O mestre de cerimônias olhou na direção de Rubem e perguntou:— O Sr. Rubem ainda pretende aumentar o lance? O Sr. Douglas ofereceu cem milhões.Rubem respondeu com indiferença:— Não.— O colar foi arrematado por cem milhões! Parabéns ao Sr. Douglas!Como era um leilão beneficente, não havia muitos trâmites burocráticos, e o colar foi rapidamente entregue a Douglas.— Me deixa colocar em você. — Douglas abriu o fecho do colar.Mônica balançou a cabeça.— Douglas, eu realmente não gosto, fica com ele.— Então você prefere quebrá-lo?Mônica percebeu que ele não estava brincando. Se recusasse de novo, ele provavelmente mandaria alguém buscar um martelo.Ela suspirou e virou de costas.Douglas retirou o pingente de diamante que estava no pescoço dela e, como se fosse um pedaço de lixo, jogou-o de lado. Então, com um sorriso leve, colocou cuidadosamente o colar de diamante amarelo em seu pescoço.Ela merecia o melhor do mundo.Duas horas e meia depois, todos os itens tinham sido leiloados.
Rubem massageou as têmporas e apenas disse:— Chega, eu te levo de volta.— Não precisa! — Ao lembrar das cenas que viu no salão, Mônica sentiu um incômodo no peito e seu tom saiu um pouco irônico. — Espero que aproveite sua lua de mel com a Srta. Maitê.— Que lua de mel? — Rubem lhe lançou um olhar confuso. — Estou em uma cadeira de rodas. Precisava de alguém para me acompanhar. O que diabos você está imaginando?Ah?Agora foi a vez de Mônica ficar constrangida.Então ele só precisava de alguém para ajudá-lo a se locomover?A culpa foi de Íris e aqueles comentários dela, que a fizeram pensar besteira!Mônica ficou corada.— Vocês ficaram noivos, então… eu achei que… Bom, e o que você veio fazer aqui, afinal?Rubem cruzou os braços sobre as pernas e a observou com um meio sorriso.— O que mais eu faria? Alguém resolveu fazer besteira sem me avisar. Tive que vir garantir que ela não se metesse em encrenca.— Eu não fiz besteira! — Mônica rebateu e, sem paciência para discutir, se virou
Não!Mônica sabia que não ia encontrar mais, então foi falar com o gerente de plantão para explicar a situação e pediu para ver as câmeras de segurança.Nas imagens, viu que um funcionário da limpeza, ao recolher o lixo, acidentalmente pegou o pingente de diamante junto com os restos de comida e o jogou dentro de um grande saco de lixo. Outro funcionário, então, levou o saco cheio para fora.Nesse momento, Rubem, que estava esperando por ela há muito tempo, apareceu.— Já foi levado para o lixão, esquece — Rubem disse, sabendo que ela valorizava o presente que ele havia dado, ele já não estava mais bravo.— Vou mandar fazer outro.Mônica balançou a cabeça.— Não é a mesma coisa.Ela pediu ao motorista que levasse Rubem de volta ao Hotel Bulgari, enquanto ela e o gerente de plantão foram para o lixão.Sem que ela percebesse, suas palavras inadvertidas despertaram em Rubem um sentimento desconhecido. Ele não voltou para o hotel, mas pediu ao motorista que os seguisse.Antes mesmo de cheg
— Senhoritas da recepção... — Mônica sorriu, mas seus olhos estavam frios. — Se querem fofocar, esperem até eu entrar no elevador! Acham que eu não ia ouvir?— D-Desculpe… — uma delas gaguejou.— Já decorei os números dos crachás de vocês. — Mônica deu uma olhada nos crachás delas e saiu bufando.Assim que subisse, iria denunciá-las!De volta à suíte presidencial, Mônica ignorou Rubem e foi direto lavar o pingente de diamante com todos os produtos de limpeza que encontrou. Só quando teve certeza de que não havia mais nenhum cheiro ruim, colocou-o de volta no pescoço e guardou cuidadosamente o colar de diamante amarelo.Assim que tivesse tempo, precisava devolvê-lo a Douglas.Rubem bateu na porta. Ao entrar, notou o pingente no pescoço dela e perguntou:— Onde durmo?— Escolhe qualquer um! — Mônica respondeu. — É a última noite. Se quiser, pode até trocar de quarto a cada hora.— Não gosto de dormir em quartos alheios.Mônica riu ao perceber que ele temia pegar o quarto de Douglas.— É
A expressão de Rubem mudou.Antes que pudesse impedi-la, Mônica já havia tentado pegá-lo no colo, atravessado nos braços. No entanto, subestimou o peso dele e, ao fazer força, desequilibrou-se. Ambos cambalearam e caíram no tapete.— Você é muito pesado! — Mônica reclamou, tentando se levantar. Mas seus braços estavam doloridos e, ao perder o equilíbrio, caiu novamente sobre o peito dele, batendo a cabeça.Rubem franziu as sobrancelhas com força.— Eu disse que era leve?— Mas você nem parece ter músculo... — Mônica murmurou, mas engoliu as palavras ao notar os músculos definidos sob a camisa desalinhada. — Maldita roupa!Que situação embaraçosa!Seus braços estavam fracos, sem força para ajudá-lo. Ela ergueu o rosto e olhou para ele.— Sr. Rubem, me ajuda?Rubem segurou o colarinho dela e tentou puxá-la para cima, mas, ao se mover, a perna de Mônica roçou contra a calça social dele.Ela parou no mesmo instante e olhou para ele.Rubem também ficou imóvel por um segundo, encarando o ros
— É justamente andar com essa pose, ninguém repara! — Íris abraçou o braço de Mônica com carinho. — Mana, cansou da viagem? Vou massagear seus ombros no carro!— Para com isso, está me dando arrepios — Mônica estremeceu. Embora já tivesse aceitado o relacionamento de Íris e Lucas, aquela empolgação ainda a deixava desconfortável.— Relaxa! Com o tempo, você se acostuma!Íris a puxou para sair, deixando Rubem e Lucas para trás, completamente ignorados.Os dois homens se entreolharam:— …No carro, a caminho da cidade, Íris se esforçava para agradar Mônica, massageando seus ombros e costas. Até quando Mônica quis comer uma mandarina, ela teve o cuidado de remover todas as fibras brancas antes de entregar a fruta.— Nem casou ainda e já me ignorou? — Rubem comentou, sorrindo.— Nada disso! Você sempre está no meu coração — disse Íris, corando enquanto descascava um gomo de mandarina para ele. — Mas a mana Mônica está em primeiro lugar. E você, em terceiro.Mônica segurou o riso.— Eu cubr
Mônica se afastou rapidamente para atender, enquanto Íris fez um bico e ficou parada esperando.— Alô, quem é?— Mônica, sou eu.A voz da mulher parecia estar danificada, um pouco rouca, mas Mônica ainda a reconheceu.— O que você quer?— Quero conversar com você.Mônica soltou uma risada fria.— Helen, você acha que é quem? Quer conversar, e eu tenho que aceitar?— Eu tenho um vídeo daquela noite no Palácio das Águas — disse Helen calmamente, sem parecer estar brincando. — HD sem censura. Se você não concordar em me encontrar, vazo tudo.Os lábios de Mônica se apertaram com força. Ela respirou fundo e respondeu friamente:— Se você realmente tivesse algo, já teria publicado. Não teria esperado até agora. Eu também posso dizer que tenho um vídeo seu com o Leopoldo. Você acreditaria?Helen riu, despreocupada:— E daí se tiver? Não me importo. Mas você é diferente, não é? Além disso, se esse vídeo vazar, como você acha que o Rubem vai reagir?Ela soltou uma gargalhada alta e continuou:—
Mônica bateu rapidamente no anel em sua mão, mantendo a calma:— Você nem sequer tem esse vídeo, só quer me chamar para sair, então pode me atacar com mais facilidade.— É, exatamente. — Helen admitiu, zombando da sua ingenuidade. — Que esperto foi aquele cara, só encontrou um homem com a forma parecida com a do Rubem para gravar um vídeo, e você caiu direitinho.— O que ele te deu, também posso te dar. — Mônica tentou ganhar tempo. — Dessa vez, posso fingir que nunca te vi.Helen balançou a cabeça e então, de forma frenética, disse:— Você não pode dar, porque também quero que você morra!Nesse momento, Mônica sentiu um cheiro forte e nauseante.Antes que pudesse conter a respiração, sua visão foi ficando turva. Ela viu Helen cobrindo a boca e o nariz com um lenço, rindo de forma insana e fria.Alguns segundos depois, Mônica desmaiou completamente.Helen abriu a janela do carro para dispersar o cheiro e ficou por um tempo com o lenço na mão. Depois, olhou para Mônica com ódio e disse: