— Sério, o que ela queria? — Elizabeth perguntou sabendo o quanto Kimberly era um assunto complicado para o irmão... — Conversaram? — Disparou esperançosa. — Ver Naninha. — Theo respondeu antes de desligar a televisão. — E sim, nos conversamos.— Acrescentou dedicando toda a sua atenção à irmã.—Então? — Elizabeth incentivou ainda mais curiosa.—Theo, você sabe o quanto sou curiosa...não comece a falar, e depois fique quieto. — Pediu lhe chacoalhando levemente.— Pedi que largasse o noivo e fugisse comigo.— Theo respondeu. Elizabeth fechou a cara assustada. — O que mais poderia ser, Liz? Conversamos sobre o passado, esclarecemos as coisas e deixamos as mágoas de lado. — Esclareceu.— Isso quer dizer que não está chateada com ela por estar se casando? — Perguntou a menor. — Não, e sinceramente acho que nunca estive. — Theo respondeu. — E conversar com ela me ajudou a ver isso...ela merece essa felicidade. — Relatou.— Então, viramos a página? — Apoiando momentaneamente o queixo no om
— Ladra? — As palavras saltaram da boca de Elizabeth enquanto olhava atordoada para a parede...deu um passo em direção a parede, mas Cléo a deteve segurando seu braço.— Vamos descer e ligar para a policia. — Falando mais baixo que o normal, Cléo explicou. A tensão se apoderou de seu corpo, e sinais de alerta forma mandados por toda parte. Era como se estivesse no quarto de Marieta, no dia em que ela desapareceu...e certamente não lhe fazia bem.— Espere, vou ver os outros cômodos. — Elizabeth falou.— Não. — Cléo protestou.— Como assim não? Olha o estado que está minha casa. — Rebateu a anfitriã, na tentativa de passar.— Saia Cléo, quero passar. — Pediu impaciente.— A pessoa que fez isso ainda pode estar aqui...— Cléo falou, e naquele momento Elizabeth entendeu porque estava falando tão baixo. — Vamos. — Falou lhe puxando para fora. — Seu telefone. — Pediu depois que se fechou a porta do elevador.Os olhos de Elizabeth perderam o foco, e tremula começou a assimilar o que havia
— Liz, seu irmão está na linha. — Durante a madrugada, enquanto dormia, lhe pareceu ouvir Cléo chamar...— Liz.— Ouviu novamente.— Me deixe. — Elizabeth resmunguou sonolenta.— Liz por favor, é importante. — Cléo falou. Elizabeth reuniu toda a energia que tinha,sentou sobre a cama direcionando um olhar mais longo para a amiga, que já não estava de pijama. Que horas eram?— Mato você se não for importante. — Elizabeth ameaçou estendendo a mão para pegar o telefone. — Oi. — Azeda, falou assim que encostou o aparelho ao ouvido. Um bocejo escapou de sua boca, e os olhos pareciam menores do que o costume.— Tudo bem? — Theodor estava nervoso.— Sério, me acordou para saber se estou bem? — Elizabeth devolveu incrédula. — Não, eu...é que...— Theo gaguejou.— Theo, aconteceu alguma coisa? — Estranhando seu comportamento, Elizabeth perguntou. — Theo. — Chamou alarmada.—Estou indo para a clínica agora, Naninha sofreu um acidente. — Theo contou. Mãos no volante, olhos para frente..não qu
— Então é esse acontecimento maluco que Cléo mencionou. — Perante a revelação do pai, Theo comentou distraído. " Meu amigo, se está ligando para fazer conversa, desaconselho, aconteceram maluquices hoje...nos deixe dormir, ligue quando o sol raiar" Cléo havia lhe dito quando atendeu o telefone de sua irmã.Theo não fazia ideia do que poderia ser aquele acontecimento, e nem se preocupou em perguntar já que havia uma preocupação maior, mas lá estava o motivo.— Então foi aquela maluca que me chamou de ladra. — Elizabeth constatou irritada. — Quem ela pensa que é? — Bradou pensando no estado catatonico que ficou sua casa, do temor que sentiu, da ansiedade e também do trabalho desnecessário que Allarick estaria tendo. — Quem ela pensa que é? — Então sua voz subiu uma oitava.— Por favor Elizabeth, se acalme. — Anderson pediu quando a filha passou a andar de um lado para outro. — Alícia perdeu a mãe recentemente, por isso o descontrole. N
Elizabeth estava sentada no banco do lado de fora da clinica quando viu Clara estacionar o carro no mesmo lugar em que antes de ser removido, estava o seu. Pensou que seria bom receber um abraço apertado e palavras de consolo, e em como relaxaria com a companhia após um dia tão estressante. Elizabeth perguntaria o que Clafaz havia feito, e depois contaria o quão desastroso foi seu dia. — Como está senhora Ana? — Clara parou a sua frente. Sem se preocupar com o frio, ela usava um regata, e não abandonava a ideia que teve antes...estava sendo substituída.— Ela está bem, provavelmente terá alta ainda hoje. — Elizabeth contou. Queria muito que Clara a abraçasse antes de qualquer coisa, mas como o mundo não era perfeito... — Tudo bem? — Questionou notando o quanto a outra estava inquieta.Clara fechou os olhos inspirando. Saber como estava Ana, e mais tarde, quando tudo parecesse melhor, chamar Elizabeth para conversar, aqueles eram seus planos enquanto dirigia até lá, mas sua cabeç
— Ah Naninha, não sabe o susto que nos deu. — Elizabeth comentou segurando suas mãos...havia acordado a pelo menos duas horas, mas como a levaram para fazer exames, seus afilhados só estavam lhe vendo naquele instante. Já eram nove horas.— Me perdoe querida, eu não queria vos assustar. — Ana pediu olhando de Elizabeth para Theodor, que sentado na poltrona do outro lado da cama, a acariciava com os olhos.— Tudo bem Naninha, o importante é que a senhora está bem agora. — Elizabeth garantiu.— Theo querido, não pense que esqueci da conversa que deixei pendente... — Ana comentou com um meio sorriso. O colar cervical a volta do pescoço. — É uma história um pouco longa, mas já não vou guardar segredos. — Falou.— Não se preocupe, Dr. Anderson já explicou. — Theo recomendou fazendo um gesto com as mãos.— Como? — Ana se viu confusa. Mas também notou o tom estranho do afilhado ao se referir ao pai.— Já sabemos sobre a Alícia. Ela está aqui, então papai nos contou sobre. —Tomando a frent
Sentando á mesa, Allarick não conseguia parar de sorrir. Olhava para as suas visitantes, e voltava a sorrir. A verdade era que sentia muito a falta delas...com a mais nova falava quase todo dia, mas com a outra, fazia um tempo que não se viam.— Eu acho que o Avy não está com fome. — Dona de uma voz meiga e olhos doces, Evangeline comentou vendo seu irmão distraído com algo que não era a comida a sua frente.Tinha quinze anos, e uma franja muito bonita. — Já que é assim, posso pegar o peixe? — Perguntou quando seu irmão lhe sorriu.— Faça bom proveito. — Allarick ofereceu. Havia chegado a casa morto de cansaço, abriu a porta para se surpreender com as irmãs... Allarick as abraçou, mas estava tão cansado, que resolveu descansar antes de lhes prestar mais atenção. Evangeline o acordou quando o almoço ficou pronto.— Nada disso, ele precisa comer também. — Aline protestou. — Allarick, porquê está sorrindo desse jeito? Está pior do que eu quando me apaixonei. — Comentou.— Eu nem sabia
A madrugada estava densa, carregada de um silêncio inquietante. As luzes da casa estavam apagadas, exceto por um brilho fraco vindo do quarto principal. Anderson abriu a porta com cuidado, mas ao empurrá-la, viu a silhueta de Mariana de costas para a sua penteadeira, imóvel, como se o esperasse. Seus olhos se cruzaram. Ela tinha um olhar determinado, e Anderson sentia uma pressão no ar. Ele esperava encontrá-la dormindo, mas ali estava ela, acordada e atenta, como se soubesse que ele chegaria naquele instante. A luz amarelada desenhava sombras em seu rosto, destacando as olheiras e a tensão na expressão. Anderson fechou a porta devagar, tentando conter o cansaço e a frustração que o dominavam desde que saíra do hospital. — Ainda acordada? — Sua voz saiu baixa, mas carregada de um peso que Mariana não ignorou. E mesmo que tentasse, daquela vez não poderia...afinal, sua esposa estava ali, e seus olhos gritavam que estava na hora de conversar sobre o que fosse que vinha os separ