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Stefano já tinha sumido de vista, mas Bruno iria acompanhar até o orfanato, mas antes teria que arrumar sua mesa. Ela sabia que muitas fofocas iriam acontecer, já que o que estava ocorrendo com ela não era nada anormal naquela empresa.

"Vou esperar você perto do elevador, só não demore muito por favor, tenho bastante coisa para fazer hoje" . Bruno agora parecia estar mal humorado.

"Não vai me dizer que aquele papel de bom homem era só porque estava perto do pai" . Ela pensou e apenas deu um suspiro longo indo em direção a mesa.

Carina podia sentir os olhares sobre seus ombros, todo mundo queria saber ao certo o que realmente tinha acontecido naquela sala de reunião. Quando ela chegou à mesa e colocou suas coisas dentro da caixa ela conseguia ouvir cochichos. Ela apenas deu um sorriso satisfeita.

"Tenho certeza que eles pensam que fui demitida. Bom, na verdade eu fui, mas em breve pretendo ganhar mais dinheiro do que esse povo medíocre. Ela pensou enquanto olhava pela última vez aquela vista para o Central Park.

Assim que ela levantou a caixa, ela se assustou com a presença de Bruno atrás dela. "Deixe que eu levo para você. Uma moça com braços tão delicados não deve pegar peso" . Ele falou já pegando a caixa de sua mão.

Após esse comentário Carina corou, não estava esperando por isso. Mas apenas assentiu. Ela não quis se despedir de ninguém, afinal não fez nenhuma amizade sincera naquele lugar. Ao chegar no elevador ela olhou pela última vez o lugar ao qual desperdiçou anos de sua vida por um salário miserável.

O carro do Bruno era um conversível, bonito e vermelho, chamava atenção por onde passava. Ele colocou a caixa no porta malas e correu para abrir a porta para Carina.

"Obrigada! Você parece ser gentil, Bruno " Ela falou se ajeitando no estofado de couro.

"Porque se impressionou? Vai me dizer que nenhum homem abriu a porta do carro para você? "

"Não, nunca isso aconteceu, mas não se preocupe, eu posso me acostumar com isso" Ela deu um sorriso em sua direção.

"Vamos passar bastante tempo juntos. Minha missão não será apenas te ensinar Italiano, mas você vai ter que se acostumar com pessoas de classe mais alta. Por isso amanhã tenho planos para nós. "

"Assim tão rápido?"

Ele deu uma risada alta. "Você não conhece meu pai. Ele gosta das coisas bem feitas. Você deve estar perfeita para viajar para a Itália. Você não terá muito tempo de agora pra frente, é importante se lembrar disso."

"Se depois de tudo isso valer a pena. Posso trabalhar 24 horas se quiser". Ela deu um sorriso satisfeito. Na realidade ela estava adorando estar na presença daquele homem.

"Se eu fosse você eu não diria isso". Antes que ele pudesse completar a frase o celular dele vibrou, alguém estava ligando, mas ele apenas ignorou e desligou.

Carina não pode deixar ver que estava escrito "Amor" no contato. Seu coração acelerou. "Não acredito que ele é comprometido, que vergonha eu me interessando por alguém de outra pessoa". Ela sentiu seu rosto corar, e isso já estava ficando frequente desde que viu Bruno pela primeira vez.

Ela colocou a mão no rosto com medo de estar muito aparente a vermelhidão. Olhou para o rapaz, porém ele permanecia do mesmo jeito, talvez um pouco mais pensativo. A vontade de Carina era perguntar quem era a mulher, mas ela sentiu que não poderia fazer isso, já que acabaram de se conhecer.

"Mas o que estou pensando. Ele não me deve satisfação alguma. Faz apenas algumas horas que nos vimos, e eu fui uma tola em pensar que um homem desse não fosse comprometido.

Eles permaneceram calados após todo o trajeto, era possível escutar apenas o barulho do GPS informando que estava próximo ao endereço. Ao chegar, ele desceu do carro para abrir a porta novamente para ela. Porém dessa vez ela já estava com um sorriso escandaloso no rosto.

"Eu venho te buscar amanhã cedo. Não gosto de atrasos, portanto esteja pronta" Ele puxou a porta do carro por trás dela e por um momento seu coração quase parou novamente, pois achou que ele iria dar um abraço.

"Está tudo bem Carina ? Precisa de alguma coisa?" Ele perguntou de uma forma sinica. O sorriso não saia do seu rosto.

"Ele está brincando comigo, só pode. " Mas ela percebeu que estava tempo demais ali. "Talvez ele tenha razão, isso tá estranho, o que mais estou esperando. Preciso entrar. " Ela falou enquanto se virava, mas ele já estava dentro do carro.

Antes que ele desse partida ele abriu a janela e deu o recado mais uma vez. "Amanhã às 6:00, não demore".

Carina já estava sentada na sua cama quando tentou recapitular tudo que tinha acontecido durante aquele dia. E mais precisamente no sorriso do Bruno. Ela deitou, colocou travesseiro no rosto e pensou baixinho. "O que está acontecendo comigo? Parece que perdi todo o meu raciocínio depois que encontrei com ele. Não posso acreditar que estou com sintomas de um amor à primeira vista." Ela deu uma risada alta.

Sua vontade era de compartilhar com a irmã o que tinha acontecido, mas não sabia se isso era o correto, já que foi alertada que isso não deveria acontecer. Mesmo que desde que a mãe as deixou no orfanato elas prometeram uma para outra que não haveria segredos.

Carina sentia que iria enlouquecer já que em menos de um dia recebeu a proposta de ser milionária e aparentemente se apaixonou por alguém que nem conhecia.

Carina esperou pela irmã até não aguentar mais, estava exausta e a irmã estava demorando mais do que o normal para chegar. Apesar de ter mandado mensagem que iria embora mais cedo, não achou que a irmã pudesse usar isso para ir para outro lugar, seja ele qual for ela estava demorando e as regras do orfanato eram claras sobre quem chegava depois da meia noite.

A porta do quarto se abriu. Bella se deparou com quatro malas próximo a cama da irmã. E apesar de perceber que o sono dela estava profundo, ela não mediu esforços para acordar Carina e questionar o que estava acontecendo.

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