♥ Capítulo 2 ♥

10:15 — Cassino ― Rússia.

Quinta-Feira.

Scarlett Wilson.

Eu ainda me encontrava no mesmo lugar, olhando para o chão. Agora que eu reparei, estou descalça, acho que por causa do nervosismo e o medo, eu não tinha percebido. E o pior de tudo, é que eu terei que me deitar com eles.... Eu acho.

― S-Sinto muito. ― Ergui meus olhos para cima. ― O-O que... O que eu devo fazer?

Percebi uma troca de olhares entre eles dois, isso me deixou um pouco inquieta.

― Vai aprender com o tempo. ― Isso não me ajuda. ― Agora, venha aqui.

Senti minhas mãos suarem, minha garganta ficar seca. Expiro pelo nariz e depois solto lentamente pela boca, caminho em passos lentos até ele, tendo que passar pelo Bóris que não tirava os olhos de mim. Isso me causou um enorme calafrio pelo meu corpo. ― Parando no seu lado o encarei.

― Você é virgem? ― Perguntou sem nenhuma enrolação, foi curto e grosso.

Acabei ficando sem jeito, claro que eu sou virgem, virgem em tudo.

― Pela sua expressão, eu acredito que sim.

Eu nem consigo olhá-lo diretamente, por causa do seu olhar, dá um ar de perigo. E acredito que essa minha intuição, nunca falha.

― Como você agora é a nossa mulher, tem permissão de nos chamar pelos nossos nomes. ― Falou, fiquei congelada quando ele agarrou a minha cintura e puxou-me para o seu colo.

Sem consegui me conter, acabei corando por ficar nessa posição.

― Vamos, tente me chamar pelo meu nome. ― Segurou meu queixo, forçando-me a encará-lo.

Isso é simplesmente impossível! Eu não consigo. Eu quero muito desviar, mas pôr causa da sua mão segurando meu queixo, eu não posso.

― Diga meu nome, querida. ― Travei ao sentir sua mão deslizando pela minha coxa. ― Diga.

― R-R-Russell. ― Ele deu um simples sorriso sem mostrar os dentes.

― Boa menina. Como foi uma boa menina, merece um prêmio. ― Fiquem sem entender.

Prêmio?

Arfei surpresa ao sentir seus lábios contra os meus, como sua mão ainda se encontrava no meu queixo, ele empurrou para baixo, fazendo eu abrir a boca. Ele enfiou sua língua, fechei os olhos com força ao sentir sua língua explorar a minha boca. Uma pequena mordida em meus lábios causou arrepios pelo meu corpo, sua mão que segurava meu queixou, deslizou para a minha nuca. ― Separou as nossas bocas, rapidamente puxei o ar para os meus pulmões.

― Você agora é nossa, nunca se esqueça disso. ― Passou o polegar em meus lábios inchados.

Eu ainda me encontrava fora de mim, por causa desse maldito beijo. Foi o meu primeiro beijo. Fui retirada dos meus pensamentos com o som da minha barriga roncando, senti uma enorme vontade de cobrir meu rosto.

― Nós já terminamos as coisas por aqui, podemos ir para casa. ― Eu rapidamente saltei para fora do seu colo, mas como eu sou desastrada. Tropecei em meus próprios pés mais uma vez.

Fechei os olhos esperando a queda, rapidamente sou segurada por um forte braço. Abrindo meus olhos percebi que era o seu irmão, o Bóris.

― O-Obrig.... ― Sou interrompida pelos seus lábios devorando os meus em um jeito bruto.

Eu tive que apoia minhas mãos em seu enorme peitoral para me manter no lugar, só que parecia que eu estava apoiada em pedra.

Sua língua adentra a minha boca, tirando da minha análise. Apertei com força a sua camisa ao sentir seus dentes morderem de leve meus lábios, suspirei entre o beijo. ― Ele separou a nossa boca ao notar que eu precisava respirar. Eu rapidamente puxei o ar mais uma vez para os meus pulmões.

― Sim, de fato você é nossa. ― Fiquei muito surpresa ao notar o quanto a sua voz era ronca em inglês.

Afastei rapidamente dele.

― Vamos. ― Russell passou por nós. O Bóris o seguiu sem dizer mais nenhuma palavra.

Rapidamente alcanço eles dois.

― P-Para onde vamos? ― Pergunto com cautela.

― Para a sua nova casa. ― Falou sem ao menos se virar. ― Enquanto você se acostuma em ser a nossa mulher, iremos pegar leve.

― Leve? Em que? ― Eu realmente estou sem entender.

Leve? Como assim.

― Isso mesmo, leve. Como você ainda é nova, não iremos leva-la nesse momento.

Ele parou de andar e me encarou, acho que ele percebeu que eu ainda não tinha entendido, porque deu um sorriso.

― Nós não iremos fazer sexo com você nesse momento. ― Senti meus olhos saltarem para fora em choque.

Meu Deus!! Esse homem não tem filtro na boca.

― Como você ainda é virgem, não iremos te forçar a fazer sexo conosco agora. ― Eu agradeço. ― Por enquanto. ― Sorriu e voltou a andar.

Por enquanto? Misericórdia!

Descemos os degraus e reparo que tem mais gente no cassino.

― Nós estamos indo para casa, fique de olho nas coisas, me informe se algo acontecer. ― Falou algo para o homem que me trouxe.

― Sim, chefe.

Fiquei muito confusa, que língua é essa?

Saindo do cassino avisto um carro prateado, sou guiada até ele. O Bóris abriu a porta para mim, enquanto o Russell dava a volta.

― Entre. ― Entrei rapidamente no carro.

Fiquei muito nervosa por está no meio deles dois.

― Onde... Onde eu estou? ― Questiono.

Mordi meus lábios nervosa.

― Rússia. ― Russell respondeu casualmente.

Arregalei os olhos perplexo.

Puta que pariu!!!

― Rússia? ― Perguntei ainda não acreditando.

― Você se acostuma.

Ele vive dizendo isso, mas não tem como alguém se acostumar com isso! Eu fui vendida pelos meus pais, obrigada a ser parceira sexual deles, porque é isso que eu estou sendo. Sinto que a qualquer momento eu fosse surtar.

Senti uma mão em minha coxa, olhei rapidamente para baixo.

― Não pense tanto assim, querida. Pense pelo lado positivo. ― O encarei. ― Você vai estar segura, vai poder fazer o que quiser.

Menos ir embora.

Resolvo não falar nada, assim ajuda a minha saúde mental.

Fico brincando com os dedos das minhas mãos, o cheiro bom do carro está me deixando sonolenta.

Não posso dormir aqui.

É o que eu penso, mas sem conseguir conter, meus olhos se fecham lentamente.

****

Saltando para frente por causa do terrível sonho.

― Merda.

Passo a mão em meu rosto e olhei para o lado.

― Uau. ― Estou em um enorme quarto.

As paredes cinza e as decorações cinza, acabou deixando o lugar muito mais admirável. Admito que esse lugar é muito lindo. Tomei um susto ao escutar batidas de leve na porta.

Será que são eles?

― E-Entra.

A porta é aberta e uma jovem entra no quarto.

― Bom dia, senhorita. ― Franzo a testa em confusão.

― Senhorita? Porque me chama assim? ― Perguntei sem entender.

Ela parecia mais confusa.

― Foi ordem. ― Pisquei em confusão. ― Os patrões ordenaram que todos os empregados lhe chamassem de senhorita.

― E porquê?

― Porque a senhorita é a nova mulher deles. Todas que chegam aqui recebem o mesmo tratamento. ― Faço uma careta com isso.

Eu não quero ser chamada de senhorita.

― Enfim, eu me chamo Jéssica, fui escolhida para preparar suas roupas e o banho.

Pra que isso? Eu tenho minhas próprias mãos.

― Certo. ― Respondo incerta.

Ela dá um sorriso.

― Irei preparar o banho. ― E foi em direção a porta mais escura do quarto.

Soltei um suspiro assim que ela entrou no quarto.

― Que situação horrível.

Passei mais uma vez a mão em meu rosto, olhei para a escrivaninha vendo um relógio.

― Oito horas. ― Eu dormi por muito tempo.

Acredito que chegamos na Rússia ontem de manhã, eu devo tá muito exausta.

― O banho está pronto, senhorita. ― Saí dos meus pensamentos com a voz da Jéssica.

― Obrigada. ― Ela deu um sorriso.

― Estou aqui para isso.

Só aceita o elogio mulher.

Desci dessa enorme cama e caminho em direção ao banheiro, fiquei abismada com o tamanho. Minha antiga casa cabia aqui dentro, que lugar enorme, meu Jesus do céu. Observo uma imensa banheira, aproximo e vejo que a Jéssica colocou algumas coisas dentro, melhor nem questionar.

Tiro minha camisola e a calcinha colocando no cesto, adentro a banheira sem conseguir conter o gemido de satisfação.

― Isso é realmente bom.

Esfrego meu corpo e observo as minhas cicatrizes que ganhei da minha antiga família.

Será que eles ainda iriam me querer ao ver essas cicatrizes?

Fico mais alguns minutos na banheira, mas resolvo sair, não posso deixar a Jéssica me esperando tanto tempo assim. Entro embaixo do chuveiro retirando as espumas do meu corpo, lavei todo o meu corpo, assim como meus cabelos. ― Vejo um roupão, rapidamente pego.

Saio do quarto e fiquei surpresa ao encontrar a Jéssica em pé no canto da minha cama.

― O que faz parada aí? ― Questionei sem entender esse ato dela.

― As antigas senhoritas me obrigaram a ficar sempre aqui. ― Fiz uma careta de desgosto com isso.

― E porquê? ― Ela deu de ombro, mas logo arregalou seus olhos.

― Me perdoa, senhorita!! ― Caiu de joelhos no chão, isso me assustou.

― O que!?

― Eu não devia ter dado de ombro, eu sinto muito. ― Ela encostou sua testa no chão.

Meu senhor!

Aproximei rapidamente dela.

― Pare com isso, eu não me importo com o que você faz, eu não sou igual aquelas pessoas. Fiquei muito assustada ao ver isso, então, por favor, levante. ― Estendi a mão para ela.

Ela ficou confusa, mas aceitou a minha mão estendida. A puxei para cima e sorri.

― Não precisa se preocupa com isso, eu não vou fazer nada com você. Até porque você é um ser humano.

― Elas nos ordenavam a fazer tudo o que elas queriam, se não fizéssemos o que queriam, sofreríamos as consequências.

― Eles permitiam isso? ― Ela rapidamente negou com a cabeça.

― Não! Eles não sabiam sobre isso, acredito que se soubessem, todos estariam mortos. ― Senti minha pele se arrepiar com isso.

Medo.

― Enfim, senhorita. Eles estão lhe aguardando na sala de jantar, para o café da manhã. E estamos atrasadas, então, por favor, vá se vestir. ― Ela apontou para a roupa em cima da cama.

Nem fodendo eu uso essas roupas. É muito vulgar, aquele short parece mais uma calcinha de tão curta que é.

― Jéssica?

― Sim?

― Tem algo menos.... Digamos, menos vulgar? ― Ela me olhou por alguns segundos e depois acenou.

― Claro, irei pegar.

Ela vai andando até... Aquilo ali é um closet? Minha nossa é enorme. Logo volta com uma calça jeans escura e uma blusa vermelha, também vejo uma calcinha cinza e um sutiã cinza.

― Obrigada, Jéssica. ― Peguei as roupas e voltei para o banheiro.

Fecho a porta e rapidamente começo a me vestir, fiquei surpresa ao ver que as roupas cabiam certinho em mim. Fui até a pia e peguei uma escova de dente fechada, sem muita enrolação, começo a escovar os dentes. ― Pego também uma escova de cabelo e começo a penteá-lo, eu gosto quando ele seca naturalmente.

Estou pronta para enfrenta-lo.

Sai do banheiro já arrumada.

― Bom?

― Está perfeito, senhorita.

― Obrigada.

― Agora vamos, eles estão nos esperando.

Que Deus me ajude.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo