Acordo com uma forte dor de cabeça, meu peito dói, minhas mãos também, bom, para ser sincera todo meu corpo está pesado e dolorido. Um estranho vazio consome cada parte do meu ser e a tristeza domina meu coração.
Abro os olhos com dificuldade gemendo com a claridade que recebo em meus olhos. Levo as mãos até o rosto para afastar a luz que insiste em machucar minha retina e me surpreendo ao sentir minhas mãos enfaixadas.
Passo os dedos sobre as fitas e faço uma careta ao sentir sensibilidade em certos locais. Respiro profundamente conforme meus olhos finalmente se acostumam com a claridade e por um momento me sinto entorpecida pela sonolência, mas flashes da noite passada me deixam em desespero. Meus olhos transbordam ao perceber que havia perdido mais uma pessoa preciosa para mim.
Choro silenciosamente deixando que as lágrimas diminuam o nó que se forma em minha garg
Abro meus olhos com dificuldade e me arrependo no exato momento em que o faço, uma vez que dores terríveis se espalham por todo meu corpo.Mal consigo enxergar. Sinto meu peito pesar e uma forte ardência se espalhar pelo meu tórax. É uma sensação estranha e ao mesmo tempo dolorosa.Forço alguns movimentos, mas os vários fios enroscados em meus braços não permitem que eu faça muito esforço. Gemo baixinho sentindo a dor constante, insistente e sem piedade dominar meu peito.Com muita resistência foco minha visão e percebo estar em um quarto de hospital com vários médicos a minha volta, alguns me olhando de forma assustada e desesperada, até que de repente um bombardeio de perguntas chove em minha direção.Eles estavam confusos e curiosos, mas eram perguntas das quais eu não tinha respostas. A única coisa que
Ansiedade me define. Nem posso acreditar que depois de onze anos pisarei novamente em solo italiano e a cada pequena turbulência do avião em meio as nuvens espessas meu coração se acelera em ansiedade.Apesar das cansativas horas de viagem do Japão à Itália finalmente ouço o piloto anunciar nosso pouso.E uma vez que desembarco, abro os braços respirando profundamente o ar do meu doce e amado país. Desembarcar em solo norte italiano me faz relembrar os bons momentos do meu passado ignorando os ruins. Senti tanta falta desse lugar maravilhoso.— Como eu senti falta desse país maravilhoso — falo para mim mesma, sem me importar com as pessoas que desembarcam ao meu redor me observando desconfiadas.Após pegar minha mala na esteira procuro por Robert, um amigo que considero irmão.A lotação de pessoas ao me r
Fico boquiaberta ao olhar para casa que estava a minha frente.Esses ricos de merda que não sabem dar valor ao dinheiro suado que eles mesmo ganham, desço do carro irritada.— Está casa é sua? — pergunto indignada chutando sua bunda.Como ele não esperava o ataque repentino bate a cabeça no porta-malas do carro que estava aberto, pois estava pegando as malas.— Sua cretina. — Me lança um olhar mortal passando a mão na cabeça onde havia batido. — Se você quisesse algo mais simples ficasse em um hotel — grita irritado.Sorrio cruzando os braços. Irritar Robert sempre foi algo maravilhoso e nem depois de longos anos ele não perde seu jeito explosivo e carrancudo.O bom de tudo isso é que posso usar sua própria fúria contra ele mesmo.— Você me odeia é isso? — Faço um b
Sei que não deveria estar tão focada nesta vingança, também sei que antes de planejar qualquer ataque ao inimigo, devemos analisar o seu território e é exatamente isso que farei esta noite. Depois de chegar a Itália acreditei que teria um tempo para visitar os meus lugares preferidos como o Coliseum, que apesar de ser um lugar antigo me chama a atenção. Queria também dedicar um tempo especial a Robert que sempre cuidou de mim, mas a vontade de encontrar Dante se sobrepõe a todas as outras em meu coração, eu não poderia perder uma oportunidade tão grande como está de entrar diretamente na toca do Dragão. A semana passou rápido e meu foco ficou voltado para a festa que me espera está noite. Robert tentou de todas as maneiras me convencer a mudar de ideia, mas meus pensamentos estão ligados ao Dragão. Vejo meu reflexo e me sinto satisfeita com a minha imagem. O vestido que escolhi realça minhas curvas deixando-as delineadas. Como não quero chamar atenção
Procuro não focar em detalhes como esses, logo que entro surpreendo-me com a beleza do hall de entrada, não lembrava ser tão deslumbrante. Lembro que no passado essa casa era mais sombria e rústica, na verdade, um lugar mais antigo, hoje o toque de modernidade misturado a antiguidade deixa o local mais charmoso e luxuoso. Acredito que jamais vou deixar de me surpreender com essa família, tanto em sua audácia quanto em suas traições. Fiquei encantada com a reforma nas escadas laterais que levam ao segundo andar, a substituição do piso de madeira pelo granito ficou impecável, como tudo ali presente. O local tem tons de bege e marrom escuro, o corrimão preto das escadas quebra o tom de seriedade dando um charme inusitado, o grande lustre do hall de entrada fica logo acima da mesa redonda entre as duas escadas, as poltronas de couro preto encostadas nas paredes dão um ar de mistérios e seriedade, tudo naquele espaço é surpreendente. — Qual o seu nome senhorita? —
Meu coração se acelera e minhas pernas ficam bambas, essa aproximação repentina faz meus sentidos rodarem e um torpor estranho invadir minha mente. — Dan. — Acabo chamando-o pelo apelido que costumava chamá-lo e ele franze a testa em surpresa. Meu coração descompassado não colabora com minha respiração desregular e por mais que tente me acalmar, vê-lo tão próximo me assusta coloca em prova todos os meus sentidos, porém foi um erro chamá-lo daquela maneira. — Oras se não é Dante Voyaller o Dragão de Veneza. — Sorrio irônica puxando meus pulsos, mas ele mantém seu aperto olhando dentro dos meus olhos. Sustento seu olhar encarando-o por incontáveis minutos, ele me observa intrigado com suas sobrancelhas franzidas enquanto seu perfume invade cada vez mais meus sentidos tirando minha concentração. Seu olhar se mantém firme nos meus mais demonstra um misto de dúvida e incerteza. Perdido em seus pensamentos seu semblante de irritação muda para
Dante VoyallerObservo as pessoas que passeiam no jardim da minha casa enquanto saboreio o gosto amargo do whisky que desliza pela minha boca. Adoro o gosto forte e amadeirado que queima minha garganta.Entre um gole e outro observo a variedade de pessoas falsas que existe no mundo, ou melhor dizendo, no meu jardim. Vários empresários, vereadores e mafiosos conversando entre si.Suspiro semicerrando os olhos e imagino como seria prazeroso acertar a cabeça de cada um com minhas Taurus gêmeas. Passo a mão pelas minhas armas que estão presas em minha cintura.Odeio cada pessoa presente nesta festa, mas negócios são negócios, amizade a parte. Se eles querem fazer parte do meu jogo então deixem que dancem nas minhas mãos.Balanço levemente o copo de whisky vendo o líquido âmbar girar.Aprendi da pior maneira que nada mudaria o