Marina lhe deu as costas. —Não foi isso que eu quis dizer, o que estou te dizendo é que odeio Gavin MacLeod, embora esteja feliz com a forma como ele é com Cris, odeio que tenhamos que fingir que houve mais de uma noite de erros entre nós. —E por que você parece estar recitando algo de que quer se convencer? Marina voltou para Ana e embora estivessem sozinhas ela disse em voz baixa: —Antes da festa ele me beijou... —E o que você fez? —Ana perguntou sorrindo. —Respondi ao beijo. Ana deu um grito mortificado e começou a rir. Marina não soube explicar que tudo foi considerado um erro da parte deles porque Graham já estava voltando com eles. —Devemos caminhar para o leste, estamos perto da fronteira com os MacTavish. —E se esperarmos você buscar ajuda? Marina perguntou. —Não vou deixá-las aqui sozinhas. — Estaríamos em perigo? —Marina perguntou assustada. —Estamos na área de fronteira com o clã MacTavish, mas a oeste com o clã Cameron. —Conheci A
Quando começou a chover, Gavin foi até o quarto de Cris. —Você ouviu alguma coisa sobre Marina? —perguntou Fiona—. Isso me preocupa porque as estradas para as terras dos MacTavish são muito perigosas quando chove. —Eu não sabia que ele tinha ido, acho que foi com Graham. —Sim, Ana também os acompanhou. —Vou ligar para saber como eles estão. Gavin tentou entrar em contato com todos, sem sucesso. —Não consigo me comunicar. —Espero que eles estejam bem —enfatizou Fiona. Eles conversavam em escocês e Cris estava brincando com um caminhão de brinquedo. —Onde está minha mãe? —Chris perguntou de repente. –Ela está com Graham e Ana —Fiona respondeu primeiro que Gavin. —Você ainda se lembra do português —comentou Gavin, impressionado com a tia. —Não muito, mas a Cris me entendeu e eu o entendi. —Pai, você pode procurar minha mãe? Gavin sorriu e assentiu. —Claro Cris, não vou demorar muito para eu voltar para ela. Gavin se virou para sair. —Peg
Ana e Graham ficaram em silêncio, mais do que porque não adianta conversar se o outro não entende, eles não conversaram porque estavam com medo. Marina não voltou, a chuva penetrou e fazia muito frio. Graham havia deixado seu tartan para Ana que estava amontoada e estudava o local onde eles estavam. Ana observava Graham com a pouca luz que filtrava, seus longos cabelos estavam emaranhados, cheios de sujeira solta que grudava na umidade de seus braços, seus músculos tensos eram visíveis enquanto ele se dedicava ativamente a alguma coisa. Parecia uma espécie de bandido, nada parecido com o bom oncologista pediátrico com cara de santo. Tirou uma faca do bolso e começou a esculpir galhos que haviam caído com eles, fez isso com habilidade. Logo Ana entendeu o seu propósito, ela estava juntando galhos secos para fazer uma fogueira, e conseguiu... A pequena tocha fornecia-lhes luz, até calor, quem via de fora conseguia encontrá-los facilmente. Ana começou a rir. —Voc
—Você se vangloria de ser o MacLeod mais digno que já existiu e concordou em ser amante de Gavin? —Fiona perguntou com total desaprovação. Camila engoliu em seco para evitar lágrimas de frustração. —Você gosta de me culpar por ser menos e de pouco valor para seu sobrinho, você se vangloria do meu sofrimento e da minha dor, você é cruel comigo porque me inveja. — Inveja de que garota boba? Você se rebaixou em nome do amor, mas isso não é amor, Camila, se o amor faz você se sentir menos que outro indivíduo então é um relacionamento que vai te trazer tristeza e decepção. —Eu luto como você não teve coragem de fazer. Não ficarei sozinha e triste como você, amarga e sem filhos, desprezada pelo seu marido e pela sua família. Ela tem o amor de Gavin que lhe abriu as portas do clã após ser renegado. E logo você verá como Gavin me dá meu lugar e terá que engolir seu ódio contra mim. —Você não percebe que não é ódio, mas sim o contrário —Fiona murmurou com lágrimas nos olhos e Ca
Ana agora era quem abraçava Graham, ele tremia e o cheiro de sangue permeava o ar. Ana nunca se sentiu tão inútil em sua vida. Ele manteve o fogo aceso e orou por um milagre. —Não morra —Ana ordenou e Graham balançou a cabeça. Graham fechou os olhos ouvindo os batimentos cardíacos acelerados de Ana e deliciando-se com a música que ela cantava para ele enquanto o embalava como uma criança. GRAHAM!! E!! Que alívio Ana sentiu ao ouvir a voz de Gavin chamando-os. — AQUI ESTAMOS!! —Ana gritou para o céu e emocionou Graham. —Graham, socorro, socorro chegou —Ana murmurou e ergueu o rosto, mas ele não prestou atenção, havia perdido a consciência. —GAVIN!! AJUDA! —Ana gritou e viu a luz de uma lanterna iluminando seu rosto. —Ana, você está bem? —Gavin, graças a Deus, Graham perdeu muito sangue. —Vou tirá-los daí. Ewan trouxe cordas e seu cavalo, Gavin amarrou-se na corda e desceu muito rapidamente, pegando Ana primeiro. —Leve Graham primeiro —Ana di
Gavin era um homem realmente muito bonito e estava acostumado com a apreciação feminina, mas o elogio de Marina o surpreendeu completamente. O que não o surpreenderia era parecer um tomate. Ele acariciou a barba, grato por isso esconder qualquer aumento na pressão arterial, como se fosse um pequeno elogio de sua professora. —Você me disse que seu nome é Gavin, certo? Gavin assentiu, sem ousar soltar a mão dela, que ela segurava com força para orientação e conforto. —Ehh, sim, Ga-Gavin... Gavin MacLeod —Gavin gaguejou e se repreendeu, ele tinha que se controlar, ele não era uma criança, ele era o racional aqui. Marina começou a rir, aparentemente muito satisfeita com a sua vida. —Você é escocês? —Isso mesmo, na verdade estamos agora na Escócia. —Eu entendo, é por isso que meus pais não estão aqui, bem, minha mãe morreu..., mas nos conhecemos no Brasil? Como cheguei à Escócia? —Marina olhou para Ana—. Realizamos o nosso sonho e viajamos como mochileiros pela Euro
Muito mais tarde, depois de todos terem se limpado, Marina estava dormindo em vários travesseiros com o braço esquerdo preso com um pedaço do velho mas limpo xadrez de Ewan. Gavin observou da porta da cabana enquanto Ewan voltava do estábulo. Ainda chovia, mas já era uma chuva fraca que deixou a noite muito fria. —Deixei o filho de Fergus com a esposa no estábulo, eles ficarão confortáveis." Ewan ficou em silêncio por um tempo. Não vi nada mais estranho, eles falam com a ajuda daqueles aparelhos que todo mundo carrega hoje em dia. —Se você não insistisse em continuar vivendo no século passado, perceberia que a tecnologia é necessária. —Eu nem tenho eletricidade aqui e não preciso dela. —Ewan, você deveria me ouvir e vir para o clã MacLeod comigo. — Como está o seu pai? —Ewan mudou de assunto abruptamente. Gavin suspirou. —Ele morreu recentemente. Ewan benzeu-se. —Você deveria ter me contado, eu teria ido. —Ele não morreu aqui, foi no Brasil. —É u
—Como foi o sonho que você teve? —Gavin evitou a pergunta fazendo outra. Isso conseguiu distrair Marina, ela franziu a testa e pensou antes de dizer. —Foi muito estranho, não pode ser real. —Diga-me e eu lhe direi se é real. "Eu estava com você", Marina ficou muito vermelha. Numa cama e eu - Marina mordeu o lábio inferior, teve vergonha de dizer que estava amarrada -... senti frio e não consegui te ver, mas vi seu braço, e seu anel. Marina deu testemunho acariciando levemente as intrincadas linhas da tatuagem com as pontas dos dedos no antebraço de Gavin. "Não parece muito irreal", murmurou Gavin, com a voz embargada. Sua boca estava seca e seu coração disparado. Sem citar outra parte de sua anatomia; o tímido toque de carinho de uma garota que ele prometeu não tocar para começar o está deixando louco. Marina sorriu não muito convencida. —Não acho que seja real, porque aí tudo mudou, corremos por um corredor e atiraram na gente; e você me protegeu —Marina ri