O amor vencera
Não tive coragem de ir trabalhar naquele dia, pois, eu estava muito para baixo. Busquei logo dois comprimidos e pensei mais de uma vez em tomar todas as cápsulas. Como uma tentação, aquelas coisas coloridas pareciam à única solução. Bastava tomar umas 10 ou 15 e pronto.
Você dorme e não levanta mais, resolvido! Peguei todas elas e coloquei sobre um pires. Devia ter uns 40 comprimidos. Tinha de tudo, de relaxante muscular ao antidepressivo de tarja preta. Eu estava estranhamente confiante que aquilo tudo acabaria com minha dor.
Peguei um copo com água e coloquei ao lado. Tentei decidir se tomaria tudo de uma vez ou apenas a metade.
Reginaldo e Elizabeth finalmente alcançaram seu objetivo inicial, o tão sonhado casamento. Embora os seis meses originais tenham se transformado em anos, o casal conseguiu – aos trancos e barrancos – forjar sua aliança de amor e dar um passo para a vida juntos.Até aí, parecia que a Grande Roda da Vida encontrara finalmente seu curso, deixando que Beth e Regi andassem com suas próprias pernas, em seus erros e acertos. Contudo, certas coisas mais adiante revelarão novos desafios ao casal.Para Reginaldo, o destino lhe reservará surpresas boas e más nos anos que seguirão, embora ele não perceba em parte – apesar de que, ao fazê-lo – pensará que está em vantagem diante da Grande Roda da Vida... Ele terá nas mãos pesos e medidas bem diferentes, tendo que decidir o destino de cada um deles.Quanto à Elizabeth, sua felicidade ao
Será possível que duas pessoas desconhecidas se encontrem duas vezes no mesmo dia, mas em situações diferentes? Até pode, desde que estejam fisicamente ali. Contudo, nessa história, ambientada em 2003, algo que parece improvável e, dependendo do ponto de vista, até impossível, aconteceu. Mas isso não é o ponto em questão. Com tantas “coincidências” que surgem após o insólito encontro, Reginaldo e Elizabeth acreditam mesmo que estão destinados a ficar juntos. Será? Que “força” é essa, narrada por ele, que manipula para que tudo gire em torno deles? Será amor ou outra coisa? Como ele mesmo diz: “Não existe coincidência”. Sim, há algo no ar e não é o acaso. Existe, mas ele não compreende. Coisas do passado que manipulam o futuro. Futuro? Haverá algum? Reginaldo, sem sorte com as mulheres, se deparara com uma verdadeira “ninfa”, que lhe apareceu de uma forma pouco ortodoxa. Ele se pergunta: “O que ela viu em mim?”. Elizabeth, que já
Não existe coincidência A sala era grande, coisa de casa antiga. Ao redor, móveis que pareciam ter saído de um museu. Na parede sem janelas, havia uma lareira, contudo, não fazia tanto frio assim e muito menos nevava em Santos. “Isso é coisa de inglês”, eu pensei. Havia ali três sofás de couro marrom e uma mesa de centro, em mogno. Nela havia um cavalo de bronze, que mais tarde eu saberia de onde viera e por qual motivo estava ali. Com um blazer preto, eu estava de acordo, contudo, aquele momento era para mim crucial, em frente à tal lareira. Ao lado direito, numa das poltronas, Joseph parecia um lorde inglês. Alto e loiro, com traços britânicos, olhav
Meu mundinho O domingo amanheceu de um jeito diferente... Era o primeiro dia em que eu acordara sob os cuidados de outra pessoa, que não fosse a minha mãe, é claro. Agora pertencia a ela e aquele sentimento me deixava muito feliz. Antes que eu pudesse chegar ao banheiro, meu celular tocou. Levei um pequeno susto, mas sabia quem podia estar ligando naquele momento. — Bom dia! Tudo bem com o senhor?
Preparando meu espírito Segunda. Meu dia começou cedo, como sempre. Tomei um justo banho, mas muito a contragosto, visto que desejava nunca mais perder aquele cheiro dela em mim... Estava disposto a começar a semana diferente. Longe do passado, que morrera naquela manhã de sábado. Queria rever muitas coisas e ter todo o tempo do mundo para ela. Quando estava no ônibus, meu telefone tocou. Claro, quem mais poderia ser? Beth deu-me um “bom dia” caloroso! Fiquei feliz de ouvir a voz dela. Não coincidentemente, ela também estava num ônibus, indo para seu trabalho. Elizabeth trabalhava no escritório de uma construtora. Seu pai, Joseph, já fora só
RevelaçãoNão sei o que pensaria Sir Joseph se me visse em seu “castelo”. Sua casa era grande e antiga, parecia dos anos 30, mas a arquitetura tinha influência inglesa.O muro de pedra com mais ou menos 1,5 m de altura tinha grades grossas de ferro esverdeado e um portão pequeno em forma de arco, no lado esquerdo da entrada. No direito, um portão grande, também em forma de arco. Em todos eles, lanças pontiagudas tentavam desanimar o alheio...Na entrada dos carros havia um pavimento de pedra que servia de caminho para os veículos e ia dar na garagem ao fund
Turno da noiteMeus pensamentos e devaneios se acabaram quando Kelly chegou. Tinha um semblante de satisfação, pois sabia que a mãe de sua amiga logo estaria em casa. Aliviada, a ruiva chegou até mim e disse:— Ela está bem e logo vai sair. A Li te contou né?Respondi que sim e indiquei a saída para que pudéssemos voltar ao “castelo inglês”. No caminho para o estacionamento eu não dissera nada, porém, quem iniciou a conversa fora ela.— Reginaldo, queria te dizer algumas coisas...Olhei-a e balancei a cabeça, concordando.— Antes de tud
“Naquele lugar especial”Acordei cedo, como de costume. Olhei pela janela e o tempo continuava tão feio quanto no dia anterior. Antes de começar o dia, refiz meu pensamento e disse a mim mesmo: “tenha calma, será um dia sem ela”.Lembrei-me da camisola e achei-a debaixo do meu edredom. Ainda sentia o perfume de jasmim e o doce cheiro de Elizabeth. Apesar de sua ausência momentânea, eu estava alegre. Tomei um bom banho, me agasalhei bem e fui para o ponto de ônibus. Ao sair, olhei para meu Fusca com ar saudoso...— Ah! Quantas aventuras, não é mesmo, meu companheiro?Disse isso para eu mesmo