O que Lorena quis dizer com suas palavras foi clara: ela não tinha motivo para responder sua pergunta.Foi justamente nesse momento que o telefone de Lorena tocou era Duarte ligando para buscá-la.Ela pegou sua bolsa, atendeu ao telefone e começou a sair do escritório.A melancolia no rosto de Zeca era evidente.Viviane soltou uma risada fria e disse:— Viu só? Agora, quando Lorena nos vê, é como se nos considerasse completos estranhos, se afastando de nós de propósito. Afinal, os amigos dela agora são aqueles da alta sociedade, como os do Grupo Camargo. Como ela iria se importar conosco?Zeca franziu a testa e respondeu:— Já terminou de falar?Viviane queria que Lorena visse o namorado de antigamente, agora transformado no marido dela. Ela não acreditava que, por mais que Lorena tentasse disfarçar, não fosse sentir nada ao ver Zeca com outra mulher....Lá embaixo, Lorena estava surpresa. Duarte a havia buscado em um carro cor-de-rosa.Ela entrou no veículo, não conseguindo segurar u
— Então, como a Otília está se saindo? — Duarte foi conversando lentamente com Lorena.Lorena sorriu, com os olhos brilhando:— A Otília está aprendendo bem rápido. E eu percebi que ela é realmente muito fofa.Duarte também sorriu, mas com um tom mais sério:— Você acabou de começar a conviver com a Otília. Com o tempo, acho que vai pensar diferente. No passado, ela sempre deixava a Natacha irritada.Lorena olhou para Duarte, surpresa:— Sério? Eu não vejo isso. A Otília é tão bonitinha e comportada.De repente, algo passou pela cabeça de Duarte. Ele colocou o prato na mesa e disse, com um olhar mais sério:— Lorena, agora que o seu trabalho está mais estabilizado, e nós voltamos para a Cidade M para ficarmos mais perto da sua mãe, acho que está na hora de pensarmos sobre o nosso futuro, não?Lorena deu uma leve pausa, repetindo as palavras dele:— O nosso futuro? Sobre o que você está falando?Duarte ficou com o rosto sério e falou com mais firmeza:— Claro, estamos falando do nosso c
No final, Viviane, irritada, deu por concluída sua aula e se retirou.Lorena, por sua vez, não tinha compromissos à tarde e decidiu ir ao hospital de repouso visitar sua mãe.Ao chegar, não esperava encontrar alguém mais no quarto de Sra. Lopes. E, para sua surpresa, era ninguém menos que o marido de Viviane, Zeca, que, no dia anterior, havia ido buscar sua esposa.— Com licença, você precisa de alguma coisa? — Lorena franziu a testa, olhando fixamente para Zeca. — Se veio por causa da sua esposa, melhor voltar e perguntar a ela o que fez. Se não tivesse derramado café na minha cadeira, eu não teria jogado o café nela.Zeca, ouvindo as palavras de Lorena, pareceu confuso por um instante.— Lorena, por favor, não faça isso. — Os olhos de Zeca, negros como a noite, estavam obscurecidos por uma sombra de dor. — Eu não sabia que minha mãe tinha chegado a esse ponto. Se eu soubesse que você e minha mãe passariam por isso, eu nunca teria ficado indiferente.Lorena olhou para ele, ainda mais
— Não precisa, senhor. Não ouviu o que eu acabei de dizer? — Lorena franziu a testa, demonstrando impaciência. — Se você não sair agora, vou ter que chamar a segurança. Ou então, posso ligar para a Viviane e pedir para ela vir cuidar do seu marido.Os olhos de Zeca refletiram uma mistura de culpa e tristeza enquanto ele falava:— Quando terminamos, eu não tinha intenção de me casar, aquilo foi apenas uma maneira de acalmar meus pais. Mas não imaginei que, naquele estado, a Viviane fosse se disfarçar de você e dormir comigo. Depois, ela ficou grávida e veio até minha casa me pressionar a casar. Meus pais, com medo do escândalo, não queriam perder a pose e forçaram a situação. Mas, depois que ela se casou comigo, o bebê não resistiu, pois tinha sérios problemas de saúde. E eu... Eu sinto que isso tudo foi um castigo de Deus para mim.Zeca estava profundamente abalado, mas Lorena não demonstrou nenhuma reação. Ela, sem mais delongas, já estava saindo da sala e se dirigiu até a enfermeira.
Lorena sorriu levemente e disse:— Eu só estou muito curiosa sobre tudo o que aconteceu entre nós dois.Duarte limpou a garganta, tentando manter a voz o mais calma possível, e respondeu:— Estamos noivos há mais de dois anos.Lorena acenou com a cabeça, pensando consigo mesma: "Se alguém me perguntar de novo quando nos tornamos noivos, já posso dar uma resposta concreta."Ao chegar em casa, Lorena foi tomar banho, enquanto Duarte se dirigiu ao escritório. Ele enviou uma versão digitalizada do histórico médico da Sra. Lopes para Naiara, esperando que ela pudesse pedir a seu orientador que verificasse se havia algum medicamento especial no exterior para tratar a doença da Sra. Lopes.Quando Lorena voltou ao quarto, havia acabado de sair do banho. Sua pele estava suavemente tingida de rosa, parecendo ainda mais atraente.A jovem estava diante do espelho, inclinando a cabeça, e secando as gotas de água de seus cabelos com uma expressão séria e concentrada.Duarte, que já havia se abstido
Joaquim estava prestes a explodir de raiva. Como ele se meteu em situações tão complicadas com pessoas como essas? Primeiro, tinha sido a Rafaela, com sua malícia. Depois, a Solange, com sua egoísmo. E agora, lá estava Duarte, esse homem sem vergonha!Joaquim mordeu os dentes, falando devagar, com firmeza:— Eu te digo uma coisa: pode esquecer! Se você me pressionar ainda mais, eu vou colocar o seu filho na frente da Lorena, e vou deixar ela ver com os próprios olhos o tipo de homem que você é. Por causa de uma mulher, você sequer se importa com o seu filho!— Você não se atreva! — Duarte respondeu, arrependido, de imediato. — Se eu soubesse, naquela época, que seria assim, eu teria trabalhado com você. Se eu tivesse feito isso, aquela mulher malvada da Rafaela nunca teria sido tão ousada, e o Domingos jamais teria nascido... Ai, meu Deus!Quando Joaquim ouviu Duarte mencionar o passado, um sentimento de irritação tomou conta dele. Naquele tempo, ele tinha sido a vítima, sendo manipul
Duarte e Joaquim ficaram surpresos por um momento, ambos olhando para Natacha com expressões de espanto. Provavelmente, nenhum deles imaginava que Natacha se ofereceria tão prontamente para levar Domingos para a família Camargo.Embora Joaquim também sentisse compaixão por Domingos, ele ainda expressou o desconforto que sentia:— Natacha, não se esqueça, Domingos é filho da Rafaela.Natacha respondeu com firmeza, quase como se fosse uma promessa:— Eu lembro disso, eu sei! Mas os erros dos adultos não devem ser carregados pelas crianças. O que Domingos está vivendo agora, tanto fisicamente quanto psicologicamente, é um verdadeiro sofrimento que ele não merece. Não consigo mais ver isso. Domingos é filho da Rafaela, sim, mas também é meu sobrinho querido. Eu não acredito que, se eu o tratar com carinho, ele se tornará alguém como a mãe, que causou tantos danos a nós.Enquanto conversavam, Domingos permanecia na porta do quarto, parado em silêncio, observando eles como uma criança aband
Duarte disse:— As coisas estão resolvidas por enquanto. Não se preocupe comigo, se lembre de tomar o café da manhã, tá bom?Lorena só então respondeu:— Que bom, eu estava achando que tinha acontecido algum problema contigo.— Não, nada disso. — Duarte fez uma pausa e, de repente, perguntou. — Lorena, você vai me deixar?Lorena ficou em silêncio por um momento, confusa:— Por que você está perguntando isso de repente? Ou será que você está escondendo algo de mim? A empresa passou por algum problema?— Não, eu só estava perguntando por perguntar. — A voz de Duarte soou fria, sem conseguir revelar qualquer emoção.Lorena suspirou e, com um tom suave, respondeu:— Mesmo que a empresa tenha problemas, não importa. Duarte, você tem sido tão bom para mim que eu não vou te deixar só porque você ficou sem dinheiro. Eu também tenho um emprego, posso até pegar mais alunos. As dificuldades vão passar, você não precisa se preocupar tanto, eu não vou embora.A voz calma e suave de Lorena, como um