Sua voz era grave, o que, na tranquilidade da noite, adicionava um tom de solidez e sedução.Eu assenti: — Certo....Voltando ao quarto, Sarah me viu chegar e murmurou, baixinho: — Ela sempre faz isso. Só quer falar comigo quando estou tentando dormir. Eu nem quero falar, e ela ainda me xinga, dizendo que sou uma muda...Sarah ficava cada vez mais magoada: — E ainda diz que sou um fardo, que se não fosse por mim, papai já teria se casado.As lágrimas dela caíam grossas.Eu gentilmente enxugava suas lágrimas: — Papai não quer se casar, é só porque ele não quer.Sarah me olhou, atônita: — Sério?— Claro. — Eu sorri, tentando confortá-la: — Quando ele encontrar alguém de quem goste, com certeza vai querer se casar mais do que qualquer um. Então, a culpa não é de Sarah, entendeu?Sarah assentiu.Eu peguei uma história e continuei a lê-la para ela.Talvez fosse a doçura da história ou, quem sabe, o peso que ela carregava no coração finalmente havia sido aliviado.Hoje, até dormindo, ela so
Eu não evitei, mas encarei-o abertamente.Igor sorriu: — Obrigado.— De nada — , eu respondi. — É o que eu deveria fazer....Depois de comprar os brinquedos, Afonso sentou-se na sala de estar, ainda sem abrir o pacote.Rafael escondeu-se atrás de Vitória, olhando fixamente para o brinquedo nos braços de Afonso.Afonso percebeu que Rafael também queria o brinquedo, mas não tinha intenção de dar.Rafael sussurrou para Vitória: — Mãe, eu também quero brincar.Vitória, sempre paciente, consolou-o: — Este é para o seu irmãozinho...Rafael ficou em silêncio.Vitória sentiu que ele estava infeliz e rapidamente prometeu: — Que tal se eu comprar um para você amanhã, quando as lojas abrirem?Rafael acenou com relutância: — Tá bom.Vendo que Vitória havia feito sua promessa, Wesley sentiu que também deveria ser gentil com Rafael. Então, ele se abaixou, olhou para Afonso e perguntou: — Que tal brincarmos todos juntos?Todos os três olhavam para Afonso.Afonso sentiu que estavam esperando que ele
Na sala de estar. As luzes ainda estavam acesas.Vitória observava Rafael brincar alegremente, sentindo-se também muito bem, quando seu olhar casualmente desviou para o quarto de Afonso.Ela perguntou, fingindo preocupação: — Notei que o humor do Afonso parece um pouco abatido, Wesley, você não quer ir lá ver como ele está?Wesley respondeu sem hesitar: — Não é necessário.Vitória arqueou uma sobrancelha, depois apoiou o rosto na mão, observando Wesley.Antes, ela era direta em suas antipatias por Afonso, mostrando-lhe frieza.Agora, parece que... Ela realmente estava errada.O sorriso no rosto de Vitória se intensificou.Como hoje, quando disseram que comprariam algo para Afonso, mas ao chegarem em casa, Rafael quis brincar.Então, Afonso tinha que ceder o brinquedo a Rafael, caso contrário, Wesley interviria para manter a harmonia da casa, repreendendo Afonso.— Papai. — Rafael estava sonolento, mas ainda olhava fixamente para o brinquedo: — Eu quero dormir, mas também quero brincar.
— Me leva rápido para a escola!Eu me esforçava para conter o riso.Olhando para trás, Igor parecia estar de bom humor também, até seu rosto normalmente frio tinha um sorriso....Chegamos à porta do jardim de infância.Justo quando encontramos Wesley levando Afonso.Sarah, erguendo a cabeça como um pequeno cisne orgulhoso, passou por Afonso com um ar imponente.Eu observava seus punhos apertados com grande satisfação.Afonso parou ao meu lado por um momento.Eu não olhei para ele. Ele, que raramente deixava de falar comigo, entrou diretamente na escola sem dizer uma palavra.A figura de Sarah desapareceu dentro do prédio escolar.Eu também me virei, planejando procurar Igor.Wesley me bloqueou: — Eu e Vitória estamos muito bem agora.Fui obrigada a parar, levantando a cabeça para olhá-lo: — E daí?Wesley, de uma posição elevada, me olhou de soslaio: — Mesmo que você se arrependa de ter se divorciado de mim, querendo voltar...Eu o interrompi: — Eu estou muito feliz agora. Então você p
A voz ainda não havia se aquietado. Vitória abraçou Wesley com força.Em seus belos olhos, cheios de desdém, ainda assim ela mantinha a paciência: — Provavelmente, porque vocês foram casados por seis anos. Mesmo após o divórcio, no seu subconsciente, vocês ainda são uma família.— Mas Eunice começou a te tratar como um estranho. Você sentiu como se ela tivesse te traído.Vitória gentilmente o acalmou: — É por isso que você se sente desconfortável.Ao ouvir a análise de Vitória, Wesley perguntou, confuso: — É assim mesmo?Vitória compartilhou sua conclusão com ele: — Claro.O ânimo de Wesley, finalmente, melhorou.Após acalmar Wesley, Vitória levantou a mão e suavemente tocou sua barriga.Parecia... Embora Wesley sempre dissesse que não amava Eunice.Na verdade, ao longo dos seis anos de convivência diária, ele havia, aos poucos, se apaixonado...Ele apenas não havia percebido.Mas Wesley não era tolo...Mesmo que ela sempre enfatizasse na frente de Wesley, que o que Wesley sentia por V
Cecília Costa, com uma voz alegre, empurrou a porta e entrou.Igor, desinteressadamente, jogou os arquivos de lado, seu rosto já inexpressivo agora ainda mais indiferente: — Srta. Costa ...— Por que me chama de forma tão formal? — Cecília fez manha, insatisfeita: — Igor, quando nos conhecemos, foi com a intenção de namorarmos.— Você quer que eu saia por conta própria. — Igor não tinha tanto tempo para desperdiçar com ela: — Ou prefere que eu chame a segurança para te levar para fora?Cecília caminhou até ele, apoiando as mãos na mesa do escritório. Ela inclinou a cabeça: — Precisa ser tão implacável?Igor não lhe deu atenção, pegando o celular, pronto para chamar a segurança.Cecília pressionou a mão dele: — Eu levei a sério o que você disse ontem!Igor, rápido em sua reação, percebeu o movimento dela e se esquivou com desgosto.Cecília lamentou, por não ter tocado a mão de Igor: — Se você estivesse disposto a namorar comigo, eu até permitiria que a Sarah vivesse conosco.Todos sabia
Podia-se imaginar que um dia... Sarah me chamaria de tia ao invés de mãe, e isso deixava meu coração pesado.Com desânimo, voltei para o meu cubículo, olhando fixamente para a tela do computador. ...Igor não conseguia tirar os olhos de Eunice, seguindo sua silhueta até finalmente desviar o olhar após um longo tempo.Na verdade, havia uma maneira de fazer com que ele se casasse e permitisse que Sarah continuasse a chamar Eunice de mãe.E isso seria Eunice se casar com ele e se tornar sua esposa.Infelizmente... Ele já havia pedido Eunice em casamento uma vez. E foi recusado.Igor pegou os documentos sobre a mesa, mas não conseguia se concentrar em nada. ...Wesley saiu do carro, a caminho da empresa.Mas foi interrompido por Vitória, que segurou seu pulso: — Você acabou de perder a compostura na minha frente por causa da Eunice, isso me deixou muito desconfortável.Wesley tentou se inclinar para beijá-la, tentando confortá-la com algumas palavras.Mas antes que pudesse se aproximar,
O sorriso no rosto de Vitória desapareceu instantaneamente.Ela já havia considerado o dinheiro de Wesley como se fosse seu próprio.Portanto, a ideia de comprar algo para Afonso era, para ela, tão dolorosa quanto cortar a própria carne.Vitória estava extremamente insatisfeita, mas temia deixar Wesley perceber, então, com a cabeça baixa, fingiu obedecer e começou a escolher.Depois de muito tempo, ela teve uma ideia: — Wesley, o dinheiro gasto hoje foi realmente muito. Eu sei que você está se esforçando sozinho no trabalho, e ganhar dinheiro não é fácil...Vitória se aproximou de Wesley: — Que tal darmos o que compramos para Rafael ao Afonso?Wesley não disse nada, apenas observou Vitória.De repente, ele a achou muito hipócrita.Quando ela escolhia o maior diamante da loja, não pensava no seu esforço.Nem quando compravam o pesado cordão de ouro para o filho dela, ela pensava no seu esforço.Durante o meio mês em que estiveram juntos, quando Vitória gastava seu cartão vivendo uma vid