meus amigos, coisa que deixei de fazer para lhe agradar e agora me arrependo

  A discussão entre eles e termina e Luís vai embora irritado, enquanto Vera amarga sua raiva. Desde aquele episódio a relação entre eles teve mudanças, o feitiço virou contra o feiticeiro, mais uma vez, e Luís Guilherme passaria a colher frutos podres da má semente semeadas no percurso de sua vingança contra aquela que considerava merecedora de castigo. Verdadeiramente, apenas uma coisa ele sentiria falta no caso de um rompimento definitivo:  Seria sua intensa forma de ela de entregar na cama.

De todas as outras mulheres com quem ele tinha feito sexo nenhuma havia sido tão espontânea. Completa e passiva ao extremo de se permitir ser dominada pelo parceiro, durante o ato, sem impor seus próprios desejos. Permitindo que somente a vontade dele prevalecesse. Luís era amante da imoralidade sexual, para ele uma transa sem sacanagem não tinha graça.

Ao retornar para casa ele faz uma análise de tudo isso e percebeu o tamanho de seu erro, pois perder uma mulher boa de cama como aquela seria um enorme prejuízo, haja vista que poucas concordaram em ser dominadas na intimidade tão passivamente. Aos poucos o clima foi melhorando e com o passar dos dias o casal parecia ter se entendido, mas no fundo ficava no coração da rancorosa Vera a mágoa pela atitude traiçoeira de Luís. Assim, o relacionamento dos dois amantes passou a existir sob desconfianças de ambas as partes.

Pois ela achava que ele andava se envolvendo com a tal mulher das fotos, e ele imaginava estar ela de papo com outros homens pelas redes sociais. Quem sabe até marcando encontros e saindo com eles, pois trabalhava fora e em muitas ocasiões teria chegado em casa tarde da noite. Alegando ser por causa do trânsito, visto que dependia de transportes coletivos por não possuir um carro. No fundo, Luís Guilherme sentia que sua namorada havia sofrido uma mudança radical na maneira de ser e agir depois daquela decepção.

 Sem dúvida ainda o amava com todas as suas forças, pois continuava a se entregar a ele com a mesma paixão de antes. Satisfazendo seus caprichos sexuais sem medir esforços para vê-lo feliz e realizado, porém, era visível sua profunda decepção. Para piorar as coisas, como ele tinha por hobby escrever e já havia publicado vários livros. Apesar de ainda não ter feito grande sucesso como escritor. Fechou contrato com uma importante editora e passou a criar uma nova obra que consumia quase todo o seu tempo livre.

 Já não saiam, não passeavam como antigamente e ela cobrava demais atenção e surgiram novas discórdias por conta destas coisas. Devido toda essa mudança Vera se reaproximou de Paulo, seu antigo esposo, com quem viveu por quatro anos e o deixou para namorar Luís. A reaproximação se deu primeiramente através da troca de mensagens pelas redes sociais, onde ela desabafava seus problemas de ordem pessoal e sentimental. Ele a apoiava com palavras de incentivo para que deixasse o atual parceiro e voltasse a aceitá-lo em sua vida.

Mas, como ainda se via presa àquela louca paixão era impossível se afastar daquele grande amor que, apesar das decepções que lhe causava era o que mais desejava viver naquele momento. Sem que Luís Guilherme tivesse noção do que estava acontecendo, os dois voltaram a ser amigos e era diária a conversa entre eles, e como moravam em ruas próximas acabaram por se aproximarem diretamente.

 A relação com o namorado não ia bem e ela com Paulo refizeram uma sólida amizade, o que acabou resultando num triangulo amoroso, uma terrível traição, haja vista ter Luís pedido encarecidamente que Vera se mantivesse distante de Paulo enquanto fosse sua namorada. E contava com isso na relação. Pois, caso contrário, iria considerar a reaproximação dos dois, mesmo numa simples amizade, como uma infidelidade por parte dela. E esta exigência foi mantida até o dia em que ela descobriu que ele estava se relacionando com outra.

 E que lhe pedia fotos nuas pelo celular. Depois disso parou de obedecer às suas solicitações e passou a quebrar todas as regras impostas desde o início do relacionamento. Principalmente em manter novamente contato com o antigo companheiro.  Em várias ocasiões Luís Guilherme passou a desconfiar que Vera o traia com outro homem, porque percebia diferenças no seu sexo na hora da transa. Porém apesar de ficar uma semana inteira ausente, quando iam transar a vagina de sua namorada estava úmida e delatada.

O que indicava a recente prática do ato sexual. Se eles não dormiram juntos no período, era evidente que só poderia ter sido com outro. Então logo percebe estar sendo passado para trás, conhecendo o histórico de quem estava a seu lado. A primeira desconfiança caiu sobre Paulo, pois viveram juntos por muitos anos. Além disso vivia circulando pela rua, manteve contrato com os antigos cunhados e amigos da redondeza, sem contar o acirrado apoio que recebia dos vizinhos para que tentasse recuperar sua amada.

Sabendo destes importantes detalhes, não descartava a hipótese de ser ele o cara que comia no mesmo prato. E suas dúvidas realmente faziam sentido e tudo seria esclarecido num futuro bem próximo.  Por outro lado, ela passou a sair aos sábados com a cabeluda história de que iria trabalhar num sítio da patroa, seriam horas extras que faria por solicitação expressa da mesma, mas havia controvérsias em suas palavras ao tentar dar explicações a Luís, e ele percebeu que ela estava mentindo.

O erro dela foi o fato de dizer que os patrões estavam gastando muito dinheiro com a reforma da propriedade e semanas depois voltar a fazer comentários. Fala sobre o mesmo assunto e afirmar que eles estavam de repentina mudança para o exterior, pois a filha mais velha iria fazer faculdade nos Estados Unidos. Ora, como gastariam tanto na reforma de uma propriedade e em seguida iriam embora?

Como poderiam sair do país, se nem a venderam ou alugaram, permaneceriam as obras inacabadas? Sim, nesta controvérsia de informações ela acabou se entregando. Ficou claro que não estava indo para o trabalho e sim, passando o dia com o amante em algum lugar. Mesmo com a intenção de punir Vera pelas safadezas praticadas contra todos os amantes que teve antes dele, Luís aprendeu a ter paixão por ela. Mesmo não querendo se envolveu demais e agora sofria com ciúmes.

 As discussões eram frequentes e sempre giravam em torno do mesmo assunto. As desconfianças de traição por ambas as partes. Evidente que Paulo não era nem um pouco atraente ou de boa aparência.  Não passava de um homem com pequena estatura, negro, magro e sem qualquer expressão intelectual que competisse com tudo aquilo que Luís Guilherme tinha a seu favor. Mas mesmo assim lhe causava insônia pensar que ele seria aquele que pegava sua namorada às escondidas.  Até porque perder para alguém sem nada de especial era bem pior que ser trocado por outro acima das suas qualidades.

  A verdade dura e crua era que Vera estava mesmo indo para a cama com os dois. Apesar de amar loucamente o atual namorado, fazia sexo com o anterior. Fazia isso para sentir-se vingada da infidelidade sofrida, como dizia uma música grega: " Mulher não trai, se vinga". A convivência do casal piorava a cada nova manhã e o triângulo amoroso permanecia. No entanto Luís se mantinha fiel e nunca foi para a cama com outra, seu único vacilo foi ficar de papo com aquela garota nas redes sociais e pedir dela fotos sensuais.

 Certa noite, quando saia da casa de um vizinho, deparou-se com Vera tarde da noite, dizendo estar vindo de uma igreja evangélica. Onde, segundo ela, teria ido a convite de uma amiga. A intuição masculina logo o advertiu que ela estava com um amante em algum motel e acabou se atrasando no horário. Houveram brigas, ele foi para casa irado de ciúmes, estava apaixonado e sofrendo por quem deveria humilhar e vingar os que antes dele também foram traídos.

 Coisa de homem machista. Mas o que acabou acontecendo era que ficou preso no visgo que ele mesmo criou. Amargurado, passou a frequentar o barzinho da esquina, onde muitos ébrios se reuniam para afogar as mágoas. Ali, ele e os novos amigos de copo passavam horas conversando e bebendo cervejas, aos poucos tornou-se um viciado, embriagava-se diariamente.

Os demais moradores da rua o criticavam, deixou de ser visto como uma pessoa culta, reservada e inteligente, para ser considerado um cachaceiro qualquer. Vendo o estado lastimável em que ele se encontrava, ela decidiu intervir na sua conduta, indo várias vezes buscá-lo no local e falando-lhe ameaças de que se não deixasse a embriaguez e as más companhias com quem andava ela desistiria do relacionamento e ele a perderia para sempre, mas suas ameaças não surtiram efeito e Luís Guilherme prosseguia no vício.

 Isso levou Vera a se entristecer demasiadamente. Ela traiu o namorado mesmo estando perdidamente apaixonada por ele, era um ato bobo de vingança, porém ele nunca se entregou a outra mulher durante todo o tempo em que estiveram juntos. Permaneceu firme na decisão de não se tornar um traidor. E foi por se sentir injustiçado que buscou no álcool uma forma de superar a dor que sentia, desde o vacilo que deu, perdeu a confiança e o respeito daquela que o amava loucamente.

 E mesmo que este amor ainda permanecesse vivo dentro dela já não conseguia manter-se fiel a ele. Cansada de ver o estado deplorável em que ele se encontrava deu um ultimato: Ele caia se apercebia e mudava de atitude ou estaria tudo acabado. A pergunta que Luís se fazia era se valeria mesmo a pena atender o pedido de uma mulher insensível. Que, mesmo jurando amá-lo não foi humilde o suficiente para perdoar seu erro. Passaram-se seis meses e a situação só se agrava, Luís tornava-se mais e mais dependente do álcool, suas noites de prazer se transformaram em simples transas sem aquele antigo sabor gostoso que a encantou.

 Agora tudo não passava de um sexo mecânico, penetrações insípidas, sem o mesmo tesão de antigamente. Algumas vezes ele apenas deitava na cama e dormia por estar demasiadamente embriagado e isso a deixava furiosa. Sem prazer nada fazia sentido numa relação, para ela e era exatamente onde ele estava falhando. Naqueles dias de seca sexual, ela amanhecia revoltada, dando patadas no vento. 

Chamando palavrões a tudo e a todos, e voltava a dizer que a bebida ainda iria separá-los. A única solução para acalmar sua escassez era procurar Paulo, o amante de quem noutra época foi esposa. Luís perdia para o mesmo indivíduo de quem a tomou por pura negligência em seus deveres como homem, que era lhe dar o prazer do qual necessitava. Tornou-se cego pelo ciúme e pela desconfiança, coisas que não a impediram de traí-lo, e perde-la por completo.

 Ele a acostumou daquela maneira, numa intimidade avassaladora, tempestuosa, inflamada pelo desejo sem limites, levando-a a mais intensa realização sexual, e de repente esfria, caem numa rotina absurdamente insuportável e permite com que ela vá saciar suas taras noutros braços. Porém, nem Paulo é capaz de apagar a fornalha que queima constantemente em suas entranhas, porque ela era uma mulher dominada pela vontade desregrada de ser possuída sexualmente a todo instante.  Mas uma força maior passou a existir dentro do peito, e ele aprisionava seu coração.

 E fazia isso de forma mais intensa que o desejo que antes a motivava pelo sexo, tornando-a uma dependente daquele homem de quem não conseguia mais esquecer. Mas ela era extremamente orgulhosa, portanto, nem todo o amor que sentia a impediria de terminar o namoro e se afastar do homem que amava, devido a forma como vinha se comportando. Era novembro, completava um ano de convivência ao lado de Luís, mesmo numa relação conturbada e ao mesmo tempo a mais prazerosa de todas que viveu antes.

 Ela, então, decide convidá-lo para ir a sua casa pela última vez, queria fazer muito sexo naquela noite de despedida. Ele aceitou o convite e ficaram juntos até o amanhecer. Não pregaram os olhos, praticando todas as sacanagens das quais sabiam e gostavam de fazer. Eram dois escravos do prazer intenso e selvagem. Na manhã seguinte, quando havia retornado para sua residência, recebeu dela um telefonema, explicando-lhe que daquele dia em diante estaria tudo acabado entre eles e que não mais seriam namorados.

Surpreso com a decisão da namorada em terminar o relacionamento entrou em desespero e passou a insistir para que ela considerasse, mas encontrou resistência e não teve mais acordo. Ficaram separados por vinte dias, ela às escondidas com Paulo e ele enchendo a cara no barzinho da esquina. Na noite de natal ela passou ao lado da família e ele com os novos amigos de embriaguez.

 Na entrada de ano lá estava Luís embriagando-se e Vera abraçada com o amante na frente de todos os moradores da Passagem Boa Esperança.  Enquanto festejavam a reconciliação do casal, pois ela teria trocado Paulo por Luís a um ano atrás. Atitude inaceitável pelos amigos, vizinhos e familiares. Naquela ocasião presenciava-se a completa humilhação daquele que pretendia castigar as infidelidades de uma mulher vadia e infiel, no entanto ainda não era o fim.

 Apenas o começo de uma nova história para os dois. Consciente de ter perdido a batalha ao tentar reconquistar a namorada que desistiu dele por conta dos exageros cometidos durante meses.  Sem dá ouvidos a suas súplicas para que parasse de trocá-la pelas mesas dos bares. Onde colocou a cerveja e o whisky como seu maior prazer, Luís afogou-se ainda mais no vício. Ele desceu ao mais baixo nível que um ser humano poderia chegar. Certa vez andava embriagado pela rua, sendo observado pelos moradores que discordavam de sua decadência.

 Quando de repente tropeçou e caiu de cara no chão, servindo de piada e risos críticos da plateia que o observava. De imediato refez-se do ridículo e levantou-se da queda sofrida. Devido a bebida em excesso mal ouvia os risos de escárnio dos populares em redor. Alguns ainda ousavam pronunciar palavras de zombarias, como: "Perdeu a moral, está na pior!". Até um dos tais "amigos" de bar, que estava reunido com a esposa e filhos no momento do tropeço. Ao invés de ajudá-lo a erguer-se do chão foi o primeiro a zombar dele.

Este acontecimento serviu para despertar em Luís Guilherme o aguçado senso de moral e caráter que tinha como pai e imaginou quão grande seria a vergonha que causaria a seus filhos. Naquele instante, se eles estivessem presentes ali, presenciando tamanha decepção. Ao chegar em casa olhou-se num espelho ali exposto. Em seguida disse a si mesmo que daquele momento em diante não tocaria mais em bebidas alcóolicas. Que jamais voltaria a ser alvo de chacotas de quem quer que fosse.

 No dia seguinte retornou ao local onde por vários meses esteve reunido com os falsos amigo. E repreendeu a atitude do colega por sua insensibilidade ao zombar de sua desgraça, quando deveria tê-lo ajudado a erguer-se da queda.  Após romper com as falsas amizades, voltou a escrever um novo livro, onde contava a seus leitores tudo o que viveu nos últimos meses e o publicou no prazo de apenas quarenta dias.

Alcançando uma quantidade expressiva de vendas aos leitores. Luís, com esta determinação, conseguiu sacudir a poeira da insignificância em que se encontrou antes e deu a volta por cima. Acabou mostrando a seus inimigos e a todos quanto se alegraram com sua derrota. Que com fé e esforço próprio é possível mudar todas as coisas e colocar a sorte a nosso favor. Em pouquíssimo tempo fez grande sucesso.

 E após esse enorme sucesso como escritor conheceu alguém bastante especial, era de Maria Júlia, uma mulher dinâmica e realizada financeiramente, mas que vivia à procura de um grande amor. Uma grande e sincera amizade surgiu de imediato entre os dois e passaram a se ver com frequência o que contribuiu para criar uma forte afinidade entre eles. Agora com a nova namorada que passou a incentivá-lo a deixar a bebida e dedicar-se a escrever seus livros, bem como procurar ter uma vida mais saudável.

 Luís aos poucos foi retomando a antiga rotina e seus críticos perceberam uma rápida mudança em seu comportamento. Ao saber das transformações ocorridas naquele que desprezou, invés de ajudá-lo a superar suas fraquezas, Vera arrependeu-se de tê-lo abandonado. Logo percebeu que ainda trazia no coração uma grande paixão por ele. Uma descoberta tarde demais, pois agora existia outra no seu lugar. Assim como ocorreu de ele tentar correr atrás do prejuízo, insistindo para que ela perdoasse seus erros e o aceitasse de volta.

 De igual maneira ela passou a implorar pelo menos sua amizade. Enviou-lhe mensagens, deu telefonemas, manda recados, tudo sem nenhum resultado. As pessoas passaram perceber o desespero daquela mulher ao querer recuperar o que lançou fora, Paulo se indignou ao saber que ela andava correndo atrás do outro e sentiu-se corneado pela segunda vez, e pelo mesmo homem, revoltado terminou o relacionamento.

 Sozinha, bateu a solidão e o vazio durante as noites frias daquele inverno, que lhe faziam remoer em silêncio o erro cometido. Enquanto Vera amargou o desprezo, Luís Guilherme e Maria Júlia se entendiam muito bem em todos os aspectos, possuíam os mesmos sonhos e ideais, e até na cama se completaram. O que era uma grande preocupação dele, pois lamentava ter perdido a antiga namorada exatamente por ser ela passiva a seus caprichos sexuais.

Mas, para sua surpresa, a nova companheira era até mais interessante, pois se a outra fazia tudo na cama para agradá-lo, ela tudo fazia por prazer, porque realmente gostava.  Logo na primeira transa ele não demonstrou sua inclinação às sacanagens que lhe eram agradáveis, temeu que ela o rejeitasse por isso e partiu para o tradicional papai mamãe. Ela de imediato condenou a atitude arcaica do namorado, exigindo-lhe um melhor empenho sexual:  

 — Me desculpe, pensei que você não fosse concordar com minhas preferências em termos de sexo, então optei por uma transa mais formal

 — Pois me mostre quais suas preferências e veremos se aprovo

 — Tudo bem, apenas se deixa ser dominada sem qualquer reação ao que passarei a lhe propor a partir de agora

— Estarei aqui, pronta para receber você, meu amor! Venha, me possua do jeito que gosta!

Luís Guilherme era mesmo um homem de sorte, acabou de perder uma mulher que lhe permitia fazer dela o que bem entendesse na cama e pensou ter mesmo jogado uma parceira entanto para fora de sua vida, mas para surpresa surge Maria, mais jovem, linda e com o mesmo tesão que ela, e com uma diferença espetacular: Iria praticar as mesmas loucuras sexuais com ele porque gostava e não apenas para agradar o ego de um parceiro exigente. Nenhum de seus amantes anteriores tinham lhe proporcionado tamanho prazer.

 Muitos fizeram sexo oral com ela de forma interessante, mas nunca com tamanha excelência, alcançando o clímax do orgasmo naquela maneira de amar. Tinha bastante experiência sexual, mas tudo ali para ela era novo, nenhum outro teria explorado tanto seu corpo. A maior preocupação dele era se no final daquela sodomia toda ela ainda iria querer continuar o namoro ou se desistiria, devido a maneira louca como ele buscava prazer.

No entanto, para sua alegria, ela simplesmente o beijou ardentemente e se disse estar tarada, querendo mais daquela novidade.  Jamais um de seus amantes tinha feito sexo oral daquele jeito, era sempre do modo tradicional, mas Luís fez de uma maneira diferente. Nos dias seguintes eles se amaram ardentemente e tornou-se quase insuportável ficarem distantes um do outro, pois a saudade apertava e a sede de se entregar aos desejos mais intensos era imensa.

 Em contrapartida, Vera colhia os frutos de sua decisão precipitada, obtendo como resultado a solidão que lhe corroía por dentro igual a um câncer enraizado no seu sangue. Após abandonar Luís e perder Paulo o que restou foi a dor de ver seu homem entregue nos braços de outra bastante feliz.

 Enquanto ela convivia num completo isolamento sentimental. O trabalho, as amizades que ainda lhe restaram e tudo aquilo que existia a seu redor não eram suficientes para preencher o vazio que inevitavelmente transformou sua existência num deserto, sem a água do amor para refrescar seu coração arrependido. Paulo também encontrou uma nova companheira que contribuiu grandemente para sua felicidade.  E, também, para o esquecimento da paixão que certamente ainda sentia por aquela que o feriu por duas vezes.

 Solitária, ela passou a frequentar igrejas evangélicas na companhia da mãe à procura de paz interior. Precisava de conforto para sua alma, esperança de dias melhores. Havia uma forte angústia em sua alma. Mesmo depois de expulsar a Luís Guilherme de sua vida permaneceu como uma amiga dele algumas semanas. Conversavam através das redes sociais, mas ao conhecer a mais nova namorada ele decidiu recusar a amizade e virou-lhe as costas.

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