capítulo 04 CONHECENDO IVAN

IVAN

Depois que Gabriela tomou a sopa, fui ao quarto dela e liguei a banheira, enchi com água quente e retornei a sala de TV.

Ivan:- Preparei um banho quente para você, ela me olhou e vi gratidão, ajudei a se levantar, pensei em carrega-lá, mas desisti com medo de assustar. Enquanto ela estava na banheira, peguei uma camisola, uma calcinha de algodão e absorvente que encontrei na gaveta, a deixei tudo na cama.

Ivan:- Vou descer para fazer um chá, se agasalhe a noite esta fria.

Gabriela:- Sim, Obrigada.

GABRIELA

Entendi o motivo dá mudança de humor dele, quando saiu para viajem de negócios, Ivan achou que eu sentia nojo dele, as cicatrizes realmente não me incomodam o que me incomoda é o fato de alguém o ter machucado daquela maneira, mesmo antes de ter tudo esclarecido ele me tratou com carinho e atenção e eu gostei disso, já percebi que ele não gosta de ser tocado, mas estava com tanta dor que só queria algo quente para aliviar meu desconforto e quando toquei sua mão gemi quando senti a temperatura, acabei me enrolando em seu corpo como uma serpente, ele estava quente e a sensação era boa, espero que ele não fique chateado por isso, estou morrendo de vergonha.

Depois de um tempo na banheira minha dor se foi, sai enrolada em uma toalha em direção ao closet, mas vi a camisola e absorvente na cama, senti meu corpo esquentar de vergonha mais uma vez, por saber que ele colocou aquelas coisas ali para mim, vesti e coloquei um casaco mais quente por cima de tudo, Ivan estava preparando uma bandeja.

Gabriela:- Isso é para mim?- Ele se virou e seu rosto estava suave, pude ver como ele era bonito quando estava assim relaxado.

Ivan:- Você não deveria ter descido, suba vou levar o chá para você- Meus lábios subiram em um sorriso retribuído por ele e precisei me segurar no corrimão, que sorriso lindo, ele me olhava esperando que eu subisse, então me recompus.

Gabriela:- Pode ser na sala de tv.?- Minha voz saiu manhosa de uma forma que não previ.

Ivan:- Claro, deite e se mantenha aquecida. - Subi o mais rápido que pude, meu coração estava acelerado, o que esta se passando comigo?, lembrei do que ele disse sobre uma mulher como eu não querer um monstro como ele, não sei bem quais são os negócios dele, mas sei que tem ligação com a máfia, espero que não seja trafico humano, eu não poderia conviver com um homem assim, resumindo, não sei nada sobre o meu marido

Eu estou no auge dos meus pensamentos quando ele entra e me assusto, Ivan fica na porta me olhando por um tempo antes de se aproximar.

Ivan:- Vou deixar a bandeja aqui para você

Gabriela:- Não vai ficar comigo? - Espero que ele não pense que quero algo mais, não estou pronta para isso, mas gosto dá companhia dele.

Ele me olha meio desconfiado.

Gabriela:- Podemos ver um filme?- Ele se senta ao meu lado

Ivan:- Apenas um, preciso sair cedo amanha e você vai comigo- Não quero sair, gosto dá casa e descobri o estábulo, amo cavalgar.

Gabriela:- Não posso ficar?

Ivan: Não, você não esta se sentindo bem, é ficará mais segura comigo

Gabriela:- Ta bem - O olhar que ele me deu não dava margem para discussão

Ivan:- Escolha o filme já volto - Encontrei uma comédia romântica, logo ele volta com uma grande bacia de pipoca, eu amo pipoca. Começamos assistir ao filme, eu ri muito, mas ele ficou quieto o tempo todo, acho que não é o tipo de filme que ele gosta.

Comecei a me sentir sonolenta, acordei deitada em cima de Ivan, fiquei completamente envergonhada. 

Gabriela:- Me desculpe.

Ivan:- Tudo bem - Ele parecia relaxado - Quer arrumar uma bolsa antes de dormir mais?

Gabriela:- Posso arrumar pela manhã - Ivan se levante e sai com os copos sujos e a bacia de pipoca.

Ivan:- Vamos dormir, precisamos acordar muito cedo amanhã- Ele foi para o seu quarto e eu para o meu, esses dias sem ele aqui dormi na sala de Tv. Com a Televisão ligada, não ouvi os barulhos que me assustaram no primeiro dia, mas hoje eles estavam lá. Me achei uma boba, mas estava com medo, um galho batia na minha janela com o movimento do vento e os barulhos de animais que eu não conseguia reconhecer me fizeram encolher na cama, quando ele bateu na minha porta eu ainda não havia dormido nada, levantei me arrastando, tomei banho e fiz minha higiene pessoal, arrumei uma pequena mala, ele não me disse quantos dias ficaríamos fora, nesse momento percebi que não sabia para onde estava indo e por quê. Quando desci, a mesa do café estava posta.

Ivan:- Venha comer, saímos logo - Me sentei e ele me olhava fixamente.- Você não dormiu?- Eu deveria estar horrível para ele me fazer essa pergunta.

Gabriela:- Não consegui dormir muito, os barulhos lá fora me deixam com medo e tem um galho dá arvore grande que b**e na minha janela- Ele me olha com curiosidade, respondo já sabendo a pergunta. - Nos dias que não estava, dormi na sala de tv, com a televisão ligada, quase não ouvi os barulhos.

Ivan:- Quando voltarmos vejo o galho na sua janela, e podemos colocar revestimento acústico nos quartos- Minha sobrancelha subiu tamanha a surpresa, me senti cuidada.

Fui lavar a louça do café enquanto ele levava as malas para o carro, arrumei uma bolsa térmica com água e bolo de chocolate, torta e pudim.

No carro ficamos em silêncio por muito tempo, resolvi falar com ele, precisava me acostumar com o jeito do Ivan, estava casada não queria ter uma relação distante com o meu marido e estava levando em conta tudo que ele fez até agora, não esperava que ele me respeitasse e até cuidasse de mim.

Gabriela:- Quer bolo?- Ele me olho pelo canto do olho.

Ivan:- Trouxe bolo para mim?- Ele parece incrédulo.

Gabriela:- Você me disse que voltaria a noite, fiz para comer depois do jantar, mas estava muito mal ontem e esqueci, é de chocolate - Dou o meu melhor sorriso a ele. Ivan para no acostamento, embrulhei os pedaços de bolo em papel aluminio para facilitar.

Ivan:- Humm adoro bolo, ainda mais de chocolate - Ri com a empolgação dele com o bolo.

Gabriela:- Que bom que gostou, tem pudim e torta - Ele me olha como se fosse uma criança, passo a ele uma vasilha com pudim e um pedaço de torta e ele come tudo.

Ivan:- Obrigado.

IVAN

Gabriela pegou meus pontos fracos, doces e tortas, não me contive e comi tudo, estava ótimo, me senti até envergonhado depois, parecia um ogro, aí me lembrei é o que sou.

Gostei do fato dela ter cozinhado para mim, achei um gesto de carinho, ou ela apenas se sentiu obrigada por ser minha esposa, ainda não sei dizer, voltamos a estrada e percebi que ela estava fazendo cara de dor, mas não me disse nada, peguei uma garrafa de água, sem parar o carro e passei para ela.

Ivan:- Tome seu remédio, esta com dor

Gabriela:- Não está no horário

Ivan:- Sempre teve dores assim?

Gabriela:- Elas pioraram de alguns anos para cá - Ela toma um gole dá garrafa de água.

Ivan:- Vamos marcar medico para você- Ela balança a cabeça freneticamente.

Gabriela:- não quero ir ao médico, não me force por favor - Eu conhecia aquele olhar, era medo.

Ivan:- Tem medo de Médicos? - Ela olha para janela e fica perdida em pensamentos - Gabriela.

Gabriela:- Não quero ir - Depois conversaríamos sobre o assunto, parece que minha esposa também tem os seus segredos.

Ivan:- Não vou forçar, fique tranquila- Ela sorri e eu retribuo, acho que sorri e falei para uma vida toda.

As dores dela parecem ter aumentado, ela toma o remédio depois de olhar no relógio, mas se encolhe no banco e fecha os olhos. 

Gabriela:- Ivan, posso fazer uma pergunta?

Ivan:- Se não for sobre as cicatrizes, pode- Ela fala ainda de olhos fechados.

Gabriela:- Sei que tem ligação com a máfia, mas em que você trabalha? - Senti um nó na garganta, não costumo contar as pessoas meu ramo de trabalho, não por medo, mas por segurança, nesse momento estava sentindo medo da forma que ela me veria.

Ivan:- Eu não trafico mulheres e crianças, não mexo com pr@stituição e drogas - Vejo ela se ajeitar no banco, não sei se pela dor ou por desconforto com as minhas palavras - Mas dou fim em algumas pessoas- Ela vira a cabeça em minha direção com os olhos arregalados.

Gabriela:- Você é um assassino de aluguel?

Ivan:- Não, não mato inocentes, não faço tudo por dinheiro, as pessoas que já despachei eram pessoas ruins - Ela fica pensativa e se encosta no banco, não fala mais nada por muito tempo me deixando angustiado, ainda não entendo os sentimentos confusos que tenho quando estou com ela

Ivan:- Gabriela - Ela não me responde, quando olho vejo que ela esta dormindo e continua assim até chegarmos a casa dos meus pais.

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