O som insistente da campainha me arrancou do torpor do sono. Meu corpo ainda estava pesado, e por um segundo, acreditei que tinha sonhado. Mas então, o toque soou novamente, mais firme, mais exigente.Franzi o cenho, me arrastando até a porta com passos preguiçosos. Quem diabos aparecia na minha casa tão cedo?Quando abri a porta, meu coração quase parou.Anthony.Meu chefe.Alto, impecável como sempre, com aquele terno perfeitamente alinhado e um olhar que me prendeu no lugar. Ele me olhava como se já soubesse o que ia acontecer. Como se já tivesse decidido.— Senhor Anthony? — Minha voz saiu rouca, surpresa.Apoiando-se no batente da porta, ele inclinou a cabeça, um meio sorriso brincando em seus lábios.— Faça as malas, Emma. Vamos para Londres.Meu cérebro travou. O sono evaporou instantaneamente.&mdas
Eu ainda tentava lembrar como se respirava.Anthony me olhava com aquele meio sorriso satisfeito, o olhar quente e intenso, como se soubesse exatamente o que estava fazendo comigo. E ele sabia.Eu podia sentir a batida frenética do meu próprio coração, como se tivesse acabado de atravessar uma linha invisível da qual não havia volta.— Isso responde sua pergunta? — a voz dele era baixa, carregada de algo que fez meu estômago revirar.Engoli em seco, tentando recuperar algum resquício de sanidade.— Não sei. Talvez precise de outra explicação. — Minha voz saiu mais firme do que eu esperava, um desafio velado.Os olhos dele faiscaram.— Cuidado, Emma. Você não sabe com o que está brincando.— Acho que sei, sim. — Inclinei o rosto para ele, sentindo a tensão elétrica no ar.Eu queria provocá-lo. Queria ver até onde ele iria. Mas, no fundo, também queria saber até onde eu mesma estava disposta a ir.Anthony soltou um riso baixo, rouco, e aquilo fez meu corpo inteiro reagir. Ele ergueu a m
Assim que a porta do quarto se fechou atrás de Emma, soltei o ar pesadamente, sentindo meu corpo inteiro em estado de alerta. Meu coração ainda martelava contra o peito, e minha respiração estava irregular. O gosto dela ainda estava na minha boca, quente, viciante. A lembrança do toque, do jeito que seu corpo se moldou ao meu, era um tormento delicioso.Passei a mão pelos cabelos, tentando me recompor, mas era inútil. O desejo que queimava dentro de mim não seria apagado tão facilmente. Caminhei até o frigobar, peguei uma garrafa de água e bebi alguns goles, tentando acalmar o incêndio interno. Mas cada vez que fechava os olhos, via Emma ali, sentindo o mesmo desejo que eu. Eu tinha visto isso nos olhos dela, na forma como sua respiração ficou entrecortada, na hesitação antes de se afastar.Porra!Eu deveria ir para a cama, descansar para a reunião do dia seguinte. Mas como diabos eu conseguiria dormir agora? Cada fibra do meu corpo exigia que eu atravessasse aquela m*****a parede, bat
O almoço com os sócios foi mais longo do que o esperado. A conversa girava em torno dos novos contratos, projeções financeiras e estratégias de mercado. Mas a verdade? Eu mal conseguia me concentrar. Cada vez que Emma falava, sua voz suave me distraía. O jeito como ela cruzava as pernas, mexia no cabelo ou umedecia os lábios me fazia perder o fio da conversa. Eu precisava manter uma postura impecável, profissional. Mas, por dentro, estava em chamas por ela.Emma estava sentada ao meu lado, irradiando uma sofisticação sutil que a tornava hipnotizante. O modo como seus olhos brilhavam ao engajar na conversa, o sorriso discreto nos lábios e a postura elegante me faziam querer observá-la por horas sem pressa. Ela parecia estar completamente à vontade, mas eu
Eu sentia o coração pulsando forte no peito, as batidas ecoando nas minhas orelhas, mas a tensão no ar era ainda mais intensa. Cada toque, cada movimento, parecia uma explosão prestes a acontecer, e minha mente estava dividida. O desejo que queimava dentro de mim estava quase insuportável, mas, ao mesmo tempo, havia algo em mim que me dizia para parar. Para pensar.Mas como eu poderia pensar quando ele estava ali, me tocando, me provocando, quase consumindo tudo o que restava de razão em mim? Eu não queria parar. Eu não queria que esse momento acabasse, mas a dúvida começava a invadir meus pensamentos, e eu não conseguia afastá-la. A linha entre nós, que sempre foi tão clara, parecia se desvanecer a cada segundo. Eu era a secretária dele. Ele, meu chefe.Minhas mãos estavam presas à sua camisa, como se fosse a única coisa que eu pudesse segurar.
O voo de volta para Nova Iorque foi silencioso. Pelo menos da minha parte. Anthony, como sempre, mantinha uma postura impecável, a expressão relaxada enquanto revisava alguns documentos. Mas eu sabia que era uma fachada. Sentada ao lado dele na cabine do seu jatinho particular, cada movimento seu parecia calculado para demonstrar indiferença, como se o que tivesse acontecido entre nós em Londres não tivesse nenhum peso.Mas tinha.O peso do desejo entre nós ainda pairava no ar, invisível para qualquer um ao redor, mas completamente presente para mim. Desde que eu havia pedido por tempo, ele respeitou minha decisão, mas também se fechou em sua própria muralha de autocontrole. E agora, enquanto a cidade brilhava abaixo de nós ao pousarmos, eu me perguntava se algum dia essa barreira entre nós voltaria a se romper.Pegamos um carro até meu prédio. A chuva fina
A semana passou em um borrão de trabalho exaustivo e pensamentos indesejados. Desde o momento em que pisei no escritório na segunda-feira de manhã, me afundei em relatórios, reuniões e contratos, qualquer coisa que pudesse manter minha mente ocupada. Mas era impossível. Porque toda vez que eu levantava o olhar, lá estava ela.Emma.Andando pelo corredor, organizando papéis, discutindo contratos com outros funcionários. Sempre a poucos metros de mim, mas inalcançável. Eu tentava ignorá-la, fingir que sua presença não me afetava, mas cada vez que ouvia sua voz, meu corpo reagia. Eu sabia que deveria manter distância, sabia que era o certo a fazer. Mas meu autoc