Capítulo 3...Nada de bebês

Parte 3

Emma

Eu me sinto perdida e com muito medo do que vai vir para mim no futuro. Meu coração está pesado. Eu não queria deixar Alessandro, mas tenho que fazer isso antes que nossa relação chegue a um ponto em que ficaremos com raiva e mágoa um do outro.

Não estamos brigando, mas não estamos conversando também. Nem mesmo a parte íntima de nosso namoro está da mesma forma. E isso me deixa confusa.

Será que eu fiz errado em transar com ele logo no início? Eu não sou de fazer esse tipo de coisa. Só tive dois namorados antes de Alessandro e não fui para a cama com eles logo no começo, levou um tempo. Com Alessandro eu nem parei para pensar nisso direito.

Me senti muito atraída por ele e talvez pelo modo como eu o conheci, ficou em minha mente que ele era um homem diferente de todos o que eu já tinha conhecido.

Só que agora, eu não tenho como saber se errei em ir para a cama com ele logo de primeira, porque não vou comentar com Isabella e Lívia sobre isso. Eu não vou estar aqui para isso.

Preciso sair do apartamento e me afastar, porque se Alessandro começar a falar, eu vou acabar desistindo e depois, quando eu revelar que estou grávida, ele mesmo vai querer que eu saia. Não vou esperar por isso. Seria muito mais difícil para mim.

Veio tudo de uma vez para cima de mim e minha mente ficou pesada. Descobri que eu sinto muito mais do que atração por ele e por isso mesmo, ele sempre consegue me derrubar, mesmo quando discordamos de algo. Ele vem com seu jeito diferente, charmoso, sexy e eu acabo cedendo.

É isso que eu não quero agora. Ceder. O que vou dizer a ele depois, quando souber que estou esperando um filho dele? Alessandro tem um temperamento forte e às vezes, até um pouco rude. Usamos proteção, então isso não deveria ter acontecido. Como vou fazer para ele acreditar em mim?

Ele é muito rico, nem faço ideia de quanto, mas sei que não precisa de dinheiro. A casa da mãe dele, onde Isabela vive com o marido, é linda. A propriedade é muito grande, elegante, com uma decoração cara. Todos eles têm muito dinheiro.

Imagine o que ele e a família podem pensar? Que eu quis dar o golpe da barriga nele. É claro! Eu sou uma imigrante, sem emprego e que apenas faz faculdade. E hoje em dia, paga por Alessandro. Ele me deu um cartão de crédito para usar da forma que eu quiser, quantas vezes quiser. Me deu um carro absurdamente lindo e caro, que eu nem mesmo sei dirigir direito.

Está até parecendo aquelas histórias de mulheres golpistas, que dão em cima de um milionário e se casam para ter vida boa.

Paro ao lado da grande janela e olho para baixo. Eu vou sentir falta dessa rua, do movimento dos carros, mesmo de madrugada, quando passam fazendo barulho com suas descargas altas.

Suspiro alto e seco os olhos marejados. Não posso ficar aqui chorando, perdendo tempo. Eu não posso estar aqui quando ele retornar. Mas estou emocionada. Minhas mãos tremem e continuo com vontade de chorar.

Com certeza eram os hormônios os culpados. Meu corpo agora está cheio de hormônio e a cada dia só vai aumentar. Eu raramente choro, é bem difícil. Aliás, eu só comecei com essa vontade de chorar por tudo, depois que descobri minha gravidez. Até pelos cantos do apartamento eu choro, sem ele me ver.

Porém, eu não posso apenas sair da vida dele assim. Talvez eu deixe uma carta explicando, em cima da cama. Ou talvez presa na porta da geladeira. Eu não sei realmente. E mesmo não estando aqui para saber o que ele vai achar quando souber, ainda assim eu tenho receio da reação dele.

Eu não sou ingrata. Ele é muito bom para mim em muitas coisas. Apenas nos últimos dias isso veio a mudar. E desde o começo nos damos bem. Na cama e fora dela também. Alessandro é solto, é engraçado, inteligente, carinhoso e excelente na cama. Ou em outros lugares também. Para ele, qualquer lugar serve para deixar rolar.

Nós conversamos muito, sobre vários assuntos, mas nunca falamos sobre sermos fiéis um ao outro e menos ainda em casamento. E sobre filhos, eu já sei que ele não tem vontade de ter.

Nas poucas vezes em que o assunto surgiu, ele sempre fez piadas sobre a chatice e dificuldade de se ter uma criança. Reclamou sobre perder a liberdade. Acho que isso quer dizer que ele não tem mesmo interesse em ser pai.

Eu até me lembro de uma vez, em um restaurante, quando ele viu uma mulher se desdobrando para fazer a criança calar a boca e não incomodar os outros clientes. A cara dele foi de desagrado com a cena.

— Nossa, detesto criança chata e mal educada – ele disse olhando para a cena em nossa frente — Os pais deveriam deixar essas pequenas pestes em casa.

— Não sabemos o que houve, Alessandro. De repente, ele só está com algum problema... Talvez uma dor... – eu senti pena do menino que chorava e mais ainda da mãe, que tinha uma expressão de vergonha.

— Ah, que nada... – ele fez um bico e torceu o nariz — Eu não quero ter filhos. Crianças dão muito trabalho, ocupam nosso tempo e acabam com a relação dos pais – balançou a cabeça.

Ouvir isso, mesmo sem saber que eu estava grávida, me deixou um pouco sem graça e não me animei em fazer amor com ele, quando voltamos para casa. Eu dei uma desculpa. Nesse dia eu vi que Alessandro não tinha tantos pensamentos iguais aos meus, como eu achava.

Eu não tinha intenção de ter um filho nos próximos anos, mas eu queria sim. Quero ter pelo menos três. Eu sempre quis, desde pequena. Até como uma forma de escapar da solidão que eu sentia.

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