CAPÍTULO 04 - PROFISSIONAIS?

Ao adentrarmos, Phil nos aguardava no saguão do prédio, enquanto todos os funcionários observavam nossa chegada conjunta, alimentando boatos infundados sobre uma possível relação devido às nossas frequentes horas extras na editora. No entanto, eu não permitia que esses rumores me abalassem, pois estava ali com o objetivo claro de construir minha carreira, ignorando fofocas sem base.

O CEO dirigiu-se diretamente à sala de reunião sem dirigir a palavra ao escritor. Decidi parar diante dele.

— Bom dia, Sr. Phil. Pedimos desculpas pela demora; tivemos um contratempo com o carro. — Sorri educadamente, mantendo a cordialidade. — Poderia, por gentileza, me seguir por aqui?

Phil respondeu provocadoramente, sorrindo.

— Quanta formalidade, Lis. — Ele provocou. — Não conhecia esse seu lado!

— Fale baixo. — Encarei-o quase fuzilando. — Aqui, sou a Sra. Elisabeth para você.

— Tá bem, tá bem, Senhorita! — Revirou os olhos e me seguiu. — Ele disse algo sobre o meu livro?

— Não é assim que o Sr. Patrik funciona. — Suspirei. — E como ele funciona? Alguma dica de como devo me portar? Será que ele vai gostar das minhas obras?

Phil parecia nervoso com a reunião, e parei a centímetros da sala de reunião, virando-me para ele.

— Você se sairá bem; suas obras são incríveis. — Pousei as mãos em seus ombros, tranquilizando-o. — Seja você mesmo, apenas mantenha a cordialidade e não fale por cima quando ele estiver falando!

— Obrigado, Lis... — Ele sorriu animado. — Digo, Senhorita Elisabeth.

— Exatamente! — Pisquei para ele, voltando para a porta e percebendo que o CEO me encarava através do vidro da sala.

Sentados, abri uma pequena apresentação na tela narrando as obras literárias que Phil escrevia e seus destaques, destacando seu talento no gênero de terror, que havia cativado o público no meio digital.

— Interessante, Sr. Phil, há quanto tempo escreve? — A voz empoderada do CEO ecoou, fazendo o escritor estremecer levemente.

— Há 5 anos, Senhor Morgan. — A voz tremula do rapaz não passou despercebida.

— Por que terror? — Patrik arrumou sua postura, tornando-se mais ameaçador.

— Por que não, Senhor? É um tema complexo, porém fantasioso, ótimo para ser explorado e com amplas possibilidades para o cinema! — Explicou o jovem escritor. — Também tenho afinidade com o assunto; acredito que, por isso, consegui abordá-lo de maneira única, proporcionando aos leitores uma dinâmica diferenciada na escrita.

— Tenho uma pergunta para você, Sr. Phil, e se a resposta me agradar, partirá daí um contrato no qual nossa editora o treinará profissionalmente para o mundo físico. — O CEO fez uma pausa significativa. — Como bem sabe, nem todos os escritores possuem a aptidão necessária para este desafio literário.

— Claro, Senhor Patrik. — Phil apertou as mãos sobre a mesa, tentando adotar uma postura confiante. No entanto, meu chefe era analítico demais e já havia percebido seu temor diante dele.

— Você conseguiria escrever sobre outros temas? — O Sr. Morgan sorriu, avaliando-o.

— Outros temas... Quais seriam de interesse da Editora? — Phil arqueou as sobrancelhas, intrigado.

— Erótico! — Ele falou sem escrúpulos ou vergonha.

Quase caí para trás, arregalando os olhos. Prendi a respiração enquanto analisava os dois homens na sala; o CEO mantinha seus olhos firmes nos meus.

— Está falando sério? — Phil se encostou na cadeira, como se tivesse perdido o raciocínio. — Perdão, Sr. Morgan, por que uma editora tão ilustre se interessaria por este tema?

— E por que não? Apreciamos todas as emoções e reações que podemos proporcionar aos nossos leitores. Uma pesquisa recente deixou claro que o romance erótico está em alta, pois o contato humano e a sedução parecem estar em falta neste mundo. — Patrik sorriu, batendo a caneta na mesa. — E então?

— Eu... — Phil suspirou, chateado. — Não posso me comprometer com isso. Não tenho aptidão para tal tema ou afinidade. Creio que não conseguiria desenvolvê-lo de forma adequada.

— Obrigado por sua honestidade, Sr. Phil, e por seu tempo! — O CEO se levantou, erguendo as mãos na direção do escritor, que estava visivelmente abatido.

Quando ele saiu da sala, encarei meu chefe.

— Senhor, por que disse isso a ele? Aceitamos diversos temas; essa é a nossa diferença. O que torna uma história atraente é a forma de escrita e o envolvimento nas palavras. — O encarei, sentindo pena do meu pobre amigo.

— Se este é o tipo de homem com quem você se envolve, não me surpreende que não saiba ser profunda na hora do ato. — Patrik deu de ombros, colocando as mãos nos bolsos. — O que viu nele?

— O quê? — Arqueei as sobrancelhas, intrigada.

— Vi a forma como o tratou antes de entrarem... — Aproximando-se perigosamente, ele me pressionou atrás da porta, provocador. — E então, eram amantes?

Senti minha face corar e meu corpo tremer.

— Sr. Patrik, com quem saio ou já saí não diz respeito a você. — Suspirei, tentando me recompor. — Apesar disso, Phil é apenas um grande amigo, nada além disso!

— Interessante, ele parece gostar de você! — Patrik roçou os lábios nos meus. Coloquei a mão em seu tórax firme, empurrando-o, enquanto olhava ao redor com medo de que algum funcionário presenciasse seu pequeno espetáculo provocador.

— O que pensa que está fazendo? — Cerrei os punhos, irritada, ao empurrá-lo e abrir espaço. — O Senhor não pode me assediar assim. Quer que falem de mim pelos corredores? Vai acabar com a minha reputação!

— Então o problema é os outros verem o que fiz? — Patrik sorriu sedutoramente, passando a língua nos lábios. — Seu amigo foi aprovado. Envie o contrato e o prepare para o treinamento em nossa editora.

— Ele foi? — Arregalei os olhos. — Mas o senhor disse...

— Estava testando-o, queria saber se ele escrevia por amor ou por dinheiro. — O CEO olhou duro em minha direção. — Se fosse pelo dinheiro, cederia a qualquer tema, indo contra seus próprios princípios.

— O senhor acha... — Engoli em seco, percebendo o que estava prestes a dizer, calando-me imediatamente.

— Não acho! — Ele respondeu como se compreendesse as palavras não ditas. — Na verdade, o romance erótico é um tema difícil de trabalhar, e poucos são os escritores talentosos que compreendem a essência do tema. Respeito profundamente aqueles que escrevem, quebram tabus e ultrapassam suas próprias barreiras!

Piscando em minha direção, Patrik se aproximou novamente, fazendo-me ceder alguns passos para trás até cair na cadeira executiva. Ele se agachou à minha frente, colocando as mãos sobre meus joelhos.

— E estou curioso quanto ao restante do seu livro, Sra. Lis... Vamos trabalhar neste projeto todos os dias após o expediente, e não se preocupe — Sorrindo sedutoramente, ele acrescentou — Suas horas extras serão bem recompensadas.

Apertando um pouco mais acima nas coxas, ele se levantou e saiu da sala, deixando-me paralisada e excitada com suas palavras.

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