POV CELESTE—Me desculpa, Eros, não sei como te explicar isso sem que você fique bravo comigo.— Apoiei a cabeça no seu peito e o abracei com força. —Acho que você nunca vai me perdoar. Mas preciso te contar agora, tenho que correr esse risco...— Ouvi os batimentos do seu coração e sua respiração calma, era como música para meus ouvidos. Toquei sua barriga e a acariciei suavemente, mas ele não se mexeu. Olhei para ele e percebi que já estava dormindo.Olhei as horas no meu despertador, já eram 2h da manhã. Passamos horas conversando sobre nossa família, amigos, experiências, coisas que gostamos e não gostamos, filmes, piadas bobas e cantadas. Eros adorava fazer piadas e zombar de mim o tempo todo. Ele amava me ver rindo.Levantei-me lentamente da cama, com cuidado para não acordá-lo, e fui ao banheiro. Cuidei da minha higiene pessoal e troquei o jeans e a blusa pelo meu pijama favorito. Depois, voltei para a cama devagar e abracei Eros.Eu não conseguia acreditar que Eros me amava e qu
POV CELESTEFlashback— Oi, qual é o seu nome?De novo, não. Ignorei o cara que estava sentado ao meu lado no bar e dei um gole no meu gim. Estava cansada de homens perguntando meu nome.Olhei para o vestido vermelho minúsculo e os saltos vermelhos que usava. Eram da Livia, a garota que estava comigo naquela noite. Ela virou minha melhor amiga no instante em que a conheci na festa de uma amiga uma semana atrás.Livia era a pessoa que eu precisava naquele momento. Já fazia três semanas que meu pai tinha morrido e eu estava muito triste. Ela me ajudou a esquecer dos meus problemas e a aliviar a dor que eu carregava.Quando meu pai morreu, minha mãe e Lillian ficaram muito abaladas. Choravam sem parar e estavam completamente devastadas. Não comiam nem dormiam direito, e eu tinha medo de que adoecessem também, como meu pai. Eu as consolei e cuidei de tudo que precisavam.Passaram-se quase três semanas até que minha mãe e Lillian pararam de chorar o tempo todo. Fiquei aliviada por vê-las,
POV EROS—Wade? Nosso filho? — Franzi levemente a testa.Do que diabos ela está falando? Eu estava confuso, muito confuso. Me perguntei se tinha ouvido direito. Ela disse que temos um filho?Continuei olhando para Celeste, desconcertado com sua declaração. Apertei seus braços com força, sem deixá-la ir até confirmar o que acabara de dizer.Ela assentiu. As lágrimas inundaram seus olhos e escorreram pelas bochechas.—Me desculpa, Eros, por mentir. Eu... eu tive medo de que você me odiasse quando descobrisse que sou a Ruiva e que temos um... um filho.Meus olhos se arregalaram de incredulidade. Eu não conseguia entender o que estava sentindo naquele momento. Estava tão chocado como se tivesse sido atingido por um raio.Sim, desde que vi sua transformação na noite do nosso noivado, sem os óculos de armação escura, peruca preta e roupas vintage, eu soube que era a Ruiva. Continuei perguntando e brincando com ela sobre isso, mas ela nunca admitia. E agora que finalmente admitiu, isso já ne
POV CELESTE—Você tem sorte de que Eros seja um bom homem. Ele não ficou bravo com você por ter escondido o Wade — disse minha mãe.—Sim. Ele é realmente um bom homem, foi por isso que me apaixonei por ele. Mas os outros não sabem disso. Ainda acham que ele é impiedoso, frio e assustador.—Admita, Celeste. Ele era — retrucou Lillian.—Hmm... ele era, mas não é mais.—Ele mudou por sua causa. Também se apaixonou por você muito rápido — disse Lillian enquanto digitava uma mensagem no celular.Eu ri.—Foi o que ele disse.—Enfim, o Theodore me mandou mensagem pelo Facebook. Disse que se reconciliou com a ex-noiva. Vão se casar de novo no mês que vem.—Ah, que ótimo... bom pra ele.—É — Lillian deu de ombros. —Aliás, Celeste, me desculpa por ter contado para o Theodore sobre o Eros... que você estava se escondendo dele, que uma vez o conheceu num bar e algo aconteceu, o que te fez odiá-lo e evitá-lo.—Lillian, não faz isso de novo, tá? Foi um erro.—Sim, me desculpa mesmo.—Tá tudo bem, L
POV CELESTE—Você está linda, Celeste — disse minha mãe enquanto as lágrimas escorriam de seus olhos. — Quem dera seu pai estivesse aqui para te acompanhar até o altar.—Mãe, você já disse isso três vezes. Por favor, não me faça chorar. É o dia do meu casamento.—Desculpa. Estou muito emocionada. Não consegui evitar lembrar do meu casamento também... E... e não podia acreditar que minha menininha ia se casar — disse, sorrindo logo em seguida para levantar o astral, enxugando as lágrimas com a ponta de seu lenço branco de renda. Estávamos dentro da limusine branca, a caminho da catedral.Eu usava um lindo vestido branco de festa, com cauda estilo princesa, sem alças, com lantejoulas e pedrarias de diamante. Meus sensuais sapatos de noiva prateados, de salto agulha, combinavam com o vestido. Usava o cabelo preso num coque e uma linda tiara de diamantes na cabeça. Minha maquiagem era elegante e sofisticada, destacando meus olhos verdes.Apertei a mão da minha mãe para consolá-la. Sabia q
POV EROSEu estava um feixe de nervos. Não conseguia controlar o tremor nas minhas mãos e pés. Estava muito tenso e, ao mesmo tempo, muito animado. Esperei muito por este dia. Para finalmente tomar Celeste como minha esposa.Coloquei a mão no bolso da calça e tirei meu lenço branco. Sequei novamente a testa e o pescoço. Estava suando demais. Não conseguia controlar os espasmos que sentia por dentro. O nó na garganta só piorava. Respirei fundo e tentei relaxar.Tinha medo de não conseguir expressar meus sentimentos por Celeste em palavras. De esquecer completamente as frases que estive ensaiando ontem à noite.Meu Deus...Sempre fui um homem confiante e no controle. Dominava a arte de falar em público e fazia longos discursos diante de grandes plateias. Frequentemente discursava em conferências globais de negócios, seminários internacionais para jovens líderes, debates sobre empreendedorismo e até painéis multilíngues.Mas com Celeste... eu gaguejava. A língua enrolava e as palavras se
POV CELESTE— Eu te amo, Eros.— Eu te amo mais, Celeste. Mais do que você jamais saberá. Você me tornou o homem mais feliz de todo o universo — sussurrou ele, com seu hálito quente no meu ouvido. Em seguida, dançou comigo na pista de dança.Sorri, sentindo-me muito feliz e sortuda por ter um marido bonito, carinhoso, gentil, atencioso e que me amava tão profundamente.Eros me apertou ainda mais forte em seus braços fortes, me levantou um pouco e me beijou com insistência. Seu beijo correu pelas minhas veias. Depois seus lábios deixaram os meus para mordiscar meu lóbulo da orelha.— Vamos sair daqui.— Agora?— Sim... agora, querida. Eles vão entender — disse ele, com uma voz tão profunda e sensual.Ri dele e o abracei.— Mas ainda não cortamos o bolo de casamento.— Sério que temos que fazer isso?— Claro que sim, é tradição e eu não perderia isso por nada... e tem a liga, e o buquê.— Tá bom... tá bom... Vou ser paciente, meu amor. — Ele pegou minha mão esquerda e beijou a palma, la
POV CELESTE— Acorda, amor. Vai se atrasar — sussurrei suavemente e beijei a bochecha do meu marido antes de virá-lo com cuidado, para que suas costas encostassem na cama — a cama que antes era dele, e agora é nossa — uma cama de casal coberta com lençóis e fronhas brancas puras. A única cor diferente era a colcha grossa que agora estava no chão: era cinza carvão com listras brancas e cinzentas.Fiquei sem fôlego quando Eros imediatamente me puxou pela cintura e me jogou sobre ele, me montando de frente.— Vai chegar muuuito atrasado pra reunião do conselho, Sr. Pedrosa — brinquei, sentando levemente sobre seu estômago.— Quem se importa? Eu sou o chefe. — Ele sorriu, sonolento. Suas mãos acariciavam minha cintura.— Ah... vamos lá, menino rico... — ronronei, provocando-o...Seus olhos se abriram e dilataram, completamente despertos agora, e sua expressão mudou — como a de um predador pronto pra atacar sua presa... eu. Meu coração disparou de repente.Suas mãos deslizaram possessivame