Amanda Almeida
Termino de fazer uma últimas anotações em meu caderno quando meu celular vibra novamente.Resolvo ignora o aparelho finalizando minhas anotações do curso de informática que faço durante aos sábados online. Meu celular vibra novamente, de novo, de novo e de novo.Bato a palma da mão sobre a escrivaninha que sustenta meu caderno e o notebook que eu uso, estendo meu braço alcançando o aparelho ao lado.Desbloqueei já esperando a mensagem das meninas mas para minha surpresa não era elas."Número desconhecido"-Uai?Com o cenho franzido decidir responder a tal pessoa e não demorou para obter a reposta.-Você vai para o luau amanhã á noite?Pensei por um instante, eu lembro que ter salvado o número de todos no e-mail se fosse contato meu eu saberia quem é.-Eu te conheço?- respondi de volta.-Gabriel, Amanda.Ergui meu olhar encarando a tela do meu notebook, como ele conseguiu meu número?Ele deve ter notado a minha demora pra responder e mandou outra mensagem.-Salva meu número, pode precisar dele um dia.-Ah, irei salvar sim só não garanto que irei precisar e respondendo sua pergunta, talvez sua irmã me obrigue a ir amanhã.Ele não respondeu.Desliguei meu celular e fechei a tela do meu notebook. Lavantei e em seguida o meu celular tocou exibindo o nome de Marcela na tela.Confesso que estou receosa de atender, certeza que ela irá me obrigar a ir para a sua casa só para ter certeza de que irei para a festa amanhã.Atendo.-Minha casa, ás hrs:14:30 e sem mais e sem menos, até já.Ela desligou sem ao menos esperar uma resposta minha?Eu tenho autoridade?Ouço batidas na porta do meu quarto e peço para que entre.É o meu tio, o observei de relance o mesmo atravessar a porta e fechar em seguida. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo desajeitado e suspirei pesadamente antes de me virar.-Amanda.- seu tom de voz é tranquilo porém autoritário. Meu tio nunca encostou o dedo em mim e acredito que não seria agora.Minha educação sempre foi muito elogiada, apesar de não ter contato com meus país, eu sempre fui taxada por ter uma boa educação e excelentes notas mesmo sem eles presentes.Virei meu corpo na cadeira rotatória encarando meu tio frente á frente.Sorri sutilmente para ele que cruza os braços.-Diego me disse que você estava com Gabriel depois que saiu da escola?- concordei brevemente o vendo arquear uma sobrancelha. -Por quê?Meu tio se chama Paulo João, tem cinquenta e seis anos mas juro que não parece, ele possui o cabelo raspado em um corte social e o seu porte físico é admirável para alguém da sua idade. Seus olhos escuros se destacam em meio a pele queimada pelo sol e a barba tingida de preto o deixa mais charmoso.Ele olha brevemente para a escrivaninha, meus olhos acompanham o movimento e logo o encaro.-Eu pedi pro Diego ir me buscar mas ele não foi. Quando eu ia atravessar pra pegar o ônibus o sinal fechou, estava preste a mandar um áudio para ele só que aí Gabriel chegou e puxou meu pulso fazendo meu celular cair.- pauso recuperando o fôlego, meu tio parecia bem atendo em casa palavra que eu dizia. -Ele insistiu que a culpa era dele...Eu contei tudo para o meu tio, do início ao fim sem omitir nada. Ele ficou um tempo em silêncio olhando no fundo dos meus olhos. Ele tinham o dom de descobrir se a pessoa estava mentindo ou não para ele.Ele respirou pesadamente fechando os olhos e passando a mão na cabeça raspada em movimento de vai e vêm.-Você não deveria ter aceitado esse celular Amanda.- ele aponta com o queixo para o aparelho. -Você tem noção de quem ele é?Concordei em um movimento sútil.Peguei o celular o segurando entre minhas mãos.- Eu irei devolver o celular para ele, eu sei que foi um erro.- Admito me pondo de pé caminhando em sua direção e parando a sua frente. -Ele insistiu tanto que não pude recusar...Ele me interrompe.-Tudo bem Amanda, eu vou conversar com ele.Arregalo os olhos, o que eles poderiam conversar se não houve nada? Ele não quer que eu devolva então não vejo precisão disso.-Por quê?- confesso que não consegui disfarçar o medo no meu tom de voz, eu sei da fama daquele homem e tudo que eu não quero é perder quem eu amo. -Tio, não precisa isso não vai mais se repetir.Ele concordou.-Eu sei mas o que ele fez não foi certo.- ele diz sério sem nenhuma expressão. -Mais tarde conversamos, eu tenho pendências pra resolver.Meu tio virou-se e caminhou em direção a porta a abrindo. Só então me lembrei do convite, convite não, quase uma obrigação de estar presente na casa de Marcela hoje a noite.-Tio!- O chamo e ele me olha por cima do ombro. -Posso dormir na casa da Marcela hoje? Eu volto amanhã.Ele demorou para responder e eu juro que tava torcendo pra vim um "não"-Pode! Te quero aqui às onze horas.Concordei dando leves pulinhos de alegria.Por que eu tô pulando se eu nem queria ir?-Estarei aqui.Ele concordou.-Eu amo você Amanda, lembre-se disso.-Tambem te amo!Fiz um coração para ele com as duas mãos Juntas e só então ele sorriu, acenou um breve tchau e o retribuir.Virei as costas ao ouvir a porta bater.Preciso arrumar minhas coisas.***Tava no ponto de ônibus esperando um que me levaria direto para a praia já que a bonita mora lá. Sentei no banco já impaciente, eu odeio sair aos domingos e sábados porque o transporte é horrível.Cruzei as pernas impaciente balançando meu pé livre no ar. Um homem de aproximadamente quarenta anos de sentou ao meu lado grudando a lateral do seu corpo ao meu.O olhei pelo canto do olho, ele puxou seu celular do bolso e começou a teclar em seguida pós no bolso mas dessa vez o oposto, ele coloco do lado em que eu estava sentada tocando em minha coxa.O que custava ele por no mesmo.Me afastei mais um pouco e ele chegou mais perto.Me levantei o encarando assustada.-Você tá ficando louco? Gritei já sentindo minha voz trêmula, meu corpo acompanha a minha voz.O homem apenas me encara fingindo desentendimento, ele me olha de cima a baixo e se levanta. Ele é maior que eu, deve ter seus quase 1,80 de altura.-Olha o tamanho do seu short, é quase impossível não ficar louco.- um sorriso malicioso surge em seus lábios, ele dá um passo a frente me obrigando a recuar outro. -O que foi, ninguém vai olhar...olha para ali. -Ele aponta com o queixo para um veículo preto um pouco antes do ponto de ônibus. -É meu, se quiser podemos dar uma volta...Eu neguei rapidamente.-Não quero.- respondo grosseira. -Eu tenho namorado!- o que era uma mentira.Nessas horas a gente pensa em tudo.Ele riu sarcasticamente.-Eu não ligo.- ele aproximou agarrando meu braço puxando meu corpo para ele, tentei me livrar em uma tentativa inútil já que aquele homem era mais forte que eu.Dei vários socos nele mas parece que era imune a dor.Gritei com toda minha força mas infelizmente a rua tava deserta.Ele aproximou seu rosto me obrigando a fazer silêncio.-Amanda.Ouço meu nome ser pronunciado com ódio palpável, olhamos ao mesmo tempo e só então o homem soltou. Meu corpo deu uma leve falhada ao perder o equilíbrio e se chocar contra a vidraça que protegia a área da chuva.Gabriel desceu da moto, quando ele chegou? Eu geralmente reconheço o barulho dessa moto a quilômetros de distância.Ele mantém uma postura imponente e o semblante sério que fez todos os pelinhos do meu corpo se arrepiarem.Encaro o chão prendendo uma mexa do meu cabelo atrás da orelha.-Tá tudo bem?- olho para Gabriel que rapidamente olha para o homem que dá alguns passos para trás.-Ela passou mal, eu só estava a ajudando.- o homem diz tranquilamente.-Não te perguntei.- Gabriel o responde olhando no olho. -Vaza.O homem bufa ao se retirando.Gabriel ergue sua mão acariciando minha bochecha com o polegar. Seu dedo desliza sobre meu maxilar fazendo uma breve parada no meu queixo que erguido para que eu olhe nos seus olhos.-Tá tudo bem?- Apenas concordei. -Jura?-Juro, céus!Me afasto do seu toque recebendo seu olhar intrigado.É óbvio que não estava tudo bem, fui julgada pela minha maneira de me vestir, fui trocada sem minha permissão.Claro que eu não tô bem.-Pra onde está indo? Por essas horas essas áreas são desertas.Como se eu não tivesse percebido.-Indo pra casa da Marcela.-A loira?- concordei com um aceno. -Eu te levo, não quero que corra perigo novamente.Ergui minha mão e o mesmo se calou.-Não precisa.-Seu tio me mataria se algo te acontecesse, Amada.Respirei fundo ao lembrar dos conselhos do meu tio em relação a Gabriel. Eu não entendo, como alguém pude julgar uma pessoa assim? Eu não entendo de verdade.Ele não é quem dizem que é.Ele não aparenta ser o que falam.Ele me estendeu a mão, olhei receosa para ele mas não demorou para entrelaçar meus dedos ao seu.Meu tio irá me matar.Amanda AlmeidaA velocidade que essa moto arranca em tão pouco tempo é surreal. Gabriel corre e sai cortando em meio aos poucos carros que existe na pista, como se não tivesse fazendo nada demais.Eu só tenho 16 anos, sou jovem demais para morrer.Firmo o aperto ao redor do seu quadril.Como se isso fosse me salvar se ele batesse...Céus! Porque diabos estou pensando nisso?!O fato de ser sábado já ajuda com o trânsito meio livre, o que torna tudo menos "perigoso" Aperto cada vez mais seu quadril fechando os olhos com força, não ouço nada além do barulho do vento contra a viseira.Abro os olhos ao sentir a moto parar, ele parou na sinaleira. Ele me observa de relance e um único movimento me afasto rapidamente de suas costas.-Posso te pedir um favor?- lá vêm.Concordei desconfiada, mas eu tinha que o ajudar já que ele me livrou aquela situação constrangedora.-Amanhã é aniversário da Júlia.- e o meu também. -Pode me ajudar a escolher um presente? Aquela garota tem tudo que eu imagino
Amanda AlmeidaJá se passava das 20:00hrs quando finalmente chegamos á praia. O caminho foi um total silêncio entre Marcela e eu, ela parecia estar estranha ou perdida em seus pensamentos.O que é estranho, nunca a vi de mal humor antes de um luau na praia, um dos seus lazeres favorito.Resolvi ignorar ignorar esse questionamento, depois conversaria a sós com ela de qualquer jeito.Não quer esconder nada dela.Vai ser pior se ela descobri por outra pessoa.Não que eu esteja devendo algo Somos no total de quinze pessoas em volta da fogueira que nos aquece e sendo bem sincera, as únicas pessoas que eu conheço é Diego, Marcela, Júlia e claro...Gabriel.Gabriel usa uma camisa regata branca que exibe perfeitamente os seus bíceps definidos e uma simples bermuda jeans.Bem simples.Todos estão conversamos em seus grupos separadamente, Júlia como aniversariante sempre está dando um pulinho aqui ou outro ali mas sempre conversando com todos.Alguns com certeza era colegas de faculdade mas e
Amanda Almeida-Acho que estou apaixonada!- ela suspira encantada espalmando a mão sobre o peito esquerdo.Diz a minha amiga Marcela pela quinta vez suspirando apaixonada por um dos homens que se aproxima da mercearia em um grupo de aproximadamente cinco homens.Ela não tem a mínima vergonha na cara! O rapaz não a encara ou algo do tipo enquanto ela só falta o devora pelos olhos azuis que possui.E isso porque ele está de costas.Reviro os olhos.Céus! Eu não aguento mais isso, essa mulher tem uma atração surreal por traficantes. Juro! Marcela é de boa família, estruturada e em situação financeira estável. Vários garotos da sua escola de alto padrão já pediram ela em namoro ou pediram para conhecê-la, ela quis?Não! A garota é extremamente rica! Marcela dispensou todos! Segundo a mesma, eles são sem "sal" e não tem adrenalina como esse tipo de homem que ela é apaixonada.Armas, drogas, dinheiro, ostentação e o principal, exposição e fama. Afinal, imagina andar pelos os lugares e ser
Amanda AlmeidaO sinal de hoje para a minha alegria decidiu tocar mais cedo anunciando a saída liberada de todos os alunos. De certa forma, eu estava feliz. Hoje é sexta-feira, dia de anunciarem festas e mais festas no final de semana junto ao luau nas praias do Rio.Não que faça diferença para mim, eu odeio essas festas.Marcela e Júlia irão encher o meu saco até eu aceitar sair com elas, eu não tenho nada contra a essas festas só não curto muito e sem falar das drogas e algumas pessoas que estarão presentes.Suspirei pesadamente e como de costume estava um calor infernal aqui no Rio. Uso minha mão contra meu rosto sacudindo de cima para baixo em uma tentativa falha de amenizar o calor com tão pouco vento e o ar mais seco que nunca.Eu daria tudo para morar em um lugar frio, já imagino a neve sob meus pés e sem comentar o chocolate quente.Uma ladeira...Uma praia cairia bem. Céus.Retirei meu celular do bolso enquanto ando pela calçada e com ajuda do polegar procuro o chat do meu p
Amanda AlmeidaHavia passado á tarde inteira fora junto à Gabriel que estava completamente estranho e pensativo. A volta para casa foi tranquila, tirando ás não sei e quantas ligações do meu tio e primo.Não precisa ver o número na tela pra saber que era eles ligando esse tempo todo."Se ele tivesse vindo me buscar isso tudo não teria acontecido"Pelo menos posso acusar o meu primo pelo ocorrido de hoje. Mas realmente, se ele tivesse vindo me buscar isso não teria acontecido. Não gosto de ser muito próxima a esse tipo de gente e desde o dia que eu conheci Gabriel algo mudou na minha cabeça, ele não é quem eu pensei, muito pelo contrário.Ele é engraçado, fofo, procura sempre fazer o bem para as pessoas e várias outras qualidades.Isso tá sendo extremamente cômico na minha adolescência mas não posso esquecer que a minha amiga é apaixonada por ele então isso é quase que impossível de acontecer.Meus Deus! O que eu tô pensando?!Procuro as chaves em minha mochila, juro que abri todos os