Capítulo 6
Meia hora depois, Viviane entrou no carro arranjado por David e dirigiu-se ao Hotel Bay. Ao chegar à porta da suíte, soube pelo mordomo que à noite teria uma reunião de família.

- Gustavo também está aqui? - Perguntou Viviane, sem nenhum desejo de encontrá-lo agora.

O mordomo interpretou mal e respondeu sorrindo:

- Fique tranquila, Srta. Viviane, Gustavo chegará em breve.

Viviane ficou sem palavras.

"Será que ainda dá tempo de ir embora?"

A porta atrás dela já estava aberta.

Sem opção, Viviane tomou a iniciativa de cumprimentar:

- Avô.

Ao ver Viviane, o velho senhor abriu um sorriso tão grande que suas rugas se alisaram.

- Viviane, você chegou, venha, venha, sente-se ao meu lado.

Viviane se sentou ao lado do velho senhor e notou que todos ainda não tinham começado a comer. Provavelmente estavam esperando alguém importante. Como se lesse seus pensamentos, David falou sorrindo:

- A noite é principalmente para celebrar o retorno do tio de Gustavo ao país.

Embora Ricardo tivesse pedido para manter a notícia de seu retorno confidencial, o avô confiava especialmente em Viviane. Ele acreditava que ela não diria nada fora dali. Viviane ficou atônita por alguns segundos, antes de lembrar que David tinha um irmão mais velho que fez carreira no exterior e cujo filho fez a empresa se tornar a maior das Américas em menos de um ano.

Justamente quando estava pensando nisso, a porta se abriu novamente.

Viviane olhou ansiosamente.

Ao ver quem era, seu olhar se gelou.

O sorriso de Gustavo também congelou, e o desprezo em seus olhos era evidente.

- O que você está fazendo aqui?!

Viviane escondeu seu rancor e respondeu indiferentemente:

- Naturalmente, vim ver meu avô.

Gustavo deu uma risada fria.

"Provavelmente ela veio se queixar", pensou ele, detestando o tipo de mulher que não tinha habilidade alguma, a não ser bajular os mais velhos.

Ele olhou em volta e perguntou:

- E meu tio?

- Saiu para atender uma ligação. - David respondeu, fixando o olhar em Gustavo e Viviane. - Já que seu tio se casou, Gustavo, você não acha que também deveria...

O coração de Viviane deu um pulo inexplicável, e ela agarrou com força a bainha de seu vestido.

- Avô...

A voz de Gustavo abafou a dela:

- É a decisão do avô.

Viviane ficou chocada, nas vezes anteriores em que o velho mencionava casamento, Gustavo era veementemente contraditório a isso.

Para conseguir seu rim, ele estava até disposto a usar o próprio avô.

O punho de Viviane, escondido sob a mesa, se fechou com força.

David e Manuel mal podiam conter seus sorrisos, esta era a primeira vez que Gustavo concordava. Temendo que ele mudasse de ideia, rapidamente perguntaram a Viviane:

- E você, Viviane, o que acha?

Viviane inspirou profundamente várias vezes, recuperando sua compostura.

Se ele podia ser desumano, ela também não precisava ter escrúpulos.

Baixando os olhos, ela respondeu, com um tom de timidez:

- Avô, eu não me oponho...

Risadas francas de David preencheram a sala:

- Ótimo, assim que voltarmos, definiremos a data do casamento.

Gustavo lançou um olhar rápido para Viviane, imaginando que ela devia estar exultante por dentro.

Seu desprezo só aumentou.

Mas, nesse momento, Viviane timidamente começou a falar:

- Avô, eu ainda tenho algo a dizer.

Todos os olhares convergiram para ela.

Mordendo o lábio, parecia que ela havia tomado uma decisão difícil:

- Já que decidimos nos casar, Gustavo poderia resolver suas outras relações? - Depois de falar, ela rapidamente acrescentou. - Não estou sendo mesquinha, um homem com várias mulheres é algo comum, só não quero que o casamento comece com escândalos em casa.

Um silêncio pesado preencheu o ar.

O belo rosto de Gustavo ficou vermelho.

Ele só tinha Débora, mas com o que Viviane disse, parecia que ele era um mulherengo!

O que o avô mais detestava era a infidelidade entre as gerações mais jovens.

Ela fez de propósito!

Ele encarou:

- Você tem provas?

Ninguém havia descoberto sobre ele e Débora em mais de três anos de relacionamento.

Viviane piscou, com voz embargada:

- No início eu também não acreditei, até que vi os vídeos. Gustavo, eu realmente não esperava que você tivesse tantas mulheres fora do relacionamento.

Gustavo riu friamente, essa mulher estava realmente levando sua atuação longe demais.

- Se tem provas, mostre-as então.

Viviane começou a chorar ainda mais.

- Gustavo, deletei esses vídeos depois de vê-los. Afinal, se eu os mantivesse, só seriam espinhos em meu coração.

Ao falar até aqui, Viviane limpou as lágrimas com força e sorriu positivamente.

- Gustavo, vamos viver bem daqui para frente. Não vou mais mencionar isso!

O rosto de Gustavo ficou péssimo.

Ele tinha sido enganado.

Viviane não tinha vídeo nenhum.

Mas ela sabia que o avô confiava muito nela. Mesmo sem provas, ele optaria por acreditar nela.

Como esperado, o velho senhor, irritado, ergueu sua bengala e acertou Gustavo nas costas com toda a força:

- Seu canalha! Como é que uma família centenária como os Barros poderia ter um imbecil como você!

A bengala do velho senhor era de uma qualidade especial; quando atingia alguém, não fazia barulho. No entanto, um simples golpe era o suficiente para rasgar a pele.

As costas de Gustavo foram rapidamente manchadas de sangue.

Ele ficou furioso e quase caiu.

Vendo essa cena, a Viviane do passado teria se sentido mal. Agora, ela só pensava que ele merecia.

Ela levantou os olhos e se encontrou com os olhos irados de Gustavo.

Viviane mostrou um leve sorriso e, em meio à sua fúria, segurou gentilmente a mão do avô.

- Avô, não fique zangado. A culpa é minha, eu não deveria ter dito tudo isso.

David, ofegante, colocou a bengala no chão e disse:

- Olhe para você, e depois olhe para Viviane. Veja como ela é sensata! Volte e resolva todos os seus relacionamentos bagunçados, ou você não me escapará!

Pela primeira vez em sua vida, Gustavo se viu humilhado pela mulher que ele menosprezava. Ele estava furioso, mas teve que se humilhar:

- Avô, eu estava errado.

Todos sabiam o quanto David mimava Viviane.

Ele ainda não era o verdadeiro herdeiro, então ele tinha que aguentar!

Só então David se acalmou:

- Você precisa viver bem com Viviane daqui para frente, entendeu?

Gustavo olhou para o sorriso de Viviane e seus punhos cerrados estalaram.

Seu coração estava cheio de frieza.

"Espere, Viviane. Depois que nos casarmos, vou fazer você entender o que é pior que a morte."

Diante dos olhos gélidos de Gustavo, Viviane sorriu serenamente.

Ela sempre cedeu espaço, enquanto Gustavo a pressionava incessantemente.

Nesse caso, dentro das suas possibilidades, ela decidiu dar-lhe uma lição.

Queria forçá-la a casar?

“Vamos ver quem é mais capaz!”

Percebendo o clima mais leve, Manuel não perdeu tempo para falar:

- Gustavo, seu tio ainda não voltou. Vá procurá-lo, talvez ele tenha se perdido.

Gustavo, também não querendo prolongar a estadia, concordou:

- Avô, vou procurar meu tio.

David acenou com a mão.

Afinal, era seu neto.

Não queria fazer caso de pequenas questões, principalmente agora que ele finalmente concordou em se casar.

O que importava era que levassem uma vida tranquila daqui em diante.

Vendo isso, Viviane também se levantou.

- Avô, vou ao banheiro.

Ela precisava sair para tomar um ar.
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