Nebraska

Tinham passado dez dias quando ela voltou a abrir os olhos e encontrou uma imagem distorcida do teto por cima dela, mais alto e mais visível do que antes, mas ainda indefinido. A sua visão ainda estava muito afetada, embora melhorasse.

Havia murmúrios à sua volta, que ela não conseguia identificar o que diziam, e aquele cheiro. Aquele cheiro outra vez.

Ou melhor, aqueles cheiros, não era só um. Ela sentou-se com um sobressalto, sentindo todos os ossos do corpo a ranger, e uma onda de dor invadiu-a, fazendo-a perder as forças. Braços envolveram-lhe a cintura e alguém se sentou atrás dela, encostando-lhe as costas ao peito masculino.

O cheiro doce que sentira daquela vez chegou-lhe ao nariz e ela levantou a cabeça numa tentativa inútil de perceber quem era.

-Calma, mãe, não te esforces- Nicolas acariciou os braços da pequena loba e beijou-lhe o topo da cabeça. Uma felicidade inata invadiu-o e o perfume que ela exalava fê-lo querer estar ao seu lado o máximo de tempo possível.

-Ma,
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