Durante a semana passada, Burak descobriu que havia um grupo de mulheres que estavam falando sobre ele e sua vida pessoal. Para sua surpresa, essas mulheres haviam até mesmo dado a ele apelidos "carinhosos". No entanto, o motivo dessa conversa o deixou surpreso e, ao mesmo tempo, orgulhoso. Essas mulheres estavam falando sobre o seu "mastro" e rindo dos nomes que haviam escolhido para ele. Burak ficou feliz em saber que sua performance íntima estava sendo comentada de forma positiva em um círculo de mulheres.

Quando a sua assistente contou a história, era difícil acreditar no que estava acontecendo. Apesar dos risos que escapavam dos seus lábios, Burak achou maldoso elas se juntarem para perturbar a sua paz. Além de se auto denominarem "Red agenda girls", uma das garotas fez uma auto aposta, elevando a sua coragem ao extremo, assim afirmando que se casaria com Burak.

Com o susto, Burak derramou todo o café em seus documentos, fazendo com que ele ficasse com uma enorme insatisfação. Ao ouvir que se tratava de Ayla Kalyo, seu semblante mudou. Ele lembrou que esteve com ela em uma noite de bebedeira, e a partir de então, ela virou a sua sombra, um verdadeiro pesadelo para ele. No entanto, ela não sabe que o seu coração já tem um nome cravado para sempre.

Por tais motivos, ele começou a proteger sua vida pessoal. Quando descobrem que estão na frente do proprietário do "Turksat Izmit", a ganância só aumenta. Por ele, qualquer relação é apenas um prazer passageiro, pois está preso em outro lugar e não tem interesse em se livrar das lembranças, nem remover o cadeado que protege seu coração.

O Turksat é a rede de jóias deixada pelo seu pai. O império não era tão grandioso na época em que assumiu, mas três anos depois, foi expandido para vários lugares. Qualquer empreendimento com o nome Turksat pertence a ele, incluindo bares, restaurantes, shoppings e muito mais.

Seu nome tem um peso que pode abrir portas em lugares onde outros não conseguem entrar; Burak enfrentou inúmeros desafios, testando seus próprios limites e superando obstáculos que outros consideraram intransponíveis. Isso o transformou em um empresário implacável e forte, com uma reputação que inspira respeito onde quer que esteja.

As pessoas ao seu redor o respeitam, muitas vezes mais por medo do que por admiração. Ele é capaz de fazer valer sua vontade e não permitir que ninguém o incomode.

No entanto, ele sabe que sua posição não é livre de perigos. Sempre haverá alguém esperando para prejudicá-lo e, por isso, ele mantém uma sombra escondida, pronta para protegê-lo se necessário. Mesmo com todo o poder e influência que possui, ele não pode se dar ao luxo de baixar a guarda.

A maioria das pessoas não conhecia o rosto de Burak, por ser o herdeiro de uma família influente e rica. Por causa disso, suas fotos não eram facilmente encontradas nos sites de fofocas e nos jornais. Ele aproveitava essa privacidade para ir a muitos lugares sem ser incomodado. No entanto, tudo mudou alguns anos atrás, quando surgiram especulações sobre sua vida e identidade. Os paparazzi conseguiram uma foto dele ao lado de sua mãe, o que atraiu a atenção da mídia e do público em geral.

Burak olha para o relógio e percebe que está dez minutos atrasado. Sem perder tempo, sai apressadamente com receio de ficar preso no trânsito. Seus passos são rápidos e determinados enquanto segue em direção à porta de saída.

Assim que chega ao hotel, Burak toma seu rumo direto ao restaurante, onde é prontamente conduzido à mesa reservada por Fillipo. Pede um drink e aguarda sua chegada. Cerca de meia hora depois, Fillipo aparece, abraçando-o por trás e dando-lhe beijos joviais nas bochechas.

— Como sempre, você continua um idiota, Fillipo! — provoca Burak, fazendo seu amigo rir.

— Não é assim, Burak. Venha aqui e me dê um abraço. Estava com saudades. — eles se abraçam, demonstrando a saudade acumulada.

— Também estava, meu irmão! — diz Burak. — O sorriso estampado em meu rosto demonstra a mais pura sinceridade que um amigo têm pelo outro.

— Como andam as coisas por aqui? Sua vida amorosa continua chata? — Debocha, fazendo Burak lhe mostrar o dedo do meio.

— Tudo como sempre: novos negócios e muito dinheiro! Minha vida amorosa não é da tua conta! — Responde.

"Ele sabe que ninguém pode me amarrar, a menos que seja minha garota perfeita", pensa Burak.

— Assim vou morrer de tédio, apenas trabalho. Ninguém merece! — Por falarem alto, eles chamam a atenção dos clientes do restaurante.

— E, porque está sorrindo? Sua vida deve estar um saco também, Fillipo! — Diz, olhando a expressão de Fillipo mudar.

— Isso você tem razão! — Fillipo diz sem emoção. Seu sorriso se enfraquece. ― Precisamos de esposas urgentemente. Assim teremos problemas com nossas mulheres e o tédio vai embora rapidamente, do mesmo jeito que a nossa grana.

— Diga-me, Fillipo. Como foram as coisas na Itália? ― Pergunta, preocupado, mas não deixa transparecer.

— Você sabe, muitos problemas a serem resolvidos. Com a morte do meu pai, eu assumi de uma hora para outra e isso não é fácil. Tem aqueles que são contras, mas... — Fala com uma expressão sombria no rosto. A mudança é visível em seu jeito de ser.

— Nossa! Quem ouve você falando assim, nem imagina que você era aquele moleque de antes. Principalmente vendo você trajado de terno preto, com essa cara de quem matará alguém! — diz, avaliando as expressões em seu rosto.

Fillipo mostra um sorriso diferente. Se fosse outra pessoa, até teria medo do sorriso estampado em seu rosto agora. Mas com Burak é diferente. Poucas coisas o fazem ter medo.

— E se fosse, teria problema entre nós? — pergunta, arqueando a sobrancelha.

— Nenhum problema, você é meu irmão de alma. — expressa Burak o amor que sente pelo amigo.

— Estou brincando cara! — fala Fillipo enquanto toma seu whisky.

Nem sempre confiando nos negócios do pai de Fillipo, Burak ficou preocupado com o bem-estar de seu parceiro quando o pai faleceu. Fillipo deixou o país para voltar para sua terra natal, a Itália, e Burak ficou sem notícias dele por três longos meses, apesar de tentar entrar em contato várias vezes.

No dia em que deixou Fillipo no aeroporto, Burak fez algumas ligações para confirmar suas suspeitas; então, descobriu que o pai de Fillipo não era tão confiável como alguns imaginavam. Desde então, ele soube que seu amigo havia perdido sua inocência de garoto. No entanto, ele sempre observava Fillipo de longe, e aquele dia no aeroporto foi difícil para ele deixar seu amigo partir.

Observando Fillipo, Burak sente uma tristeza profunda. É evidente que algo está errado, e a aparência abatida e deprimida dele só confirma suas preocupações. Ele só espera que Fillipo tenha coragem suficiente para falar abertamente sobre seus problemas. Ao conversar com algumas pessoas, Burak descobriu que Fillipo havia vivido experiências dolorosas em seu mundo, algumas das quais ele próprio havia testemunhado, ainda que escondido. Pensando nisso, a preocupação de Burak com Fillipo só aumenta, já que ele não parecia mais a mesma pessoa que ele conhecia antes. Ainda assim, ele não queria perder as esperanças de que Fillipo pudesse superar suas dificuldades e encontrar a ajuda que precisa.

Enquanto o jantar é servido, a conversa animada continua entre os amigos, que abordam assuntos aleatórios e compartilham lembranças do passado. Rindo, eles recordam as travessuras que fizeram juntos. No entanto, depois de algum tempo, o silêncio domina e todos se concentram em saborear a comida deliciosa que está à sua frente, apreciando cada mordida com avidez.

Filippo aparentemente absorto em seus próprios pensamentos, quando seu amigo chama seu nome. No entanto, ele não parece ter ouvido a primeira vez, e Burak tenta mais uma vez chamando-o. Finalmente, caindo em si, Filippo pergunta o que seu amigo havia dito, fazendo-o repetir suas palavras.

— Sabe, Fillipo, você continua a comer feito um leão. Acabará barrigudo e não arrumará uma mulher que o queira! — Alfineta o amigo, sorrindo.

— Até parece, Burak. Essa gostosura aqui não corre risco! — Respondeu Fillipo, como um bom italiano que é. Ele falou tão alto que as pessoas começaram a olhar novamente para eles.

Burak olhou para Fillipo com um sorriso gentil, levantou-se da cadeira com um suspiro cansado e se despediu dele.

— Fica mais um pouco, a conversa está agradável! — Tentou mantê-lo um pouco mais.

— Não, você sabe que prefiro minha cama. — Burak respondeu com um tom descontraído.

— Tá bom! — Fillipo desistiu de fazê-lo ficar.

Observando de longe, Fillipo vê Burak saindo do restaurante. Enquanto degusta seu uísque, sua mente é rodeada por pensamentos diversos. Ele compreende a posição de Burak de não querer ficar; afinal, a carga de problemas é pesada, especialmente após ter deixado ele sozinho na liderança da Turksat. Ele era seu braço direito, e agora estar longe da empresa seria uma forma de deixar Burak ocupado com outras coisas para não interferir em sua vida. No fundo, ele fica feliz por ele ter esse privilégio de descanso, algo que o próprio Fillipo não conhece há pelo menos um ano.

Burak chega em casa exausto e toma um banho rápido para se refrescar. Sem perder tempo, vai direto para seu quarto e se despe, ficando completamente nu. Pega seu laptop e começa a revisar alguns e-mails que havia recebido. Depois de terminar esse trabalho, decide procurar por fotos e notícias sobre sua garota, mas infelizmente não encontra absolutamente nada. Frustrado, deixa o laptop de lado e se deita na cama, sentindo um arrependimento profundo por ter feito a maior besteira de sua vida. Logo adormece, com esses pensamentos ainda rondando sua mente.