Talita
Logan foi embora já faz algum tempo e eu ainda não o esqueci. Ele tem algo que me atrai para ele, como um ímã. Ele é bonito, bem humorado, alegre, gentil e parece gostar de mim. Parece até um sonho. Tenho medo que isso seja imaginação da minha cabeça e que esteja me iludindo.
– Você pode me ajudar na cozinha? – perguntou Rebeca.
– Claro, tudo que sei fazer foi minha mãe que me ensinou. – eu digo indo para onde ela está.
– Minha mãe até tentou me ensinar, mas eu sou tão ruim que ela desistiu – Rebeca falou rindo tirando as panelas do meu armário.
– Ok. O que você quer cozinhar primeiro? – eu perguntei pegando o livro de receita da minha mãe, é umas das poucas coisas que sobrou dela.
– Que tal com o mais fácil. – ela diz.
– Ok. Vamos fazer um bolo. – eu digo sem olhar a receita. Já sei o que vou precisar.
– Não prometo ser boa aluna, mas vou tentar. – Rebeca diz.
– Eu também não prometo ser uma boa professora. – eu falo rindo.
Passamos as próximas horas tentando fazer um bolo. A Rebeca era péssima cozinheira e olha que ela tentou fazer certo, mas ela não nasceu para cozinhar.
– Eu não nasci para isso. – ela resmungou ao ler a minha mente e olhar ao redor da minha cozinha que estava um caos completo.
– Tenho que concordar com você. – falei tirando a farinha que está espalhada na Ilha. Comecei a limpar, nunca gostei de nada sujo.
– O que vamos fazer? – ela pergunta depois que terminamos de arrumar a minha cozinha.
– Que tal ver um filme? – eu digo pegando uma caixa de filme que eu ainda não tinha arrumado um lugar para colocar.
– Diário de uma paixão. – ela fala pegando o DVD.
– Oh… Merda. Não tenho tevê, mas podemos assistir no meu notebook. – eu falei e corri para pegá-lo no quarto.
– Não dá para viver sem tevê. – resmungou Rebeca indo para minha cozinha tirar a pipoca do micro-ondas que tinha colocado mais cedo.
– Bem, eu vivo. – eu digo e ela ri.
Passamos a próxima hora chorando e rindo do filme de Nicholas Sparks. Eu amo ler seus livros, é um dos meus vícios. Estávamos tão concentradas no filme que nos assustamos quando um celular começa a tocar.
– Não é o meu, ele está no meu bolso. – Falou Rebeca colocando a pipoca na boca e volta a olhar o filme.
– Oi – eu digo atendendo o celular no terceiro toque.
– Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? – perguntou o Logan rápido que quase mal entendo.
– Não, eu estou bem. Por que você está perguntando isso? – eu perguntei andando para longe de Rebeca que estava resmungando com o filme.
– Sua voz está estranha. Você estava chorando? – ele perguntou. Eu estou surpresa por ele saber disso, apenas escutando a minha voz.
– É... Estava, mas por causa do filme que estava assistindo. – explico.
– Ok. Talita, eu vou vê-la à noite. – ele diz com a voz abafada.
– Ok, vou está esperando você. – digo sem conseguir conter o suspiro que deixei no final da frase.
– Até a noite. – ele falou antes de desligar.
–Você ainda diz que meu irmão não gosta de você, não me faça rir. – diz Rebeca com a sobrancelha franzida com o sorriso no canto da boca. Ela parecia tanto com seu irmão. – Ele te ligou. Ele não liga para ninguém. As pessoas ligam para ele.
– Eu tenho medo. – eu admito. O amor pode machucar. Não quero sofrer novamente. Não perdendo alguém.
– O Logan nunca te faria mal, ele é o cara mais doce que podia existir, mesmo tentando ser durão. Meu irmão é uma das pessoas que mais amo na vida e ele merece ser feliz. – Falou Rebeca rindo.
– Ele deve ter várias mulheres querendo ele, não posso ser mais uma. – eu sussurro sem olhá-la.
– Meu irmão nunca namorou, porque não quis. Ele quer dar seu coração para seu verdadeiro amor, clichê eu sei, mas essa é a verdade. Minha família só ama uma vez na vida, é para sempre. – ela falou orgulhosa.
– Isso é bom demais. – eu digo ao sentar no sofá e colocar a cabeça sobre meus joelhos. Tudo que sei e o que vi, é que não tem nada de bom na vida.
– Se der uma chance para ser feliz Talita. – diz Rebeca pegando minha mão.
– Não sei se consigo... – eu resmungo deixando as lágrimas cair no meu rosto. É tão fácil falar com ela.
– Eu não sei o que você passou, mas posso dizer que foi algo muito doloroso. Então só desejo que você seja feliz, porque você merece Talita. – ela comentou tentando sorrir.
– Obrigada, eu vou me dar uma chance. – eu digo sorrindo, e limpando meu rosto.
– Isso, garota. Vai pegar seu homem. – Falou Rebeca dando um gritinho.
– Ele não é meu. – eu digo bufando.
– Ainda Talita. – comentou a Rebeca rindo alto.
Não digo nada, me deixei acreditar que aqui tudo pode ser um novo recomeço, e eu posso ser feliz como eu jamais fui. Fugir para ser livre, e vou ser custe o que custar. Vou lutar com unhas e dentes pelo o que quero.
Passamos o resto do dia assistindo a mais alguns filmes. A Rebeca era uma ótima companhia e foi a primeira vez que senti que tinha uma amiga de verdade e isso me deixa cheia de esperança.
– Você tem quantos anos? – eu perguntei à Rebeca quando ela está olhando para o celular.
– Dezessete, sou alguns anos mais nova que meu irmão mais velho e sou tratada como um bebê por toda a família, às vezes é chato, e nem sou a mais nova esse é o posto do Luca... – resmungou a Rebeca me dando um sorriso, mas parou de falar quando seu celular toca e ela responde, e depois olha para mim.
– Eles te amam e não querem que você se machuque. – eu suponho pelo o sorriso de Rebeca ela sabe disso. E ela deve ter uma família que a ama muito, e é assim que tem que ser.
– Pode ser, mas às vezes é muito chato. – Falou ela pensativa.
– Você não tem mesmo nenhum namorado? Você é muito bonita para estar sozinha. – eu provoco e ela fica vermelha.
– Não, estou esperando o homem que vai roubar o meu coração como eu vou pegar o dele para mim. Quero algo que me faça sentir viva e com o desejo de viver por nós. – ela falou sonhando.
– Eu espero que você encontre o amor. – eu digo sincera. A Rebeca tem um brilho no olhar quando fala em amar um homem.
– Você também. – ela falou pegando o celular quando ele começou a tocar.
– Vamos, quero que você me ajude com o jantar. – eu digo indo para cozinha.
– Sim, posso ajuda. – ela falou ainda tensa desligando o celular.
– Está tudo bem? – eu pergunto a ela com a sobrancelha franzida.
– Sim. Vamos começar logo, porque estou com fome. – Ela desconversou.
– Ok. – eu digo pegando o macarrão no armário.
– O que posso fazer? Que não nos coloque em perigo – ela perguntou ao meu lado.
– Corte bem os tomates. – eu digo e ela logo faz o que eu mando.
Logan
– O que descobriu? – eu pergunto passando uma mão no cabelo. Quero deixa meu lobo matar algo para deixá-lo mais calmo
– Ele está na cidade e não sabemos o que ele quer. – Falou Dylan tão irritado quanto eu.
– Ok. Vamos ficar em extremo alerta, ele pode ter sido Supremo alfa um dia, mas não vamos esquecer o que ele fez a nossa matilha. – eu resmungo sem conseguir pensar em algo que posso fazer para me acalmar. Dominic ainda é meu amigo. Merda.
O Dominic era o nosso melhor amigo e meu mentor, e é melhor guerreiro que podíamos ter ao nosso lado, além de ser o Supremo alfa, ou seja, alfa dos alfas, o lobo mais forte, mas tudo mudou quando sua esposa e seu filho morreram em um assassinato.
Ele acabou ficando louco e com raiva matando vários inocentes na sua tentativa de descobrir quem foi o culpado. E abandonou o seu lugar na matilha. Fazia anos que ele sumiu, e agora ele volta e não sabemos o porquê.
– E os lobos solitários? – eu pergunto quando vejo o Jack entrar na sala todo coberto de sangue.
– Eu encontrei três e consegui eliminar um – diz ele sério. – os outros conseguiram fugir, mas mataram três humanos no processo.
– Isso está perdendo o controle, temos que dar um fim nisso – eu falo tentando arrumar uma solução sem morte desnecessária.
– Eu vi o Dominic. – Falou meu pai sério.
– Ele está de volta pai. – eu digo passando a mão no rosto. – acredito que ele tem algo a nos comunicar. Ele não voltaria se não fosse sério.
– Temos problemas maiores para lidar, do que com a minha volta. – diz o Dominic entrando na sala friamente sem se importar com alguns lobos que rosnaram em sua direção.
– O que seria? – eu perguntei calmo. Sou alfa e tenho que ter controle.
– Está acontecendo vários assassinatos na região e os rastros do assassino o trazem para sua cidade, Logan. – Falou o Dominic cerrando o maxilar.
– Como não sabemos disso? – perguntou o meu pai sério.
– Porque ele não mata na sua forma de lobo e sim na humana – ele diz simplesmente.
– Como pode ter tanta certeza? – perguntou o Dylan.
– Porque há um padrão. – ele falou.
– Qual? – eu pergunto temendo sua resposta.
– Ele só mata lobas. – Dominic diz sombriamente. – acredito que seja um psicopata.
Tenho que proteger minha matilha e acima de tudo minha companheira.
– Encontre este assassino. – eu ordeno.
Talita– Você tem uma boa mão – Falou Rebeca comendo o espaguete que fiz para nosso jantar.– Não é nada demais. – eu digo sorrindo.–Você já pensou em viver disso? – perguntou a Receba tomando água.– Na verdade não. – admiti. Fugir é o que sempre está na mente.– Pois... – ela começou a falar, mas parou quando alguém bateu na porta. Não demorei muito para estar quase correndo para abrir.– Talita. – Logan diz entrando na minha casa.– Logan. – eu digo seu nome com u
TalitaA Rebeca acabou ficando na minha casa, já que estava tarde para ela voltar para a cidade. Eu não achei ruim na verdade. Depois que seu irmão saiu o resto da noite foi divertido. Mas tenho uma sensação ruim de que algo não está bem.– Porque está fazendo careta? – Rebeca pergunta saindo do meu quarto já que ela usou o meu banheiro. Ela está usando uma grande camiseta branca com alguns furinhos.– De quem é a camiseta? – eu pergunto querendo mudar de assunto.– Do Dylan, eu gosto de usar – respondeu Rebeca dando de ombro.– Ele não vai se importar? – eu pergunto desligando o meu notebook.
TalitaSaio de casa e encontro o meu carro estacionado em frente à garagem. Isso me deixa aliviada, já que o Logan consertou, mas tenho que falar com ele sobre o preço que tenho que pagar.– Você dirige, meu irmão me deu a chave – informou Rebeca, eu pego a chave e sento no banco do motorista.– Ok. – eu concordo, ela liga o rádio baixinho.– Me conta uma coisa que eu não sei sobre você. – comentou a Rebeca.– Eu gosto de ser livre – eu falo a primeira coisa que vem à minha cabeça.– Como assim? – ela pergunta confusa.&ndash
TalitaA sensação do corpo de Logan junto ao meu é maravilhosa. Eu estou me viciando em seu toque, sua voz, sua presença e eu tenho medo de esta me apaixonado por ele perdidamente e não sei o que fazer.– Talita, você é uma tentação. – Logan diz rindo entre os beijos.– Você não fica atrás – eu falo tocando o seu rosto que é lindo.– Vem, quero mostrar algo – ele diz, pegando a minha mão e abrir a porta. Quando eu entro está tudo quase escuro, mas logo ele acende as luzes e o que vejo é lindo.Tem uma pequena mesa de dois lugares com velas no centro da sala com pétalas de rosas
TalitaNão sabia ao certo o que estava sentindo em relação ao Logan, já que eram muitos sentimentos juntos, mas o que podia dizer com certeza que me sentia cada vez mais completa e não abriria mão disso por nada nesse mundo.Amei acordar em seus braços e cozinhar juntos nosso café. Tudo pareceu tão certo. E não fiquei incomoda em usar as roupas da Rebeca, ela fez questão de me emprestar. Como o Logan disse ela ama uma fofoca.– Você está muito pensativa – ele diz colocando a mão na minha coxa.– Só são coisas. – Eu digo sorriso porque ele gosta muito de me tocar, e isso é bom.– Hmmm, j&aac
Talita– Talita você não entende, é perigoso para você – falou Jack.– Como? – eu perguntei confusa com a sua reação. Eu não estou machucada, não sou eu que preciso de um médico.– Dominic, a tira daqui. – Jack rosnou sério. Isso me faz dar um passo para trás, eu nunca vi o Jack tão zangado assim isso me deixou sem ação. Dylan parece estar no controle.– Vamos – falou Dominic puxando o meu braço delicadamente, para não me machucar.– Ele vai ficar bem? – eu pergunto sentindo as lágrimas nos meus olhos caírem. Odeio chorar, demonstra como eu sou uma pess
TalitaEu o abraço forte e deixo a minha cabeça sobre o seu ombro. Eu estou tão aliviada por ele está bem. É tão bom estar com ele assim junto ao meu corpo.– Estou bem – ele diz no meu ouvido sem me soltar.– Como? Eu vi seu braço Logan. Ele estava quebrado – falei balançando a cabeça e tocando no seu braço.– Não foi nada, só cai de mau jeito. – Ele garantiu. Eu apertei seu braço e notei que ele não demonstrou sentir dor ou qualquer desconforto.– Tem certeza? Pareceu tão real. – Falei olhando.– Eu estou bem. N&