Caminhos para o amor
Caminhos para o amor
Por: Janaína Ísis Monog
Matilda e Euvira duas vidas dois destinos

Em meados do ano de 1732, numa época cruel, no qual predominava as rédeas da escravidão, num país sem justiça, em que brancos eram senhores, negros meros escravos, em uma fazenda, não em qualquer uma, mas na fazenda do Senhor Coronel Germano, um dos mais brutais senhores de escravos da região, muito conhecido por seu pulso firme de fúria e injustiças, e claro por sua falta de humanismo. Um homem que impunha sua vontade inconseqüentemente. Um coronel, sem escrúpulos, mesquinho, só se importava consigo mesmo, e visava atingir seus objetivos a qualquer custo.

Pois bem, justamente nessa fazenda, de rédeas severas, e ordens inflexíveis, acontecia um fato estranho, uma grande amizade entre uma sinhazinha e uma simples escrava....

A sinhá Matilda, filha daquele vil senhor de escravos, e uma das escravas, a escrava Euvira, que dentre todas, era a mais especial, na visão da doce e meiga Matilda, que tinha um gênio totalmente contrario ao de seu pai, aquela nobre senhora, fora criada junto com Euvira, o que explicaria o tamanho afeto que sentia pela moça. Desde crianças, sempre brincaram juntas, e agora já senhoritas, repartiam seus sonhos:

- Euvira, logo chegará o dia em que vou me casar. Será com um rapaz distinto, bonito que certamente me amara intensamente. (Suspiro)

- Com certeza sinhazinha Matilda, ocê a de ser muito filiz, na sua vida minha amiga.

- É Euvira. E quando me casar com o cavalheiro dos meus sonhos, vos levarei comigo. Ai finalmente realizarei seu sonho, dar-lhe-ei sua liberdade, para que ti se case com um moço bom, que a faça feliz.

- É o que espero sinhá, ter minha liberdade e sé filiz.

As duas eram como irmãs. Seriam mais unidas, se não fosse a bravura e a maldade do Coronel Germano, sempre a maltratar Euvira, fazendo-a trabalhar na lavoura de café ardorosamente, na cozinha, lavava as roupas, entre outras coisas. A pobre não tinha repouso, sequer um minuto. Apenas quando fugia dos olhos dos feitores, que sempre andavam armados até os dentes, não só de armas físicas, mais armas de fúria vindas do coração, a menina fugia com Matilda para os fundos da fazenda, e ali conversavam.

Já a mãe de Matilda, a boa e distinta senhora Margarida, tinha Euvira como a uma filha. Mas por sua fragilidade como mulher e sua saúde sensível, a Dona Margarida, não conseguia conter a maldade de seu marido Coronel Germano, que mandava a pobre Euvira diversas vezes ao tronco, sem dó nem piedade, e sem motivo:

- Onde está Euvira Margarida?

- Na lavoura, senhor meu marido.

- Vou a lavoura, e ai dela se a encontrar fora do trabalho.

- Senhor meu marido, se compadeça da pobre!

- Ora, cale a boca mulher!

E para infelicidade de Euvira, o Coronel a achou sentada. Ela estava repousando um pouco, pois tamanho era seu cansaço, quando foi surpreendida por seu senhor:

- Sua escrava inútil, levante-se já daí.

- Senhor Coroné...

- Ficou surpresa escravinha? A peguei vagabundeado, fora do trabalho, levará dez chibatadas por isso.

A pobre apanhava tantas vezes, que suas costas já eram em carne viva.

Os anos se passavam, e a sina de Euvira continuava, por isso a escrava, pedia em suas orações, que chegasse logo o dia em que Matilda se casasse, pois só assim seria livre, iria embora daquela fazenda onde vivia seu monstruoso senhor.

Mas o casamento de Matilda, talvez não demorasse muito:

- Euvira, (Suspiro) acho que estou apaixonada...

- Ora sinhazinha Matilda, por quem?

- Pelo Doutor César, o médico que cuida da saúde fragilizada de minha mãe.

- O Doutorzinho?

- É Euvira, ele é um moço encantador, e muito bonito.Só não sei se ele me corresponde.

- Isso nois pode descobri, Matilda.

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