Aquecendo com amor

Sabe porque estuda parece o melhor caminho? Se eu me dedicar muito, tenho certeza que terei frutos disso. Serei retribuída de alguma forma no final. Colhemos o que plantamos, certo? Pelo menos, era isso que eu pensava, mas o que diabos eu fiz para colher Danilo em minha vida? Meus dias estão caóticos desde que ele voltou a frequentar a escola. Não tenho um minuto de paz.

— Gabi! Me salva! Essas pessoas estão querendo me assaltar. Tem um assaltante dentro da escola! Eu te disse que esse lugar não era seguro. Sim, assustador. Acredita que me colocaram em uma rodinha e mandar eu entregar todo meu dinheiro? — Danilo gritava. Ao redor dele haviam vários garotos com nariz sangrando jogados ao chão.

Olhando bem essa cena, que está precisando de ajuda nisso tudo não é o Danilo, mas quem tentou tirar o dinheiro dele. Melhor eu não me envolver nisso. Vou apenas ignorar e passar direto. Fugir é a melhor opção.

— Gabi!! Para onde você está indo! ME ESPERA! — Danilo gritou correndo atrás de mim.

No fim, não consegui escapar dele, na verdade, tem mais ou menos um mês que Danilo voltou a frequentar as aulas. Todos os dias são um tormento. Não consigo fugir dele. Me sinto extremamente desconfortável com essa situação. É perturbador o quanto que Danilo se sentia confortável na minha presença.

— Nunca imaginei que dentro das escolas haviam assaltos. Ainda mais durante o dia. Já vi em alguns filmes, todos dizem que o ensino médio é assustador. Nunca pensei que era realmente verdade. — Danilo disse enquanto olhava de um lado para outro. Talvez tivesse com medo de novos assaltos.

— Já te disse. Desde o começo tudo isso foi apenas uma grande confusão da sua parte. Eles não eram assaltantes. Não que possa coloca eles na lista de pessoas morais e corretas, bem... Talvez eles sejam assaltantes mesmo. — Se parar e pensar. Eles realmente ameaçam as pessoas para pegar seu dinheiro. Basicamente, como um assaltante trabalhava. Talvez eu que tenha já me conformado com a situação, dos mais fortes incomodando os mais fracos.

Para falar a verdade, a volta dele para escola foi bastante caótica, tudo ficou bem bagunçado ao meu redor. Danilo parece ser um ímã de problemas. Ele com toda certeza, tem dificuldade de compreender as situações e parece desconhecer algo chamado limite. Por causa de todo caos que ele gerou com suas dificuldade de entender o que acontece a sua volta e sua reação exagerada a tudo. Danilo ficou conhecido por toda escola como "Demônio da Tasmânia" .

De qualquer forma, nada disso tem relação comigo. Eu não me importo! O problema é que desde que ele voltou, parece determinado a me distrair, exterminar minha paz e impedir meus estudos. Danilo sempre estava me seguindo de um lado para outro, enquanto gerava seu caos ao nosso redor.

— Me leve para comer aqui — Danilo sugeriu me mostrando um panfleto com sorvete claramente ridículos, quem vai gostar de sorvete de pitomba. Talvez nem seja capaz de ser de verdade — Vamos tomar sorvete aqui? Disseram que tem uns sabores bem diferentes, podemos ir depois da aula. Já tomou sorvete de caqui? Ou de pitaya? E pitomba?

— Não. Não vou a lugar nenhum. Já te disse, que depois da aula, vou estudar sem desvio algum. Não posso me distrair com besteiras. — todos os dias Danilo me convidava para um lugar diferente. Se eu aceitar, nunca mais vou conseguir estudar na minha vida. Já não consigo mais estudar na escola por causa dele. Não posso deixar que ele também bagunçar meu pós - aula.

— Vamos! Vamos! — Danilo começou a gritar. Parecia uma criança de cinco anos.

— Para com isso. Quantos anos você tem? Já te disse várias vezes que depois da escola preciso me concentrar nos estudos. Você deveria tentar a mesma coisa. Escola não é só para passar tempo. — Eu sei que não posso jogar meus ideais nele, mas também não posso deixar que os dele atrapalhem a minha vida.

— Me espera! Eu vou com você. — Danilo gritou enquanto eu apressava meus passos para fugir dele.

— Gabriela? Danilo? Que surpresa. Fico muito feliz que tenha decido voltar para escola. — A professora sorria aliviada.

— Hey! O que você está olhando? Nunca me viu? Quer uma foto? Quem você pensa que é? — Danilo parece um cachorro daquele pequenos que latem para tudo que se move.

— Para com isso. Não é certo assustar ou ameaçar a professora com esse olhar. — Falei tentando evitar que ele causasse mais problemas, mas sabemos que ele é totalmente imprevisível.

— Você acha que manda em mim? Só porque é minha amiga? Ninguém manda em mim não. — Daniel gritou me puxando pela gola da camisa.

— Me solta, seu idiota. Vou chutar suas bolas e você aprende como se trata uma dama. — Ameacei.

— Hey! Hey! Não briguem. Danilo, você deve tratar bem uma mulher, não gritar com ela ou ameaçar. Gabriela, tenha paciência. Ele ainda está de acostumando. — A professora disse se afastando devagarinho de nós. O que será que aconteceu a primeira vez que eles se encontram que ela tem tanto medo assim dele?

— Ele por acaso está se acostumando a ser humano? Não tem condições. Ele morava na selva por acaso? — Definitivamente, eu estava chegando ao meu limite. Me sentia sufocada com a presença constante de Danilo.

— Falou a senhora perfeitinha. Não cansa de ser chata? — Danilo se aproximava de mim com um olhar assustador.

— Danilo, olha esse livro. É um dos meus romances favoritos. Ele vai te ajudar na adaptação na escola e compreender melhor o sentimentos dos outros ao seu redor. — A professora colocou o livro em cima do banco e saiu correndo. Que exemplo maravilhoso de professora temos aqui. — Vocês dois devem se dar bem um com o outro.

Enquanto eu estava olhando a professora correndo de nós como o diabo fugindo da cruz. Danilo leu uma página aleatória do livro que a professora deixou para ele.

— Ah! Então foi isso que a professora quis dizer. — Danilo disse antes de me abraçar, unindo nossos corpos e fechando seu casaco, me deixando presa abraçada com ele.

— Quê????? Muita perto. Me larga. Preciso ir estudar. Vá bater perna e me deixe ir para casa. — Falei fugindo por baixo. Primeira vez que agradeço por ser pequena e magrinha.

— Eu só estava te aquecendo com meu amor. Vem cá! Precisamos nos dar bem. Deixa eu te abraçar mais. — Danilo gritava enquanto eu fugia dele.

— Não! Preciso estudar! — Gritei aumentando a velocidade que corria. Se ele me pegasse novamente seria difícil fugir dele.

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